terça-feira, 25 de outubro de 2011

Deadpool: Adaptações

Oi? Alguém aí? Pelo visto estamos em mais um artigo sobre o Deadpool, né? É! E por falar em Deadpool, quando sai o filme do meu tagarela favorito? Espero que nunca! O pessoal está apreensivo porque não gostou da adaptação de Wolveri... Wolverine é tudo de bom! Bom, a maioria dos fãs não gostou. Tem o Hugh Jackman, o Gambit e o Ryan Reynolds, tá bom! Então porque não quer o filme do Deadpool, oras? Porque seria um filme sobre o Deadpool. Ai, ai, lá vamos nós. Sério, o que de interessante teria pra falar do Wade além de que ele faz péssimas piadas e mata um bando de gente. A origem dele é interessante. Ninguém nunca se define quanto a origem dele. Se define sim! E seria um ótimo filme! Como você sabe? Fico feliz que tenha perguntado, este é exatamente o tema da história que vamos analisar hoje...

Photobucket

Como assim? Bom, sabe a revista do Wade? Infelizmente, sim. A primeira edição conta a história “X-Men Origins: Deadpool”, onde Wade Wilson procura um diretor de cinema pra contar sua história e, assim, o conta sua origem desde o começo. Até que a ironia colocada no tema é interessante, tenho que admitir. Foi o Duane Swierczynski que escreveu e o Leandro Fernandez que desenhou! Mas o mais legal é que o Deadpool atira nos dois primeiros caras que tentam fazer um roteiro zoado! Hummm, podiam adotar essa prática na vida real, não? Credo! O que importa é que um dos roteiristas capta que o legal era saber coisas além das que o Wade queria contar, como a vida dele antes de ser Deadpool, como quando ele era um mercenário “legal” que só trabalhava nos serviços que achava digno e em prol de algo bom, tinha uma namorada e descobriu seu câncer. Mó triste! Foi quando ele decidiu ser cobaia voluntária da Arma X, mas num deu muito certo. Quer dizer, deu, o cara ficou fodão de poder, controla o câncer, mas feio que só o cão!
Mas o cara vai mais fundo... quer saber da infância de Wade. Outra história triste! Ele adorava o pai que sempre fazia piadas de “noc, noc”, aquela das batidas na porta com “quem é”, “é fulano”, “fulano o que?”... Todo mundo conhece essas piadas, pula isso!! Ok, ok!! Aí um dia o pai saiu e nunca mais voltou e ele ficou esperando alguém bater na porta novamente. A mãe virou alcoólatra e nem comida tinha na casa dele. Porque todo personagem tem que ter uma origem tão dramática?? Que clichê, viu? É uma característica comum aos super-heróis, mas tem bastante sentido pra explicar a transformação de muitos deles. Posso continuar? Vai. Sem saída, ele se alista no exército, o que explica o cara ser tão bem treinado e tudo mais. É interessante ele contar como desenvolveu a “veia cômica” como mecanismo de defesa nesse processo – ele devia ter ficado chorand... Com licença!!!! Eu posso falar um minuto a sério com o leitor sem vocês me interrompendo???? Eita, não precisa gritar, fala aí.

Photobucket

Ah-ham. Obrigada. Falando sério, essa história é muito bem desenvolvida da forma que o roteirista aborda a história do Wade que tenta contar a parte mais “violenta”, ou, diríamos, com mais ação de sua vida, enquanto o escritor vai fazendo perguntas mais íntimas (não comentem!!!), mais emocionais sobre suas raízes. E, como uma sessão de terapia, Wilson vai debulhando seus pesadelos passados e nos mostra até porque formou traços psicológicos como o humor exacerbado como mecanismo de defesa. De criança, ele aprendeu que chorar dói demais ao ficar sem o pai e contar piada, como o pai fazia com ele, faz a dor passar mais rápido, pelo menos aparentemente. Mesmo assim, a história não se torna densa, já que é Deadpool, e a trama é contada, como sempre, em meio a muito humor. Porém, uma das melhores histórias que já li do mercenário misturando sua origem dramática, humor e traços de tristeza que são tirados de Wade aos poucos na conversa.

Noooooossa, que análise bacana! Você devia fazer isso com mais frequência, é bem melhor. Eu faço! Nos outros artigos do site onde vocês não me atrapalham! Hoje ela está estressada, hein? Nem me fale. Tá, mas aí o filme é feito na história? Sim, tem estréia em IMAX, 3D, tela 360, tudo que tem direito! E fica bom? Bem... Não fica do jeito que Wade achava, a história é inteira distorcida, Wade é interpretado por um galã, nunca fica feio no filme, só faz piadas, toda parte emocional é esquecida, tem explosões sem sentido em qualquer cena, Deadpool sai metralhando gente no cinema (o que é de propósito pra acharmos que era fora do filme), o pai não o abandona, mas morre em uma explosão (de novo) de carro. E o pior, o herói sai P da vida e o roteirista sai em meio a elogios como se o filme fosse ótimo. Ou seja, bem o que acontece na vida real. Como assim? Ah, vai dizer que você acha que qualquer biografia ou livro ficcional adaptado não é completamente diferente da história real? Com todos os elementos que Hollywood precisa pra vender. Putz, você destruiu a magia! Nem todos, mas muitos, sim. Claro que não nesse nível que acontece aqui que é um “estereótipo” exagerado, mas sim.

Photobucket

Depois disso o Deadpool matou o roteirista, né? Não, ele foi mais sutil. Explodiu o carro dele na hora que o alarme foi desativado pra dar um recado sobre o excesso de explosões. Elegante, principalmente pro Wade. De fato. Depois disso, uma cena bacana: o roteirista tinha perguntado por que ele não ia atrás do pai (e ele tinha o endereço), o que, pelo visto, ficou na cabeça dele, já que na última cena é o que ele faz. Ao bater na porta (com o som de Noc, Noc), um velho o atende e pergunta “Quem é?”. Igual a piada!! Jura que você percebeu essa coincidência?? Não deve ser coincidência, deve ser de propósito! Sim, ela estava sendo... deixa pra lá. Voltando, ele diz: “o espera”. E o velho pergunta: “Que espera?”. Tirando a máscara, mostrando seu rosto todo deformado, Wade responde: “Espera só pra ver o que aconteceu nos últimos anos, pai.” Aaaahhhhhhhrg, vou ter pesadelos com essa imagem! Acho que a intenção era chocar mesmo o pai, mas existe até uma simbologia por trás se pensarmos que ele não mostra seu verdadeiro rosto pra basicamente ninguém e o fez pra ele. Tipo, o pai conhecia o Wilson por trás da máscara de anos atrás e ele queria que ele conhecesse a pessoa que existe hoje, não o mercenário. Ao contrário do que quer que o mundo conheça. Adoro essas análises!

Photobucket

E ele matou o pai?
Quê?? Não!!! Explodiu o pai? Estão malucos?? Não, a história acaba assim. Fica subentendido que ele entrou e conversou com o pai. Eu acho que ele matou o pai. Eu acho que ele explodiu a casa do pai! Não, não, nada de mortes e explosões, é um final com apelo emotivo, vocês estão parecendo o roteirista maluco! Que ele explodiu o carro depois! Exatamente. Ai, ninguém merece... Deixa o leitor concluir o que ele quiser, tá? Ô, leitor! Você não acha que ele... Eu disse pra deixar o leitor concluir o que ele quiser!!!! Tá bom, tá bom. Calma, você tá precisando de um chazinho, hein? Desisto.

Cammy, cammy e cammy.

comments powered by Disqus