quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Fest Comix 2011: Ariel Olivetti

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O Sábado se encerrou com uma palestra do desenhista Ariel Olivetti. Último a falar, mas com certeza não menos importante, Ariel falou para uma plateia persistente, que aguardava ansiosamente pelo artista após as palestras de Will Conrad e Luke Ross. Mas os trabalhos de Ariel na Fest Comix começaram bem mais cedo, atendendo aos fãs e a imprensa.

Olivetti é argentino, desenha desde os 20 anos, e começou no seu próprio país fazendo capas para a revista Fierro, antes de implacar um título próprio, de um personagem que criou com outros três desenhistas argentinos, chamado de Cazador, politicamente incorreto e mais asqueroso do que o Lobo.

Atualmente, ele tem contrato de exclusividade com a Marvel e é responsável pela arte na revista Homem de Ferro 2.0. No Brasil, o artista ficou conhecido por seus trabalhos com o Justiceiro, na época de Guerra Civil, e mais recentemente na série solo de Cable, Incrível Hulk e Hércules. Vale mencionar também sua arte para revistas do Space Ghost, que acabaram se esgotando antes mesmo da palestra do sábado. Foi Olivetti mesmo quem sugeriu ser desenhista da revista e gostaria de poder desenhar outros personagens da Hanna-Barbera.

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Ao chegar no Sábado, enquanto ocorria as palestras de Will Conrad e Luke Ross, Olivetti foi convidado por nossa equipe a se juntar ao stand da Panini para autografar revistas e realizar alguns Sketchs para os fãs. Alguns ilustres presentes no evento, fizeram questão de aparecer para conhecer a fera argentina como Sidney Gusman, Rogério Saladino, editor da Marvel, e Levi Trindade, editor da DC no Brasil. Declarado fã do trabalho de Ariel, Levi ganhou um sketch exclusivo do Space Ghost, além de um autográfo na edição encadernada do personagem. Mais tarde, chegou Deodato para se juntar a ele na sessão de autógrafos do dia.

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Começando as 18:00 a sua palestra, Olivetti falou de sua técnica de desenho, com recursos a diversos programas como o Photoshop e o Poser, dando dicas valiosas para os desenhistas iniciantes que estavam na plateia. Uma grande dica passada foi a respeito do tempo que se pode economizar utilizando os softwares gráficos em termos de colorização e de correção das imagens. Ele também explicou que a otimização do tempo com o uso desses recursos (o trabalho de uma tarde se reduzia para 2 horas, por exemplo) traz a desvantagem de ele não ter originais feito à mão para poder vender para fãs, uma vez que boa parte da renda dos artistas é proveniente da venda desses originais. De seu portfolio, além de algumas artes de um confronto entre Skaar e Fanático, ele mostrou desenhos de uma coleção de cards que ele desenvolveu anteriormente para a DC.

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A respeito de sua técnica também, diferentemente de Luke Ross que havia palestrado antes, o desenhista argentino argumentou que não recorre muito a fotografias - tanto de pessoas famosas, quanto de lugares - como referência para seus desenhos, para não se tornar um "escravo" daquela referência, isto é, ser obrigado a recorrer sempre a ela quando fosse retratar determinado ambiente ou personagem. Ele acrescentou que o mais importante é ter uma boa memória.

Sempre muito solícito, perguntava a toda hora se estavam entendendo seu espanhol e se alguém tinha alguma dúvida. Em um desses momentos de interação com o público, respondeu que o personagem mais trabalhoso para se desenhar é o Homem-Aranha, devido à alta quantidade de teias e de detalhes que saem de seu uniforme.

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De acordo com Olivetti, seus trabalhos mais recentes, como a série de Namor e Homem de Ferro 2.0 não o tem agradado. Ele cumprirá seu contrato com a Marvel até o final do ano que vem, mas depois pretende retornar às histórias do Cazador. Dessa vez, contudo, a expectativa é dissociar as histórias do personagem da realidade argentina e buscar um viés mais internacional para que ele ganhe mercados nos Estados Unidos, já que o mercado nacional argentino não vive um bom momento.

Ele deu também uma entrevista exclusiva para nosso site, que será disponibilizada em breve. Ele disse que não se importa muito com a rivalidade entre Brasil e Argentina já que não gosta muito de futebol e contou sobre seu trabalho em parceria com um escultor - até o momento, 5 desenhos seus de personagens da Marvel já foram transformados em escultura, ele já está trabalhando em mais 5.

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Bastante simpático e solícito, Olivetti, que pela primeira vez visitou São Paulo, fez sketchs e deu autógrafos para os fãs ao final da palestra que permaneceram no local até depois das 20h.

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Leonardo Bento e Coveiro

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