quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Segundo Advento - Parte Extra: Resgate infernal

Conforme mostrado na semana passada, a saga Segundo Advento chegou ao fim, Bastion foi destruído e os X-Men venceram. Tudo muito bom, tudo muito bem; só tem um problema: afinal, que fim levou Illyana Rasputin, a Magia? A resposta se encontra nessa aventura paralela vivida por um grupo de resgate bem peculiar...




Perder Illyana obviamente sempre esteve fora de questão: primeiro, porque as habilidades de combate e teletransporte da moça são indispensáveis para os X-Men; segundo, porque o irmão dela, Colossus, provavelmente mataria Ciclope se ele não tomasse alguma atitude para resgatá-la. Julgando que Colossus não estaria apto a participar do resgate, Scott atribui a tarefa a Samuel Guthrie, o Míssil, amigo de longa data de Illyana.



Os dois logo selecionam uma equipe de resgate, composta por Estrela Polar, Cristal, os jovens (e ainda furiosos com Magia) Anole, Fada e Transe (apenas em forma astral), além do eterno lobo solitário Gambit. A história aponta como cada um dos escolhidos teria uma habilidade chave para a aventura no Limbo, para onde Illyana foi enviada. O leitor mais atento logo percebe o verdadeiro motivo por trás da escalação: X-Men importantes demais para ficar apenas na figuração, mas não importantes o bastante para ganhar um papel relevante na saga principal. É, Gambit, sua reputação já viu dias melhores...

Fada leva o grupo até o Limbo, mas embora essa dimensão nunca tenha sido convidativa, dessa vez está completamente tomada pelo terror e pelo caos: as estruturas físicas se alteram a cada instante, separando os X-Men e ameaçando fazê-los caírem direto no fogo infernal; tropas monstruosas atacam os heróis, e quanto mais demônios são destruídos, mais demônios aparecem. E como desgraça pouca é bobagem, Gambit repentinamente decide se afastar de seus colegas...



O responsável por tanto caos? Trata-se de Nastirth, demônio que foi o grande vilão na saga Inferno dos X-Men, nos anos 80; junto com seu outrora inimigo e atual servo Sym (outro vilão da mesma saga antiga), ele pretende se tornar o novo regente do Limbo. Para isso, só falta uma coisa: a Espada Espiritual de Magia. E ele sabe como conseguir a espada: convencendo Fada a atravessar o coração de Illyana, ainda indefesa pelo encanto artificialmente produzido pelo reverendo Stryker, com sua Adaga Espiritual. Transe até tentou convencer a amiga a não cair na tentação de Nastirth, que prometeu a restauração da alma de Megan, mas sua forma astral logo se desfez e a menina se viu de volta a Utopia. Bem na hora em que os Nimrods atacavam a ilha (lembram? Pontos para Chris Yost pela continuidade!). Timing perfeito, Transe.



O plano de Nastirth também era beneficiado pela própria Magia, que mesmo indefesa ainda agrediu verbalmente a Fada e ameaçou os amigos da jovem. Nastirth só não contava com duas coisas. A primeira era a nobreza de Megan Gwynn, que mesmo furiosa com Illyana, mantém a decisão de salvá-la. A segunda era que o Limbo traria à tona a segunda personalidade de Gambit, Morte, que em pouco tempo conquista um pequeno exército de demônios e usa seus ainda indefinidos poderes para corromper Estrela Polar e Cristal. Isso leva a uma cena bem legal em que X-Men, demônios do Limbo e os servos de Gambit travam uma batalha de três lados.

E nessa batalha, os X-Men se deram bem: Gambit derrotou Nastirth e Sym, e apesar de ter dado trabalho para o Míssil, acabou pego de surpresa por Magia e Fada, com suas armas espirituais, que enfraquecem Morte e permitem a Remy LeBeau retomar o controle de seu corpo. Ah sim, os X-Men pensam que Gambit apenas sofreu os efeitos da permanência no Limbo; mal sabem eles que o demônio interior do cajun tem outra origem, ainda existe e não deve ir embora tão facilmente...



E assim termina o resgate de Illyana: a russa usa seu poder para retomar controle do Limbo, colocar ordem na casa e preparar a volta dos X-Men para Utopia. Não sem antes agradecer à Fada por tê-la resgatado quando teria todos os motivos para matá-la ou deixá-la morrer, e prometer que uma poderá ajudar a outra a se recuperar no futuro.



Essa história foi publicada em X-Men Extra 115 e 116, com roteiro de Chris Yost e arte de Harvey Tolibao e Tom Raney. E felizmente, posso dizer que é uma aventura bem feita, cheia de reviravoltas e que trabalha bem todos os heróis envolvidos, além de trazer de volta dois vilões que já deram muito trabalho para os X-Men em uma de suas melhores sagas.

É uma pena que o resgate de Illyana tenha sido feito numa história à parte dos acontecimentos principais de Segundo Advento; embora essa aventura acabe não tendo influência direta no destino da messias mutante, acompanhar em paralelo as tensões em Utopia e no Limbo (e também no futuro visitado pela X-Force) teria aumentado ainda mais a adrenalina da saga. Claro, também teria deixado ela um tanto mais longa... mas quando a história é boa (como foi tanto na saga principal quanto nessa aventura isolada), isso lá é problema?

Para quem estava com saudades das constantes viagens dos Novos Mutantes ao Limbo, gosta muito de algum dos personagens envolvidos aqui, ou apenas quer ler uma aventura bem escrita, bem desenhada e emocionante, a sugestão está dada: não deixem de ler o resgate de Magia. Às vezes, os personagens deixados de lado são os que rendem as melhores histórias.

Fernando Saker

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