sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Homem-Aranha: Yin Yang

Amazing Spider-Man #630

A edição 117 de Homem-Aranha trás duas histórias principais. A primeira, a conclusão do confronto do herói aracnídeo com ninguém menos que o Capitão Universo, sendo obrigado a proteger o Fanático, iniciada na edição anterior. Na segunda, algo de muito sombrio se esgueira enquanto a campanha da família do falecido Kraven, o Caçador, para acabar com o Homem-Aranha se aproxima de seu desfecho. Duas histórias em que noções de bem e de mal caminham no fio da navalha.

Confundido uma vingança pessoal com senso de justiça, o atual hospedeiro do Capitão Universo, William Nguyen, diz ter siso arruinado não só pelo Fanático, mas também pelo Homem-Aranha, quando ambos destruíram parte do prédio de onde ele trabalhava como agente financeiro, o que resultaria na sua demissão e no que seria um desencadeamento de desgraças com sua vida profissional e pessoal. Até que, prestes a se matar, tornou-se o Capitão Universo, crendo ser seu papel ir atrás daqueles que o arruinaram.

Enquanto a história se encaminha para o fim, o Aranha percebe que todos ali têm algo em comum. Todos tinham ou tiveram vidas difíceis, fizeram coisas cujas repercussões foram ruins (o Fanático arruinando a vida de Nguyen, o Aranha enterrando o Fanático no concreto, o que gerou a instabilidade e os tremores de terra em Nova York, e agora o Capitão Universo prestes a piorar a situação por vingança pessoal), mas têm chance de se redimir com os poderes com os quais foram agraciados. De serem responsáveis.

Mas Nguyen não entende, e a Força Enigma lhe retira os poderes e os cede ao Fanático, que entende sua missão e salva a cidade, consertando aquilo que ele mesmo iniciou. E mesmo com todo esse poder, consegue pedir desculpas a Nguyen por tudo que causou a sua vida. Assim eles, cada um a sua maneira, buscam olhar apenas para o futuro com suas “segundas chances”.


Homem-Aranha

Mas não há tranquilidade para o Homem-Aranha. Em seguida temos o prelúdio e primeira parte de mais um arco de históricas, por Zeb Wells e Chris Bachalo. Peter ainda com a vida em frangalhos, e sua maré de azar só aumenta quando percebe que o relacionamento que pensava ter Gata Negra não passava de ilusão.

Ao mesmo tempo, acompanhamos a dificuldade do doutor Curt Connors em reconstruir sua vida. Pressionado por resultados em seu novo emprego por um ganancioso executivo chamado Brian King, desesperado por não conseguir se reaproximar de seu filho ou vislumbrar a retomada de sua guarda, o cientista se vê lutando contra o seu lado réptil, que parece novamente querer tomar o controle.

Parker ouve o conselho de seu amigo Harry (que esclarece que só está morando na casa de Mary Jane como amigo) e vai atrás daquela que parece ser a pessoa certa para ele, mesmo nesse momento em que tudo parece dar errado: Carlie Cooper.

E mais uma vez percebemos que o confronto que se aproxima, que a fragilidade em que Peter se encontra, e mesmo a constante ameaça de mais uma vez o Lagarto vir a tona, estão encaixadas nos planos de Sasha e Ana Kravinoff, respectivamente esposa e filha de Kraven, que usam a aprisionada Madame Teia para articular seus objetivos.


Homem-Aranha

Perdendo o último fio que o prendia a sua humanidade (sua assistente Marissa, que começa a sair com King), o doutor Connors se aproxima da perda total de controle. Especialmente porque King parece querer testá-lo, desconfiando de seu passado como Lagarto.

Lutando contra os instintos que vêm à flor da pele na forma de vozes em sua cabeça, Connors corre para pegar um frasco. Ignorante, King pensa que o doutor tem uma recaída e busca o soro que o transformará em Lagarto. Erro fatal. O líquido era para manter o réptil de sangue frio controlado. Sem ele, o alterego selvagem do cientista não vê mais motivos ou impedimentos. O Lagarto retornou. É o fim de King.


Homem-Aranha

E ele será apenas a primeira vítima.


João

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