sexta-feira, 18 de maio de 2012

Fabulosos X-Men: O difícil trabalho de uma relações públicas

Desde que se mudaram para a Costa Oeste dos Estados Unidos, os X-Men têm finalmente conquistado a opinião pública, estabelecendo-se cada vez mais como a equipe oficial de super-heróis em São Francisco. Para ajudar a manter essa imagem, uma profissional de relações públicas, Kate Kildare, foi contratada. Porém, quando um dos membros atuais da equipe é ninguém menos que Magneto, ex-terrorista mutante e um dos mais notórios vilões que já existiram no planeta, Kate pode se preparar para muito trabalho e dor de cabeça...



Esta história, publicada na edição 125 da revista X-Men, marca o primeiro roteiro solo de Kieron Gillen na série (que coescreveu o arco anterior com o então roteirista oficial da série, Matt Fraction), com ilustrações de Carlos Pacheco. O tema dela é simples: Magneto está nos X-Men; como fazer a sociedade aceitar isto? É este o desafio de Kate Kildare, e não é nada fácil. Especialmente quando o cliente em questão não colabora, já que para Magneto, é bom que as pessoas tenham medo dele.

Ao longo da história, os dois vão se conhecendo melhor e Kate vai tentando novas abordagens. Ela sugere um uniforme branco em vez do vermelho, para Magneto transmitir uma imagem mais pacífica; ele se recusa. Ele diz que segundo Maquiavel, é preferível ser temido a ser amado, pois quem é amado pode ser traído porque o povo contará com seu perdão; ela lembra-o de que o mesmo Maquiavel afirmava que a situação ideal para um líder era ser temido e amado. Ela questiona como ele pretende explicar a destruição de Nova York tempos atrás (na verdade cometida por Xorn, fazendo-se passar por Magneto); ele diz que não era ele, e ela aponta que dizer só isso não vai convencer quem não conhece toda a história...



Enquanto os dois discutem em Utopia, supostos agentes da I.M.A. começam a subornar corporações em São Francisco, ameaçando causar um grande terremoto na cidade se essas corporações não lhes derem dinheiro; para provarem seu poder, eles aparentemente causam alguns tremores. Para deter os vilões, a prefeita de São Francisco entra em contato com Ciclope, que leva seus X-Men em missão. Aliás, destaque para Emma Frost, de volta ao "visual Morrison", que na minha opinião ela nunca deveria ter abandonado. Com a ajuda de Namor, rei atlante e atual X-Man, a equipe facilmente vence os terroristas, mas surge um problema: eles não estão causando o terremoto, apenas descobriram que haveria vários pequenos tremores na cidade, seguidos por um grande terremoto. Ou seja, não há como evitar a tragédia. Ou há?



Evitar o terremoto, realmente não dá. Mas Magneto lembra que pode dar apoio à estrutura metálica dos edifícios em São Francisco, e suavizar os tremores interferindo nos depósitos ferrosos no manto sob as placas tectônicas (e levitar alguns carros no processo - ei, é melhor que deixar os carros desabarem da Golden Gate Bridge, certo?).



Assim, Magneto não só salva o dia, mas também sua imagem pública; de vilão e terrorista, ele agora é visto como salvador de São Francisco. Não que os serviços de Kate Kildare não sejam mais necessários, ao contrário, ela ainda tem muito a fazer por ele e pelos demais X-Men. Mas como Magneto bem diz, ele deu sua mensagem de apoio à humanidade, à sua própria maneira.

Na minha humilde opinião, Gillen entrou na série com o pé direito (claro, desconsiderando o arco anterior, onde ele não era o único roteirista), com uma história cheia de ação mas que prioriza principalmente a caracterização, com as ótimas discussões entre Magneto e Kate e um final inesperado e satisfatório. Kitty Pryde, que aparece na capa, poderia ter tido uma participação maior (ela quase não apareceu na história), mas a personagem deve receber maior atenção nas próximas edições do roteirista, assim como outros X-Men; esta, como já dito, foca-se claramente na caracterização de Magneto. Torçamos agora para que ele consiga manter a boa qualidade nas suas próximas histórias com os X-Men.


Fernando Saker

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