terça-feira, 3 de abril de 2012

Geração Esperança: Esperança multifacetada

Mal teve início em X-Men Extra a série Geração Esperança, focada na messias mutante e nas cinco primeiras novas "luzes" surgidas no painel de Cérebra desde o Dia M, e já vimos os "novos novos mutantes" enfrentando sua primeira missão e se adaptando à sua nova realidade. A série já mostrou como cada uma das "luzes" pensa e se sente; a única figura da série que até agora não havia sido devidamente explorada era justamente sua protagonista, Esperança Summers. Isso muda a partir de agora.



Esperança é educadora

Assim como Professor X e Magneto já foram responsáveis pela educação e formação de vários mutantes, Esperança também começou a dar aulas para seus discípulos. O único problema é que suas aulas consistem em treinamento militar, com prática de tiro com armas de fogo e tudo mais (aliás, o selvagem Teon se revela um excelente aluno nessa disciplina).



Mas que isso não passe a impressão de que a menina só pensa em táticas de guerrilha: durante uma conversa com Xavier, ela explicou que discorda quando ele definia seus alunos mutantes como "jovens superdotados": para ele, era uma forma de passar uma imagem positiva sobre os mutantes, para ela, é só uma forma diferente de manter a divisão ideológica de "nós" e "eles", em vez de colocar humanos e mutantes como indivíduos comuns. E segundo Magneto, o sermão que ele recebeu quando ela soube de seu passado como terrorista mutante foi ainda mais duro.

Ainda assim, Eric (ou Max, ou Magneto... como preferirem) admira a jovem messias e parece ser o único a não esperar que ela não pise na bola, disposto a tratá-la sem a pressão do messianismo. O problema da proximidade entre os dois é que, como Xavier bem coloca, por mais que Magneto atualmente busque regeneração, não há como saber se ele deixaria de colocar pessoas inocentes em perigo pela salvação dos mutantes... não é a melhor fonte de inspiração para uma messias.

Esperança é rebelde

Ao assistir uma aula de ética de Emma Frost, Esperança se irritou com os modos da professora e saiu da aula sem permissão; curiosamente, seus cinco seguidores acabaram saindo logo depois, inclusive a estudiosa Laurie Tromette (aliás, por que uma estudante universitária está assistindo aulas com um grupo de adolescentes?). Claro que Emma não gostou nem um pouco disso, e na discussão, duas coisas ficaram claras. Primeiro: as duas mulheres não se gostam nem um pouco. Segundo: por mais que tente parecer durona, Emma tem medo quando Esperança ameaça torná-la uma pilha de cinzas.



E morando em Utopia, como ser mais rebelde do que considerar uma proposta de Henry McCoy, o Fera, desertor da ilha? Ainda incomodado com o rumo tomado pelos X-Men e temendo pela influência que certas pessoas na ilha poderiam exercer sobre Esperança, Hank sugeriu que ela o aceite como um educador e saia de Utopia. Ela não jogou a carta fora, mas pelo menos por ora, a rebeldia da jovem não chegou a esse ponto; pelo menos por ora, Esperança fica.

Esperança é carente

Com toda a expectativa em cima dos dons messiânicos de Esperança, é fácil esquecer que ela continua sendo uma adolescente. E como toda adolescente, ela quer ter seu próprio espaço, quer viver a própria vida. E por mais que tente parecer independente, quer e precisa de alguém que a aconselhe. Mas com Cable morto e boa parte dos X-Men deslumbrados com seu título, quem sobraria para este papel?



Ela considerou Wolverine: afinal, eles já se conheciam quando ela ainda era criança e ele é o único que não está próximo demais dela. Só que o caso de Logan é exatamente o outro extremo: ele está afastado demais dela, e ela quer saber o porquê. Mas ele fez questão de cortar a conversa logo: para ele (ou assim ele diz), Cable criou Esperança bem o bastante para que ela tome suas próprias decisões. Mas ele não quer nada com a vida dela e as decisões que ela tomar.

Esperança é líder

Falando em decisões, Esperança já tomou a primeira: já que cinco novos mutantes apareceram no mundo e outros também podem aparecer, ela quer montar um esquadrão de resgate dessas "luzes", formado justamente pelos cinco primeiros jovens resgatados: Laurie, Teon, Gabriel Cohuelo, Idie Okonkwo e Kenji Uedo. O problema é: para isso, ela precisa de transporte, equipamentos e espaço pra treinamentos. Precisa de independência de ação. E para conseguir tudo isso, precisa da aprovação do atual líder dos X-Men, Ciclope - justamente a pessoa com quem ela mais tem batido cabeças atualmente.

Para a surpresa de Esperança (e talvez dos leitores também), Scott concordou com o pedido da messias e deu carta branca para ela agir. Seus únicos pedidos foram que ela deixe seus amigos serem devidamente treinados e educados pelos X-Men em seu tempo livre - afinal, ela pode ter tido anos de treinamento, mas eles não tiveram - e que ela não pise na bola.



Será que ela terá êxito nessa empreitada? E afinal, quem é Esperança? Ainda restam vários mistérios sobre a jovem messias, mas agora pelo menos conhecemos ela um pouco melhor. Esta história, publicada no Brasil em X-Men Extra 123, escrita por Kieron Gillen e ilustrada por Jamie McKelvie, mostrou que a garota é uma figura complicada, confusa e até um pouco contraditória. Assim como tantos de nós somos ou já fomos nessa idade...

Fernando Saker

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