domingo, 9 de setembro de 2007

Estréia a (super) nova equipe de criação de X-Men

X-Men #188

Começa esse mês de setembro, em X-Men 69, a nova e elogiada fase dos X-Men sob a batuta de Mike Carey (roteirista que parece anos luz à frente do que Milligan era capaz de fazer com os mutantes) e com arte de Chris Bachalo. Ainda que muitos não curtam os desenhos de Bachalo – eu, particularmente, gosto bastante –, a maneira quase "suja" como ilustra as histórias faz dele a escolha ideal para esse novo arco dos mutantes: Supernova. Não entendi porque não manter "Supernovas", no plural, como o original, mas vamos lá.
Vemos de cara, nessa edição, duas mudanças significativas no comportamento e convivência de alguns personagens do título. Em primeiro lugar, Vampira. Em sua espetacular cena inicial, na qual Ciclope, Emma, Homem de Gelo e Míssil são apenas coadjuvantes, a mutante demonstra um lado bem mais sombrio, explicado, em parte, pelos acontecimentos do sofrível arco Sangue de Apocalipse, e o desaparecimento de Gambit.

X-Men: Supernova

Ao resgatarem duas prisioneiras de um laboratório de experimentos genéticos disfarçado de hospital, os X-Men contam com uma Vampira com personalidade e muito mais letal do que estávamos acostumados a ver nos últimos tempos. Combinando os poderes dos inconscientes Scott e Emma, ela derruba rapidamente um grupo de soldados muito bem equipado e preparado para um ataque de superseres, não sem antes saber o nome de seu empregador. Um tal de "Pan".

X-Men: Supernova

De volta à Mansão X, Ciclope elogia a rápida decisão e ousadia de Vampira, enquanto Emma se sente nitidamente incomodada com a absorção de seus poderes e, conseqüentemente, memórias, pela colega. Em seguida vemos outra mudança gerada pelos eventos dos últimos meses nos títulos X: a relação entre Scott Summers e Charles Xavier. Surpreso pelo professor não ter partido (entendam o motivo lendo a estréia da nova equipe criativa de Fabulosos X-Men em X-Men 70), Ciclope reage de forma seca quando Xavier questiona eticamente o uso que Vampira fez de seus poderes, nitidamente em uma referência ao que foi revelado em Gênese Mortal. Vampira e Emma não parecem discordar muito do líder dos X-Men. Xavier parece solitário em sua própria casa.

X-Men: Supernova

Enquanto a identidade de uma das prisioneiras (a Lady Mental) é revelada ainda no resgate, a segunda só é identificada pelo Fera em seu laboratório. É Karima Shapandar, a sentinela Ômega que fez parte do efêmero Excalibur formado por Xavier, Magneto e alguns mutantes sobreviventes de Genosha.

Ainda no laboratório, Ciclope resolve premiar a postura de Vampira (quase como uma forma de fazer o oposto que Xavier faria) colocando-a como responsável por uma equipe de X-Men com muita liberdade de ação, dando-lhe livre escolha de seus membros. Ela aceita, selecionando o Homem de Gelo, Míssil e... Mística! Longe de ser um sinal de afeto por sua mãe adotiva, Vampira a escolhe exatamente por não confiar nela. Antes dela concluir suas escolhas, um incidente na porta da Mansão: Dentes de Sabre aparece, mas não para atacar os X-Men. E sim para pedir abrigo (?!?). Mas por quê??

X-Men: Supernova

O pedido remete ao que acontece em paralelo nessa primeira história. No México, nas proximidades da fronteira com os EUA, Creed aparece gravemente ferido, com seu fator de cura "falhando", perseguido por seres que aparentam ter muito poder, alta tecnologia, e que realmente parecem desejar sua morte. Para cobrir os rastros por onde o mutante passou, somente por ele ter parado um pouco em um bar, dois desses seres destroem todo um quarteirão da cidade de Nogales. Deixando uma testemunha que atribui a autoria da explosão aos X-Men. Outros dois, desse mesmo grupo, quase matam Dentes de Sabre no deserto.

X-Men: Supernova

Se há relação entre o laboratório do tal "Pan" e o ataque a Dentes de Sabre, porque quiseram incriminar os X-Men, ou mesmo o que os gêmeos Beaubier (podem espiar a capa da revista, e verão que Estrela Polar e Aurora estão lá) somente as próximas edições responderão. O que parece mais importante para nós agora é que, depois de muito tempo, os X-Men passam a ter um tratamento mais digno, com a entrada do bom roteirista Mike Carey e com uma trama que já aparenta ser muito mais interessante do que nos legou a nefasta fase Milligan. Longa vida aos "supernovos" X-Men.


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