quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Guerreiros Secretos: Nunquam Obliti – Nunquam Victi

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A nova revista Capitão América e os Vingadores Secretos reúne um dos melhores mix que já foram elaborados desde a reformulação promovida pela Panini. Tecnicamente, substituindo Reinado Sombrio, o mix, apesar de ser voltado para mundo dos super heróis, é uma interessante revista de espionagem. Nós temos uma história que relembra momentos interessantes da Guerra Fria (Capitão América). Um esquadrão clandestino pronto para salvar o mundo (Vingadores Secretos). E um exército que jamais será esquecido, jamais será vencido.

Todos sabem o foco da revista dos Guerreiros Secretos comandados por Fury. Mas é hora de vermos a outra equipe de Nick: O lendário Comando Selvagem. A equipe, famosa por sua participação durante a Segunda Guerra Mundial, foi reformulada. Agora, sob a liderança de Dum Dum Dugan, a equipe se torna um exército mercenário, trabalhando para quem pagar mais. E como Nick Fury paga bem, o Comando Selvagem responde à apenas um “dono”.

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E o fato do seu empregador atrair muita atenção, a Comando Selvagem Serviços Militares acaba por atrair muita atenção. Principalmente da Organização das Nações Unidas, que quer saber das incursões do grupo de mercenários. Obviamente, uma organização do porte do Comando Selvagem não passa tão despercebida. Mas as ações da organização comandada por Dugan não são o único foco do arco. Na verdade, o arco aborda três pontos diferentes.

O primeiro foco é o interrogatório de Dugan e Jasper sobre as ações da sua empresa de segurança perante representantes dos países membros do Conselho de Segurança da ONU. Aqui, temos alguns bons momentos de geopolítica e realpolitik. Podemos ver os representantes dos países-membros temerosos em ver o conceito de soberania ser solenemente ignorado por três organizações: Hidra, Leviatã e Comando Selvagem. Ou seja, uma guerra que é travada não por países, mas por organizações que querem impor ao globo a sua visão de mundo.

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Uma questão que atormenta os países é justamente o fato das organizações consideradas como terroristas não terem mais qualquer ligação a um país ou território. As células terroristas espalham-se por todo o mundo, sem que os Governos possam detê-las. Isso sem contar os entraves burocráticos que as insituições sofrem no combate a grupos que possuem uma mobilidade extrema. Para alguns membros do Conselho de Segurança, ter Nick Fury como aliado seria interessante. Mas como Dugan disse, Nick não é um político. Ele tem um objetivo e vai cumpri-lo, custe o que custar.

Outro ponto que vale a pela ser lembrado é como a política é uma arma importante. Nick Fury tem, entre suas fileiras, um senador, ex-membro do Comando Selvagem. Apesar de Nick não ser uma pessoa política, no sentido de propor acordos e fazer concessões, o velho coronel não vai deixar de usar tal arma para alcançar os seus objetivos.

É nesse jogo de gato e rato montado pelos embaixadores dos países-membros do Conselho de Segurança (principalmente o representante britânico) para tentar fisgar informações de Jasper e Dungan que temos a cereja do bolo do arco. Jogos políticos, diálogos afiados e muito cinismo. É, definitivamente, a melhor parte do arco.

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O segundo foco da trama construída por Hickman é uma festa realizada pelos membros do Comando Selvagem para relembrar as vitórias e aqueles que tombaram ante as mais perigosas batalhas. Nesse ponto, Nick Fury é o astro principal. Há também participação especial de Steve Rogers e Sharon Carter. É o momento em que eles fazem jus ao lema “jamais esquecidos, jamais vencidos”.

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Por fim, o terceiro foco é a sangrenta batalha ocorrida entre o Comando Selvagem e a Hidra, acontecida na China. Nessa batalha, que acabou por levar a prisão de Jasper e Dugan pela ONU, acarretou praticamente a destruição do Comando Selvagem. O grande destaque desse ponto é a revelação dos membros da Equipe Negra de crisálidas de Nick Fury. Pierce mostra como é liderar a equipe mais barra-pesada do ex-comandante da SHIELD. O destaque, nesse ponto, é a selvagem batalha entre a Hidra e o Comando Selvagem (pelas cenas, merecia um desenho melhor).

O arco elaborado por Jonathan Hickman é uma grande história de espionagem. Dosando um pouco de cada elemento que faz parte do gênero (Chantagem, cinismo, dissimulação, dentre outras coisas), o roteirista consegue compor uma trama muito interessante e instigante. A cada página lida, queremos saber como Dugan vai ser dessa enrascada, ao mesmo tempo que queremos saber qual caminho o levou a isso. Ponto para Hickman.

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Ao que parece, o Comando Selvagem não existe mais. Mas, nunca se sabe, já que eles jamais são esquecidos e jamais são vencidos.

Rafael Felga

Imagens by Kinhu Heck

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