segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Homem-Aranha: Demasiadamente Humano

Amazing Spider-Man #632

A história envolvendo a volta do Lagarto em Homem-Aranha 118 (roteiro de Zeb Wells, arte de Emma Rios e Chris Bachalo) parece ser a gota d’água que as Kravinoff (viúva e filha de Kraven, o Caçador) fazem derramar sobre as costas do Homem-Aranha. Em uma narrativa que tem nuances contraditória de suspense e de violência extrema, vemos o doutor Curt Connors finalmente desaparecer sob sua persona réptil.

Parece ser tarde quando Peter consegue finalmente chegar a Connors; ele já matara seis pessoas no laboratório, mas duas coisas ainda dão sinal de que sua humanidade resiste. A preservação da assistente, Marissa, por quem ele tinha uma queda, e seu filho, Billy. É a lembrança deste último que o Aranha tenta usar para trazer Curt de volta ao controle. Mas parece inútil, e controlando qualquer vida réptil nos arredores, o Lagarto investe contra o herói.

O Homem-Aranha chega ao lar adotivo em que vive Billy, mas o menino não está mais lá. Mas para ajudar a ferida mãe adotiva, acaba deixando o monstro fugir. Contudo, tudo fica mais claro quando descobrimos que o Lagarto não levou Billy dali. O menino foi raptado por Ana Kravinoff, a filha de Kraven.

Connors luta pelo controle com sua personalidade monstruosa assim que é exposto ao menino por sua raptora, já que o Lagarto quer devorar Billy. Mas não adianta; resignado, o menino recebe um ataque fatal: Billy e Curt Connors morrem quase simultaneamente, um em corpo, outro em alma. Observando tudo de longe, Ana e seu irmão Aloysha, veem isso como um bom sinal. O plano para destroçar o Aranha avança.


Homem-Aranha

Peter encontra o corpo de Billy, e tenta passar por cima de toda raiva e sentimento de impotência em salvar sua vida para chegar até o Lagarto. Não demora e ele o encontra. Mas o monstro está mudado. Saindo de uma carcaça de escamas agora inutilizada, ressurge com uma nova forma. Agora inteiramente réptil. Sem Connors para atrapalhá-lo.

Aparentemente mais racional, já que não luta com Connors em sua cabeça, o monstro diz que acabou com o único motivo que seu lado mamífero tinha para viver, podendo finalmente ser completo, sentar no banco do motorista.

Furioso, o Aranha não parece acuado com as ameaças do novo Lagarto, que o trata como uma presa assustada. Usando uma lógica que vê nos seres humanos duas personalidades em constante conflito, o Lagarto tenta controlar o “lado réptil” de Peter, fazendo-o agir primitivamente. Como um animal, ao ver um oponente mais forte, ele foge. Sem pensar, apenas reagindo instintivamente por sua sobrevivência.


Homem-Aranha

Pedindo ajuda de Carlie Cooper, o Homem-Aranha tenta desenvolver uma forma de combater seu fortalecido adversário. Mas não demora para que o Lagarto comece a “atacar” as pessoas na cidade, fazendo com que seus instintos primitivos venham à tona, enuviando toda racionalidade de suas ações.


Homem-Aranha

Fortalecido diante de uma multidão de humanos com seu lado primitivo à tona, o Lagarto tem novamente à sua frente o Homem-Aranha. Protegido com a fórmula supressora do próprio Connors, o aracnídeo rapidamente tenta fazer o mesmo com seu oponente, aproveitando-se de sua soberba. Porém, Connors está morto. A fórmula não parece trazê-lo de volta.

Atacado ferozmente pelas pessoas que jurou proteger, o Homem-Aranha parece sem opções, sem esperança. Contudo, mesmo morto, Curt Connors deixou seus restos mortais na mente do Lagarto, que diante da foto de Billy muda de atitude momentaneamente, resgatando o Aranha da turba.

Fica claro que o conflito mental não acabou. O Lagarto sente culpa pela morte de Billy. Coloca em dúvida suas ações. As mesmas que tinha tanta certeza a respeito. Então parece não ter mais certeza de nada, nem mesmo da inferioridade dos mamíferos. A capacidade racional de Connors que devorou o faz ver o mundo de outra forma.


Homem-Aranha

Assim o Lagarto parte. A vida de Curt, a vida de Billy; perdidas. Mas as do restante das pessoas estão salvas.

O Lagarto não morreu ou foi embora, mas está aos subterrâneos da cidade. Reunindo humanos que se aproximam mais facilmente de seu lado primitivo, ele tenta pela primeira vez viver em um mundo sem Curt Connors.

Devastado emocionalmente, sentindo-se um fracasso como herói, Peter procura May. E diante de toda fragilidade do sobrinho com tudo que aconteceu, ela consegue se livrar da influência do Sr. Negativo, sem ele mesmo saber disso. Assim, os dois acabam ajudando um ao outro, dando o único alento que o herói poderia conseguir agora. É a hora dos Kravinoff finalmente atacarem. E é isso que veremos em Homem-Aranha 119.


João

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