Homem-Aranha: A dor de Tia May

Mary Jane pensou em tudo que estava passando por causa da revelação da identidade do Homem-Aranha e da decisão de Peter Parker em se voltar contra os heróis registrados, percebendo que ela escolheu aquela vida. Mais do que isso, depois de conversar com Susan Richards, percebe que talvez sua escolha seja ainda mais admirável, considerando que ela não é uma super-heroína. Porém, quando se dá conta disso, encontra Peter nos braços de May, destroçado depois de tomar uma surra inusitada pelas mãos de um de seus inimigos mais tradicionais, o Rino. A partir daí, antes de levar o tiro aparentemente fatal de um assassino contratado pelo Rei do Crime, é a vez da tia do Homem-Aranha em pensar na vida ao lado de seu heróico sobrinho.

A história de Sensational Spider-Man em Homem-Aranha 74 começa com May lembrando o quanto sua vida “perfeita” ao lado de seu grade amor, Ben, pareceu golpeada por uma série de incertezas quando, após receber a notícia das mortes dos pais de seu sobrinho Peter, percebe que daquele momento em diante uma pequena vida estaria sob sua responsabilidade. Seria ela capaz de realizar tal tarefa corretamente. O laço se criava quando, chorando pela falta dos pais, Peter via nos braços de sua tia um conforto e um pouco de segurança maternal.


A sensação não passa quando May abraça Peter gravemente ferido quando MJ chega ao quarto de hotel barato em que se escondem, o que faz a senhora idosa pensar em como sua vida virou uma série de preocupações cada vez mais freqüentes e mortais girando em torno do sobrinho. Enquanto pensa em tudo que perdeu nos últimos tempos, vê Peter dizer para as duas não se preocuparem, tentando naturalizar uma situação completamente surreal para qualquer pessoa normal. Mas May recusa a idéia de MJ, que achava melhor levar o marido ao hospital (o que os exporia), dizendo-a para pegar o pouco dinheiro que lhes resta e comprar medicamentos enquanto cuidava dele.


Conversando com Peter ainda muito ferido, May se lembra de quando, em situação semelhante, finalmente descobriu que seu sobrinho era o Homem-Aranha. E vai além (ou aquém) na lembrança. Recordando de como ficou abalada quando Peter quebrou o braço brincando com um amigo de infância, ela demonstra guardar extrema mágoa e traços antigos de superproteção pelo sobrinho.


Momentos depois, quase como um pedido de desculpas a MJ por ter sido rude ao mandá-la à farmácia, May houve da única amiga que teve nos últimos tempos a pergunta que envolve essa série de histórias do Aranha desmascarado: como as duas agüentam essa vida? MJ tenta quebrar mais o gelo comentando sobre a história do braço quebrado do pequeno Peter. May conta como discutiu com Ben, que via a situação com mais naturalidade. Mas ela não conseguia reagir de outra maneira ao ver o sobrinho machucado, a não ser com severidade. Da mesma forma que fez com MJ.


Enquanto isso, em um gancho para a próxima história, vemos como Rino se enfurece pelo Camaleão, que iria lhe pagar pela surra no Homem-Aranha, ter sido preso. Pior do que isso, as notícias da surra (lamentavelmente narrada como merecida pela imprensa que volta a ver o Aranha como ameaça) chegam até Felicia Hardy, a Gata Negra, que provavelmente se vingará do vilão por ferir seu antigo amor.


De volta à May, ela se lembra como foi dura com Tommy Bonks, o amigo do jovem Peter que o incentivou a subir na árvore, da qual caiu e quebrou o braço, ironicamente insinuando que o menino aumentaria o medo de altura de seu sobrinho. A lembrança do abraço e conforto trazidos por Ben, que a acalmara tanto naquela época, a faz rememorar algo que nunca mais teria.

De repente, com Peter recuperado e MJ de humor renovado, as coisas parecem voltar a um pequeno grau de normalidade. Mas a dor que ele perde parece não abandonar May, que guarda as mesmas cicatrizes do sobrinho, mas não suas alegrias.


Porém, diferente do jovem casal, May lamenta que depois de perder Ben, apenas os ferimentos ficaram.


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