terça-feira, 17 de abril de 2007

Ressurgindo do Inferno

**Atenção: Contém informações de publicações inéditas no Brasil**

Belasco de volta

Recentemente tivemos a volta do mutante russo Colossus, clonado por alienígenas no mesmo momento em que se sacrificava para salvar todos os outros mutantes de uma doença que preconizava sua eliminação em massa. Logo depois, vem a morte de quase todos os membros da família Rasputin em um movimento orquestrado pelo Sr. Sinistro a fim de trazer de volta a essência do lendário Rasputin, ascendente até então oculto da família de Piotr. Agora, a partir de uma possibilidade aberta em House of M, a quase aniquilação da família pode recuar mais um pouco com a possibilidade da mais infernal de seus membros.

Claro que falo de Illyana Rasputin, a Magik. Irmã mais nova de Colossus que apresentava a habilidade mutante de se teleportar e que, mais tarde, teve seu envelhecimento acelerado no inferno por Belasco. Com seus domínios tomados por sua pupila, o demônio é expulso e só retorna depois que, de volta à infância, a menina morre do mesmo vírus que mais tarde seu irmão se dispõe a se sacrificar para extinguir.

Illyana Rasputin

Estou aqui para comentar sobre a revista New X-Men nº 37, na qual, lembrando que a mesma Illyana aparece na realidade distorcida de House of M, inicia-se busca pela mutante capaz de derrotar Belasco, que vem do inferno atacar os jovens mutantes do Instituto Xavier. Mas, sinceramente, não falarei da história em si. Do enredo. Não além do comentário de que a revisão da história da menina Rasputin (não esquecendo, inclusive, de sua substituta, Amanda Sefton) foi impecável. Assim como a arte de Chris Yost, Skottie Young, Sean Parsons e Jean Francois-Beaulieu. De todos eles.

Prefiro comentar aqui de como eu gostava da personagem Illyana Rasputin quando estava nos Novos Mutantes originais. De como gostava do grupo. Sam, Rahne, Illyana, Doug, Beto, Xi'an, Amara, Warlock, Danielle... Como a impetuosidade dos estudantes do Instituto Xavier gerava histórias com um misto de humor, terror, aventura e ação. Desde Asgard até a mega saga (talvez a mais marcante da minha adolescência como leitor de Quadrinhos) Inferno. A participação do grupo era sempre algo à parte. No melhor dos sentidos.

New Mutants #1

Ao mesmo tempo, queria lembrar de como, quando voltei a ler quadrinhos depois de 5 anos de intervalo, me decepcionei com a maneira como a nova geração de mutantes foi retratada desde o surgimento de New X-Men: Academy X (para não falar de Geração-X). Histórias arrastadas, roteiros fracos e diálogos beirando a imbecilidade. Aquilo ali, na minha visão, tinha prazo de validade e a revista logo iria para o buraco. Mas, então, veio a dizimação pós-House of M. Já a versão "wandalizada" dos "novos X-Men" apresentara em poucas edições o que a franquia não tinha feito em vários meses de publicação. Acertadamente, manteve-se a mesma linha desde então.

New X-Men vem crescendo e não é de hoje que começo a ver "indícios" de Novos Mutantes em suas histórias. Craig Kyle e Chris Yost (os mesmos de X-Men: Evolution) viraram a revista de cabeça para baixo. Demonstraram que uma revista de enfoque adolescente não precisa beirar a imbecilidade porque adolescentes NÃO são imbecis. A qualidade subiu e o prelúdio de Quest for Magik (no número 37) subiu mais um degrau.

De volta às origens?

A maneira como os alunos remanescentes interagem, os diálogos, as situações. São naturais. Não se vê aquele clima arrastado e bobalhão nem no horizonte. Cada vez mais vejo os bons tempos dos Novos Mutantes (ou Novos X-Men. O nome é o de menos) finalmente voltando a ter destaque entre os selos-X. Aliás, com exceção de uma coisa ou outra, o último ano foi muito positivo para as revistas mutantes. Que voltam aos poucos a fazerem justiça à quantidade de exemplares vendidos mensalmente.

Resta-nos agora aguardar e descobrirr se a busca por Illyana trará de volta a irmã de Colossus, ou se o arco tratará apenas do combate inevitável entre os "novos mutantes" e o demônio Belasco. De qualquer forma, se a tendência se mantiver, valerá muito a pena.


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