segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Grande Heróis Marvel: Homem-Aranha e Wolverine... Juntos de novo

Velho título em um novo formato e numa arriscada iniciativa. Todos já devem ter dado uma espiada (por mais longe da distribuição que morem) na nova Grandes Heróis Marvel da Panini, revista mensal que retoma mais uma vez a formatação com apenas duas histórias. Só que desta vez, ela vem no tamanho americano, além de páginas em melhor qualidade, e para emplacar de vez, dois ícones da Marvel são as estrelas de estréia: Os Surpreendentes Homem-Aranha e Wolverine.

Grandes Heróis Marvel

Todas as três primeiras edições fazem parte da mesma minissérie, lançada em 2010 nos EUA, com o roteiro de Jason Aaron e arte do saudoso Adam Kubert, que já fazia algum bom tempo que não dava as caras na Marvel. Adam, que sempre teve um talento impar e era adorado entre os fãs do Wolverine desde seu período na mensal do baixinho canadense, mostra que não perdeu o jeito com o herói e banha-nos com um ótimo trabalho. Já o Aaron é o roteirista que brilhou aos olhos dos leitores mais recentemente, tanto que não só pegou o título principal de Wolverine agora, como também assumirá os próprios X-Men num futuro próximo.

O ritmo da história também é pra lá de peculiar. Já começamos atordoado com o que seriam versões do Peter Parker e Logan na pré-história, sobrevivendo ao seu jeito e – como sempre – se estranhando sempre que se esbarram. Só com um rápido flashback descobrimos que foi ao tentar impedir um assalto a banco que acabou envolvendo diamantes poderosos que Logan e Peter foram parar ali.

Grandes Heróis Marvel

Mas o passado era apenas a primeira parada daquela dupla incomum nesta aventura, pois momentos antes do planeta ser atingido por um asteróide, os dois são catapultados pra um futuro bem peculiar, povoado por selvagens que evoluíram e esperavam até hoje seu messias, Wolverine (que por sinal, realmente os salvou de serem consumidos por Destino, o planeta vivo, usando apenas uma pistola com uma bala imbuída da Força Fênix. E nesse meio tempo, mais uma vez, o choque entre os dois personagens se mostra inevitável, por mais que seus objetivos ali fossem em comum (o que gera sempre cenas divertidas).

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E enquanto tentamos descobrir quem são os misteriosos vilões responsáveis chamado Czar e seu parceiro anão, Jason e Adam nos leva para mais versões “alternativas” do passado e futuro que nossos heróis são lançados. Wolverine, por exemplo, acaba tendo que confrontar um jovem e boçal Peter Parker nos ringues de luta de Nova York, quando o menino ainda não tinha aprendido nada sobre “poder e responsabilidade”. Já o Homem-Aranha se viu em apuros com a pequena versão infantil de James Howlett criado por lobos e carcajus no inverno canadense. Dentre as curiosidades presentes, vemos a primeira aparição depois de muito tempo do meio-irmão de James Howlett, Cão (que só vimos pela última vez em “Wolverine Origin” do personagem). Seria um plot que Aaron pretende desenvolver no futuro?

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A coisa só muda de figura quando o Homem-Aranha consegue um dos tais diamantes que tem efeitos temporais roubados da tal dupla de vilões e a trama finalmente se mostra num contexto maior, envolvendo até mesmo o Mojo, que junta-se com Czar para tirar um bom proveito “televisivo” da armadilha em que Logan e Peter caíram.

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No Mojoverso, a briga descamba pra mais confusões cronológicas , com várias versões do Czar surgindo para tentar impedir algo que irá levar a derrota do vilão ali e até mesmo o surgimento da Força-Fênix, possuindo o corpo do Wolverine para dar um fim definitivo a tudo ali.

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Paralelo a isso tudo, Logan e Peter se reencontram numa versão “Velho Oeste”, juntamente com a moça chamada Sara Baily, que insistentemente parece ter uma forte relação com Parker não importa a realidade que esteja vivenciando no momento. As lembranças dos dois remetem aqui justamente a tudo que aconteceu no Mojoverso como se fosse um longínquo passado, em que Logan agradece Peter por tê-lo salvado e finalmente ambos fazem as pazes ali.

A solução de tudo, no entanto, estava além de Peter e Logan. Coube aos “Homens-Minutos”, responsáveis por policiar e manter a ordem cronológica, que capturaram todas as versões alternativas incoerentes dos heróis, vilões e coadjuvantes e pôs tudo em ordem mais uma vez. O desfecho, no entanto, deixa muitas pontas soltas. Homem-Aranha continua apaixonado por Sara, que infelizmente não lembra mais nada do que aconteceu. Os diamantes acabam caindo na mão do Czar mais uma vez, indiretamente. Já o Wolverine, mal sabe que seu irmaozão acaba de chegar ao nosso presente.

Grandes Heróis Marvel

Taí, uma história a principio descomprometida com nossa realidade, mas bem maneira e apelativa o suficiente para de cara atrair novos leitores. O que segue nas próximas edições são histórias paralelas da X-Force e Surpreedentes X-Men. Todas elas um pouco acima da média em qualidade e fortalecendo assim a chance de cada vez mais revistas nesse formato duplo vingar. É cruzar os dedos.

Coveiro


*Agradecemos aos leitores que corrigiram o equívoco sobre qual irmão de Logan a minissérie se referia...

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