quinta-feira, 29 de julho de 2010

X-Men Legado: Mutatis Mutandis


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Primeiro, ele foi baleado na cabeça pelo ex-aluno Bishop. Em seguida, seu antigo inimigo Exodus restaurou sua saúde, embora nem todas as suas memórias tenham ficado intactas. Quando o homem lhe ofereceu a liderança de seus Acólitos, ele recusou, e partiu sozinho em busca de suas lembranças perdidas, de redenção pelos seus erros passados e de seu lugar no novo panorama mutante, com uma atitude mais ativa e decidida.

Agora que parte dessa jornada está completa, o Professor Charles Xavier volta à base dos Acólitos, a fim de ensiná-los mais uma lição.

A história, publicada em X-Men 103, começa em um sonho de Amélia Voght, em que ela encontra Xavier num hospital de campanha em Trípoli. Ele não esteve presente ali durante a estada dela no local, anos atrás. Por isso, ela percebe que se trata de um sonho e gosta da presença de Charles. Ele a alerta que está indo para Nova Avalon neste momento, e, ao contrário do que ela afirma, não será bem vindo, pois vai para destruir o local.

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Ela acorda assustada, com Random em seu quarto, avisando-a que devem se juntar ao resto da equipe, pois há uma situação de emergência. Amélia não é a única que sonhou com o Professor X, embora o sonho dela tenha sido bem mais pacífico. Os Acólitos, reunidos – incluindo Karima Shapandar, a Sentinela Ômega -, monitoram a aproximação de Xavier, sozinho e desarmado, o que impede as defesas automáticas de identificá-lo como ameaça.

Ao chegar à porta de entrada, Charles simplesmente ordena que ela abra e assim acontece. Ele prossegue pela instalação, destruindo as defesas do lugar sem nenhum esforço físico e impedindo os sistemas de rastreá-lo.

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O mistério óbvio aqui é: como ele poderia fazer isso apenas com seus poderes telepáticos? A resposta chega quando a acolita Unuscione percebe que é a responsável pelos atos, por estar sendo manipulada por Xavier. E, embora ela se lembre de acionar os escudos psíquicos que o impediriam de tal façanha, eles permanecem em espera. Karima conclui que tal memória deve ter sido plantada em sua mente pelo professor, e ela não chegou a ligá-los em nenhum momento.

Ele continua avançando e, ao perceber que, além de irrastreável, Xavier está manipulando suas mentes há horas, Exodus ordena que parte da equipe saia em busca do professor. Charles os encontra antes do contrário e, embora estejam com as mentes protegidas agora, as sugestões pré-hipnóticas que ele inseriu em suas mentes ao visitar seus sonhos permanecem intactas.

Livre desta frente de ataque, ele logo se depara com Amélia Voght, que lhe pergunta sobre que beijo de Judas ele plantou em sua mente desta vez. Charles conta que já fez isso uma vez com ela, e esqueceu. Agora que lembrou, preferiria ver a Terra queimar a fazê-lo de novo. Após um momento de silêncio, ela não consegue evitar as lágrima e ele simplesmente segue adiante.

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Xavier chega ao encontro de Exodus, que acusa seus métodos de covardes. O professor explica que não tocou na mente dele, e que tudo que pede é um minuto de seu tempo. O acólito pergunta a Karima, única presente da sala além dos dois, se suas armas estão travadas no Professor X, e ela explica que não, estão travadas nele.

Ela deve o pouco de humanidade que possui a Charles, e não poderia voltar-se contra ele ou permitir que seja ferido. Sem outra escolha, Bennet du Paris decide travar a batalha final mente a mente com Xavier.

Mas o professor explica que não foi até ali para lutar, e enviou os sonhos apenas para que não fosse erroneamente bem recebido, já que não foi ali como amigo. Ele pretende, sim, destruir os Acólitos, por não ver alternativa, mas acredita que nenhum sangue precisa ser derramado no processo. Exodus desdenha do comentário, afirmando que jamais se renderia, pois sua vida é dedicada ao juramento que fez de proteger e guiar seu povo. Charles gosta de saber que este ainda é seu objetivo, e pede que o acólito o acompanhe numa caminhada, onde conversarão.

Exodus diz que Charles não o persuadirá. Sendo assim, Xavier questiona o que ele teria a perder. Seu tempo, sua paz de espírito e talvez seu rumo, ele confessa. Bennet ainda explica que não tem medo do Professor X, pois só teme a desonra e a morte sem o cumprimento de seu objetivo. Charles conta que o passeio que farão é por suas própria memórias.

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Eles começam vendo uma galeria de Acólitos, com membros do grupo de várias épocas diferentes. Exodus conta que aqueles são os mais bravos e nobres ao lado de quem já lutou, e o professor o relembra do fato de que tantos daqueles nomes estão hoje gravados em lápides. Tal como muitos alunos de Xavier, como Bennet não deixa de retrucar.

Em seguida, o professor mostra uma galeria de diferentes inimigos dos X-Men (num painel bem legal que faz homenagem à abertura do desenho dos anos 90), e conta o grande número de facções e exércitos montados para guerrear por doutrinas ou motivos de ordem teórica. Com isso, mutantes mataram mutantes e a espécie pareceu querer se auto-extinguir. Exodus explica que não é responsável pelos erros alheios. Mas Charles retruca que será, se repeti-los.

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Ele continua, dizendo que, apesar do discurso de Exodus sobre seu dever para com seu povo, quando a messias veio, ele quis tomá-la para si, para seus próprios objetivos. Eles agiram como crianças disputando algo, numa questão tão fundamental de sobrevivência. Bennet luta há muito tempo, mas o mundo mudou, a Dizimação veio e foi, e ele continua ali. Exodus se irrita com tal afirmação, e pergunta onde mais ele deveria estar, senão em seu posto?

Voltando ao cenário real de Nova Avalon, Xavier responde, dizendo que ele deveria estar com os outros poucos mutantes remanescentes. Com os X-Men, em São Francisco, em vez de travando uma guerra ultrapassada num campo de batalha imaginário.

Charles explica que eles não são mais seus X-Men, e que a questão aqui não é o certo ou o errado. A messias veio e quase morreu por ações mutantes. E quando ela vier de novo? Eles agora são muito poucos para se darem ao luxo de se dividirem em facções divergentes. Um vacilo e todos vão para o abismo juntos. Exodus pensa que pode impedir a catástrofe, mas como fará aliança com seus inimigos quando os exércitos humanos vierem atrás dele? Porque eles virão, guiados por seu medo e fraqueza. Para os mutantes, resta a união ou a morte. Nos dias de hoje, são as únicas opções.
[Nota do Redator: Como diria Jack Sheppard! ;-)]

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Bennet se espanta por um momento com o discurso em tom de desabafo do professor, e diz que ele e seus Acólitos considerarão o proposto.

A seguir, Karima guia Charles até o quarto onde Joanna Cargill permanece inconsciente, desde seu último encontro. Talvez pela desobediência da mulher ao tentar matar Xavier, Exodus não a acordou com seus poderes. O Professor X o faz, ela o ameaça de morte de novo e ele simplesmente retruca que a deixará dormindo por mais um ano, caso toque nele. Ela foi desperta pois há um debate importante de sua equipe do qual deve participar.

Charles aguarda o fim da reunião, até que Amélia vai a seu encontro e lhe conta que Exodus dará início ao que chama de peregrinação, embora nem todos os membros do grupo compreendam como as coisas mudaram. Voght confessa estar impressionada porXavier ter derrotado os Acólitos quase sem luta, e que a parte dela que o odeia por isso é relativamente pequena.

Xavier abre o jogo, dizendo que ela já o trouxe de volta à vida uma vez, depois que ele perdeu o usa das pernas, e que ele mesmo odeia várias partes de si, e preferia que o Charles Xavier que abusou da confiança dela e a afastou jamais tivesse existido. Amélia diz que também tinha seus problemas e que a culpa não foi toda dele. Charles ainda fala sobre o quanto deve a ela e o tão pouco que pagou, mas ela o interrompe, dizendo que hoje não é dia para isso, por ser um dia de términos.

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Os Acólitos deixam Nova Avalon, e na saída, Joanna Cargill acusa o ato de covarde, dizendo que fogem porque as probabilidades se voltaram contra eles. Mas Exodus discursa que o que mudaram não foram só as probabilidades, mas o campo de batalha e a própria razão pela qual lutam. A raça mutante precisa de outro tipo de cruzada, e eles devem ser os guerreiros de que seu povo precisa, custe o que custar, deixando também para trás meios que não mais podem ajudá-los. Nisso, ele usa seus poderes para demolir a montanha onde sua base de operações ficava.

Charles puxa mais uma conversa, onde Exodus diz que renuncia a este nome, devido à sua referência ao Êxodo bíblico. Bennet explica que Moisés guiou seu povo a uma terra prometida onde jorrava leite e mel, enquanto ele está apenas comandando uma retirada. Xavier explica que não é disso que se trata, e sim do encerramento atrasado de guerras que não mais existem; de não esquecer o passado, mas fazer as pazes com ele e finalmente viver o presente. Quando o acólito diz que vê o presente como uma barbárie onde animais cospem no Céu e devoram uns aos outros enquanto morrem, o conselho do professor é curto e grosso: “Então mude-o.”

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Neste momento, um helicóptero se aproxima dos dois. Lendo a mente do piloto, a única não protegida por escudos eletrônicos, Bennet descobre apenas que ele trabalha para o MARTELO e não sabe porque está ali. Ele desconfia que aquilo possa ser parte de um plano de Xavier para prendê-lo, o que claramente não é o caso, e o professor confessa não fazer ideia do motivo da presença do helicóptero.

Logo, ninguém menos que Norman Osborn desce dele, perguntando a Charles se pode ter um minuto de seu tempo, e a história termina.

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O que vai sair desse encontro, a gente descobre mês que vem, no próximo grande crossover da Marvel, que promete colocar os Fabulosos X-Men e os Vingadores Sombrios de Osborn em rota de colisão.

Por enquanto é só, nesta excelente história sobre mudança e realismo sobre a situação dos mutantes da Marvel que serve como um tipo de conclusão para a memorável fase de Charles Xavier como protagonista de X-Men Legado.

Para finalizar, não posso deixar de lembra da capa alternativa norte-americana que esta edição teve. O já famoso desenho de nossa querida Adriana Melo, que mostra a Vampira e faz homenagem a Madonna e Marylin Monroe:

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Bom, é isso. Cuidamos do passado, e vejamos o que o futuro tem para nós. Até a próxima.

Léo

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