sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Avante, Vingadores: O Cavaleiro, o Soldado e o Guerreiro.

Conhecidos por muitos como a trindade dos Vingadores, o deus nórdico Thor, o supersoldado Capitão América e o visionário Homem de Ferro acabaram se afastando nos últimos anos, o que provavelmente deixou a estrutura dos Vingadores bastante frágil. Com o filho de Odin afastado durante depois do Ragnarok, o cerne do fim desta união aconteceu durante a Guerra Civil com a briga de Steve e Tony, culminando com a morte da lenda. Mas isso foi em outros tempos. Com a Era Heróica, esses três voltam a se encontrar, mas ainda muita coisa que eles terão que resolver.

Vingadores Primordiais

Essa história publicada originalmente em 5 edições de uma minissérie chamada Prime Avengers pode muito bem ser considerada o grande prólogo da nova Era dos Heróis. Sabiamente, a Panini resolveu colocá-la de uma vez só como carro abre-alas na edição Avante, Vingadores 48, o que dá um pontapé inicial em muitos outros novos títulos que estão começando (e outros recomençando) no Brasil.

Tudo começa nas ruínas da caída Asgard, com Steve dando apoio a Thor para a recuperação de seu reino e Stark, sempre otimista, dizendo que quando reconstruírem o lugar será ainda melhor assim como sempre é com suas novas armadura. Isso acaba causando o primeiro conflito entre Tony e Steve desde que este último retornou dos mortos e é Thor quem acalma os ânimos.

Vingadores Primordiais

Adentrando mais no lugar, eles chegam até o observatório de Heimdall, que danificado pela luta, acaba causando um efeito inesperado quando acionado e catapultando os heróis para sabe-se lá que outro dos nove reinos. E assim, cada um dos Vingadores Primordiais é levado para o que parece ser outro mundo, onde terão que dar um jeito particular para sobreviver.

O Homem de Ferro está com uma armadura menos avançada e que danificou-se ainda mais durante a viagem. Contudo, esse é o menor de seus problemas já que acaba topando com um bando de Trolls nada felizes ao saber de sua amizade com o Deus do Trovão. E eles são só o ápice do problema, pois o dragão Fafnir (ex-vilão do Thor) também foi ressuscitado após o antigo Ragnarok e vai querer usar Stark como isca para ter sua vingança. E aqui temos um ótimo exemplo de que Stark mesmo sem uma armadura funcional, é capaz de muita coisa. Na verdade, até "sem nada", ele consegue dar um jeito na situação.

Vingadores Primordiais

O Capitão América se vê numa floresta escura e ao procurar informações sobre onde está numa estalagem, acaba indo de encontro com uma horda de Elfos Negros. As criaturas, apesar do grande número, não se mostram grande ameaça e até acabam fornecendo ao Capitão uma boa cota de malha, um escudo e espada para lutar. Após o inconveniente, Steve é ajudado por uma outra elfa negra, Mageth, a quem acaba se afeiçoando ao longo da história. Divertido é ver que indiferente ao que a moça é externamente, ele consegue perceber algo de bom em seu interior.

O paradeiro de Thor é o mais drástico. Primeiro, o vilão é atacado por sua ex-amante e eterna vilã, Encantor, que ainda guarda em seu coração a vingança. Mas durante a batalha dos dois, é a chegada de Hela portando a Espada do Crepúsculo que mostra que as coisas destinam-se a algo bem pior. Por sinal, muitos talvez nem lembrem que ainda durante o Reinado Sombrio, Bendis já havia usado a Espada do Crepúsculo como tema , que acabou tendo um uso melhor na mão do Ares.

Vingadores Primordiais

Mais tarde, após Steve e Tony se reencontrarem, juntos seguem o som dos trovões e relampejar de raios para ajudar o Deus do Trovão. O que encontram no lugar é o corpo caído de Thor, sem seu Mjolnir. Ao levá-lo para um lugar seguro na casa de Mageth, é explicado como ele sobreviveu graças a uma ajudinha de Encantor, que atacou a deusa do inferno antes que ela desferisse o golpe fatal em Thor. Aos poucos, Thor vai percebendo que tudo naquele lugar não está certo e de alguma maneira o que se vê é que os outros sete reinos acabaram se mesclando numa coisa só. Sem entender a causa disto, a trindade dos Vingadores sabe que a missão deles ali é pôr as coisas de volta no lugar.

Para derrotar Hela e portar novamente a Espada do Crepúsculo, alianças inesperadas foram forjadas - Thor e Fafnir decidiram lutar do mesmo lado. Com um verdadeiro exército ao lado dos três, trava-se uma luta contra os mortos de Hela e mesmo sem os poderes plenos e armas completas, Trindade mostra porque são considerados os "mais poderosos" e os inimigos se vêem em completo apuros. É a prova de que com os três trabalhando juntos mais uma vez, tudo é possível.

Vingadores Primordiais

Com uma ajuda de Encantor, o Mjolnir volta as mãos de Thor e agora o Deus do Trovão tem uma arma que possa fazer frente a força de Hela. A deusa do Inferno tomba finalmente e Thor usa a espada para por as coisas de volta nos seus lugares... mas não como muitos pensavam. Asgard ainda está em ruínas na Terra, mas todo o resto foi restaurado. A Trindade retorna a Midgard pelas mãos de Encantor, que se mostrou uma magnífica aliada desta vez. E, por fim, Steve e Stark voltam a se entender. Thor abraçam ambos e este é o sinal de que novos tempos recomeçaram.

Vingadores Primordiais

E assim, Bendis começou muito bem sua Era Heróica, e a arte magnífica do eterno Alan Davis foi um brinde aos leitores saudosistas dos tempos clássicos. O melhor dessa história aqui, além da ação garantida do começo ao fim, é ver que o autor sabe muito bem como trabalhar os três personagens e as relações dos mesmos. Tony está cada vez mais com seu humor sarcástico (herança de Downey Jr e seus filmes); Steve um eterno paladino, galante com as mulheres e austero como lutador; Thor voltando a ser um pouco mais épico (como desde que retornou nesta fase), mas sem deixar de lado o jeito extrovertido que aprendeu com os humanos. E entre as piadas e brincadeiras de um para com o outro (destacando-se a envolvendo Patsy Walker), a grande ameaça acaba não sendo o brilho da história. Não que o tema não tenha sido interessante, fez até necessário para completar mais as consequências da queda de Asgard. Só que certamente, tudo fica em segundo plano com a presença dos três ícones principais da Casa das Idéias.

Vingadores Primordiais

Essa história, particularmente, é uma das minhas preferidas do Bendis desde que tudo foi renumerado após o Cerco, sendo de um maestria sem igual a maneira com que ele em cinco histórias nos convence de que tudo pode ficar bem entre os três vingadores mais uma vez, com todos os revezes passados deixados de lado. É uma edição recomendadíssima para quem já lê Vingadores, para quem quer começar de algum ponto e também para quem é um comprador ocasional que só quer uma leitura divertida e eventual.

Coveiro

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