segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Refletindo o Veneno


Amazing Spider-Man #569 - Adi Granov alternative cover

Como logo ficará claro, Eddie Brock, o primeiro hospedeiro do simbionte alienígena a assumir o nome Venom, doente terminal de câncer, terá um papel crucial no arco de histórias do Homem-Aranha intitulado Novas Formas de Morrer, iniciado em Homem-Aranha 92. Nesse interlúdio, publicado na mesma edição, após a conversa que teve com Martin Li, May Parker e Betty Brant no projeto FESTA, ele vive mais uma experiência traumática até de tudo mudar, não sem antes revelar um tormento que ainda carrega consigo.

Ao ser rejeitado por um programa da divisão média Oscorp (empresa de Norman Osborn, atual diretor dos Thunderbolts) por não se qualificar, Eddie se enfurece, e a voz de Venom, mesmo com o simbionte longe, o incita a quase cometer um homicídio. E não foi a primeira vez. Sua doença está em estágio muito grave, e ele não sabe mais se aquela voz é um resíduo do alienígena ou delírios causados por seu corpo moribundo.

Homem-Aranha: Novas Formas de Morrer - Interlúdio

Isso não o admiraria, já que Venom trouxe tudo que havia de pior nele enquanto hospedava o simbionte. E continua fazendo, estimulando-o a fazer coisas terríveis. Mas não apenas isso. Brock não consegue mais se olhar no espelho sem ver no lugar de seu rosto o sorriso macabro com dentes afiados, baba e uma bizarra e pegajosa língua. O rosto de Venom revelaria seu interior podre.

Homem-Aranha: Novas Formas de Morrer - Interlúdio

Ele continua a caminhar, sabendo que, rejeitado pelos tratamentos experimentais, só lhe resta sua fé e seu desejo por redenção. E por isso agradece a oportunidade dada por Lee e o contato com pessoas como May. No abrigo ele pode se sentir útil em seus últimos dias.

Mas não é por isso que tudo são flores, e um mendigo, Mike, o perturba constantemente com sua atitude arrogante. Ele lembra muito o pai de Eddie, e isso só piora a situação. E mais uma vez o mendigo exagera em suas grosserias, mas Brock não está em um bom dia, e reage.

Homem-Aranha: Novas Formas de Morrer - Interlúdio

A angústia de não ter mais saída para o câncer e o sussurro provocador de Venom, juntos, fazem Eddie se “tranformar”. Ele parte para cima de Mike, o espanca, e logo depois, com as mãos ensangüentadas, arrepende-se. O Sr. Li e May não acreditam no que vêem, mas o mendigo está no chão desacordado e sangrando, enquanto Eddie chora em arrependimento, mesmo que alguns ali reconheçam que o rapaz apenas reagiu a uma agressão.

Homem-Aranha: Novas Formas de Morrer - Interlúdio

Cambaleante na rua, ele vê o rosto de Venom mais do que nunca em todo lugar. Segue angustiado até seu oncologista, fazer mais exames, mas torce para que seu tormento logo termine, com sua morte. Porém, uma surpresa inesperada.

Eddie não se qualificou para os testes clínicos porque seu câncer recuou milagrosamente e desapareceu – após o toque do Sr. Negativo, como vimos na mesma edição. Ele se olha no espelho e não vê mais o Venom, mas apenas o seu rosto recuperando o aspecto saudável.

Homem-Aranha: Novas Formas de Morrer - Interlúdio

O médico também está surpreso, e não tem explicação clínica para a cura. Ele apenas saúda Brock, deixando o rapaz ir para comemorar a descoberta. E Eddie sai dizendo que vai “refletir” a respeito disso, sabendo que agora pode se olhar no espelho e ver apenas a si mesmo. Mas... será? O câncer que é Venom de fato desapareceu?

Homem-Aranha: Novas Formas de Morrer - Interlúdio

O fim da história, escrita por Mark Waid e com belíssimas ilustrações de Adi Granov, sugere o contrário. O que isso significa, apenas as próximas edições de Homem-Aranha podem revelar.


João

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