sábado, 15 de setembro de 2007

Homem-Aranha: Fazendo a coisa certa?

Amazing Spider-Man #534

Ainda não sabemos de que forma terminou a batalha iniciada em Guerra Civil 3, mas já temos algumas pistas e repercussões importantes dela na revista Homem-Aranha 69. De um Homem-Aranha um tanto arrogante, retratado no episódio citado, chegamos a um herói aracnídeo que começa a vacilar sobre a posição assumida no conflito que dividiu o mundo dos heróis Marvel em dois.

A história dessa edição nos dá algumas certezas. Em primeiro lugar, o lado pró-registro saiu com vantagem (provavelmente pela vantagem adquirida com a chegada inesperada de Thor, que não aparece nesta edição), o que fica bem claro nas palavras do Homem de Ferro, logo no início. Ao elogiar a ação aos "seus Vingadores", vemos atrás de Tony um cabisbaixo Homem-Aranha. Mas, por quê? O que ocorreu na batalha para que ele ficasse assim? Não há tempo ainda para especular, porque outra informação nos é dada. Fizeram-se prisioneiros no confronto. Mas, quem?

No comboio que leva os heróis anti-registro capturados, percebemos que Peter está tendo dificuldades em lidar com as contradições de sua posição. Ao mesmo tempo em que sabe que está, pela primeira vez, do lado da lei, agindo e sendo reconhecido como herói, ele sente que algumas coisas estão erradas. Quando o Homem de Ferro parece saber de seu sentido de aranha (habilidade cuja existência compartilha com poucos), o Aranha sente que pode estar sendo monitorado por seu novo "mentor" através da armadura que agora veste.

Homem-Aranha: Guerra Civil

Não há tempo para mais divagações quando heróis que não foram capturados interceptam o comboio. Riscamos Capitão América, Luke Cage, Demolidor, Manto e Adaga da lista de prováveis prisioneiros. Mantemos o Golias, Hércules, Falcão, Cable, Jovens Vingadores e outros como os possíveis ocupantes dos caminhões. Um ataque com mísseis acompanha a abordagem dos anti-registro - o que é estranho, já que não parecem contar com esse recurso. Um novo confronto é travado quando os pró-registro se desviam para a Rua Yancy, o que deixa outra parte dessa história para Quarteto Fantástico na Universo Marvel desse mês de setembro.

Homem-Aranha: Guerra Civil

O foco se volta, então, para o quase inevitável encontro do Aranha com o Capitão. Steve dá uma última chance a Peter de ir para "o lado certo", por todo o respeito que o aracnídeo conquistou do sentinela da liberdade. Mas não adianta. Ainda que o Homem-Aranha se lamente pelo fato de que, quando finalmente tem a admiração de um herói pessoal, coloca-se no lado oposto a ele.

Homem-Aranha: Guerra Civil

Os dois se enfrentam e Peter percebe como seu oponente, seu herói, luta de forma magnífica e é quase impossível de se derrotar. Só recorrendo à suas habilidades aracnídeas o escalador de paredes consegue equilibrar a luta. Mas essa é interrompida quando uma explosão soa ao fundo e Steve abandona o Aranha, e seu próprio escudo, para ajudar seus aliados. Peter fica lá. Mais uma vez a grande admiração pelo seu oponente é nítida, quando ele cuida para que o símbolo que o Capitão carrega nos braços não seja violado.

Homem-Aranha: Guerra Civil

O Homem-Aranha reflete sobre, talvez, o ponto central de toda Guerra Civil, qual a fronteira que separa legal-ilegal do certo-errado? Até onde alguém deve se prender a princípios jurídicos e a princípios morais, quando estes parecem muito distantes um do outro. Ainda que repita para si mesmo que essa não é uma questão de certo e errado (como pensa o Capitão), mas do que é legal e ilegal, buscando algum conforto no fato de estar do lado da lei, Peter Parker não tem certeza de que está fazendo a coisa certa...


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