segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Novos Vingadores: Resistindo em torno de um símbolo

New Avengers #21

Deflagrada a Guerra Civil no universo Marvel, era inevitável que os Novos Vingadores, o mais importante grupo de heróis da Terra, sofresse o maior dos impactos. Especialmente quando os pivôs dos dois lados da guerra são seus dois principais membros. Assim como fez em Vingadores: A Queda, Brian Michael Bendis nos traz o inevitável arco Novos Vingadores: A Queda, que terá como foco, em cada parte, um dos membros do novamente esfacelado grupo. E essa primeira história, que podemos ler em Novos Vingadores 43, tem como foco o principal responsável pela existência da guerra: o Capitão América.
Não, não quero dizer com isso que Steve Rogers quis que essa guerra acontecesse. Muito menos que age de forma inconseqüente e egoísta. Mas sim que, se ele se juntasse ao Homem de Ferro ao lado dos que apóiam a lei de registro de super-humanos, talvez não houvesse resistência. Não houvesse oposição substancial a essa reviravolta no mundo dos heróis Marvel. O símbolo e as idéias, muito mais do que a força física, que Rogers representa aos olhos dos que se negam a se registrar é que parece ser a força motriz que impulsiona o lado "fora-da-lei".

E é justamente baseado em tudo que seu pseudônimo representa, e no que acredita, que Steve se recusa a assinar a lei de registro. Não porque isso traria prejuízo à sua vida pessoal. Afinal, sua identidade é pública. Mas porque ele se recusa a assumir um papel no qual sua posição de heróis seria suplantada por de um mero "pau-mandado", que realizaria as mais escusas missões em nome do governo. Não é esse, em sua opinião, o papel de um herói. Um herói estaria acima de um governo e agiria por princípios.

Novos Vingadores: A Queda pt. 1

A história em questão (que infelizmente tem os sofríveis desenhos de Howard Chakyn, que NÃO volta nas próximas edições, amém) mostra um Rogers até certo ponto com uma crise existencial. Duvidando mesmo se valeria a pena ter voltado à vida após desaparecer no fim da Segunda Guerra Mundial, para chegar a esse momento. Um momento em que tudo que acredita parece desmoronar sob o governo do país cuja bandeira estampa seu uniforme. Um mundo em que não pode mais confiar em seus amigos, em que o desapontamento com a posição de muitos deles o desanima mesmo a lutar contra o que acha errado.

Suas reflexões são interrompidas por uma tropa da SHIELD equipada com tecnologia desenvolvida especialmente para derrubar super heróis (cortesia de seu amigo Tony Stark). Steve vê nos soldados não vilões, mas “pobres garotos” que "só fazem o que mandaram". Um pouco contraditório com o que ele pensava sobre a imposição trazida pela lei de registro, mas o que não é contraditório nesse momento?

Ele os vence. Mesmo ferido, o maior golpe acaba sendo psicológico. O líder do ataque é seu amigo de longa data Dum Dum Dugan, braço direito do ex-diretor da SHIELD Nick Fury. Um amigo... é assim que será daqui para frente. Amigo contra amigo.

Novos Vingadores: A Queda pt. 1

Desacordado em um esconderijo montado por Fury, Steve acorda com a voz de seu velho amigo Sam Wilson, o Falcão. Mais um amigo. Mas será "de verdade"? Demora até o Capitão ter certeza da lealdade de Wilson, que defenestra Tony Stark, que, para ele, sempre foi um vendido. Rogers diz que agora é hora de reagir à lei de registro, e reunir um grupo de Vingadores para combater o que ele acredita ser errado. Avisando ao Falcão que a coisa não será "bonita", este lhe responde que o problema não é confronto, mas o que será depois que um dos lados vencer.

Novos Vingadores: A Queda pt. 1

Mais um desapontamento para Rogers ocorre ao saber do alinhamento do Homem-Aranha ao lado de Stark. Em seguida, o primeiro homem a quem ele recorre é Hank Pym, que se mostra apenas mais um amigo com o qual não mais contar. Ainda assim, ainda como oponentes, o atual Jaqueta Amarela se recusa a combater o Capitão América. O respeito que ele tem, mesmo de seus adversários, é imenso.

Novos Vingadores: A Queda pt. 1

Hank se surpreende pela consideração que Steve tem por ele. Por ser um dos membros fundadores dos Vingadores. "Esse símbolo vivo me respeita", deve ter pensado Pym ao discutir com o Capitão enquanto uma tropa da SHIELD se aproxima para capturar os dois "fora-da-lei". Novamente, eles não conseguem. Novamente, Steve se decepciona com um amigo. Mas não há tempo para lamentação. O próximo da "lista" deverá ser procurado. É a vez de Luke Cage.


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