sexta-feira, 11 de maio de 2012

Fabulosa X-Force: Em nome do "Pai"

Desde que Wolverine reativou a X-Force, a equipe vem enfrentando ameaças tão estranhas quanto letais. Recentemente, o grupo bateu de frente com o Clã Akkaba (missão em que teve que tomar uma decisão muito difícil, e talvez não a correta) e com Lady Letal e os Carniceiros, mas embora estejam livrando o mundo de perigos, alguns de seus integrantes podem estar sem querer carregando novas ameaças no bolso. No caso de Fantomex, literalmente.



O segundo arco da nova X-Force, escrito por Rick Remender e ilustrado por Esad Ribic, publicado no Brasil nas edições 123 e 124 da revista X-Men Extra, faz um resgate de diferentes tramas iniciadas em outras séries do universo Marvel. Pra começar, a história relembra que atualmente Fantomex possui o "Mundo", uma instalação criada pelo Programa Arma Extra, dentro da qual o tempo é "líquido", acelerado, e a evolução das espécies acontece de um instante para outro, em meio a um ambiente perigoso. Figuras como Wolverine, Deadpool, o próprio Fantomex e até o Capitão América têm suas origens de certa forma ligada ao "Mundo". Por meio de um mecanismo especial, o mercenário foi capaz de encolher o "Mundo" e literalmente guardá-lo no bolso, visitando o local de tempos em tempos.

Ocorre que, numa destas visitas, Fantomex percebeu que há algo errado no "Mundo", uma espécie de cibervida interferindo no local. Mas Jean-Phillipe sequer teve tempo de investigar, sendo atacado em sua própria casa por versões alternativas de heróis conhecidos, que parecem uma mistura de zumbis com ciborgues. Seu objetivo principal: resgatar o "Mundo". Seu objetivo secundário: exterminar Fantomex. Embora tenham falhado na segunda missão, eles conseguiram assassinar a "Mãe" de Fantomex - os leitores da passagem de Grant Morrison pelos X-Men devem lembrar da simpática velhinha alheia às atividades de Fantomex. Exceto que, como descobrimos agora, ela não era tão alheia assim, sendo outra criação do "Mundo" responsável pelo mercenário, que acabou se afeiçoando a ele..



Aqui, vale observar que, mesmo sendo uma equipe de assassinos, a X-Force tem sentimentos. Fantomex é mostrado sofrendo com a morte de sua mãe, e não é o único a mostrar sentimentos: Deadpool ficou transtornado pelo envolvimento na morte de uma criança, a ponto de reunir seus colegas só para desabafar. O Anjo defendeu Deadpool para Wolverine, mostrando-se tocado pela fidelidade dele, que apesar de mercenário não descontou nenhum dos cheques recebidos pela equipe. E Psylocke chegou a criar uma simulação de seu irmão na Sala de Perigo, apenas para confessar seus atos e pedir perdão. É curioso ver que uma equipe de assassinos tem mais momentos de humanidade que muitos grupos de super-heróis por aí; cortesia de Rick Remender, senhoras e senhores.



Mas voltando à ação, sozinho Fantomex não teria chance contra seus perseguidores. E quem o resgatou foi ninguém menos que... Deathlok, outra das tramas retomadas neste arco. Deathlok, por acaso, é outro desses ciborgues assassinos, mas que conseguiu independência da sua programação. Seja como for, Deathlok conseguiu eliminar a maior parte dos "heróis-Deathlok" e deter o "Capitão América-Deathlok" para entender como eles ficaram assim. E antes de se matar, ele revelou que a origem de tudo estava onde? Sim, no "Mundo": nele, um ser autodenominado "Pai" iniciou a Operação Deathlok, em que Deathloks foram enviados em nome dele (daí o título deste artigo - o que, vocês pensavam que era referência religiosa? Com religião não se brinca...) para matar, reanimar e converter todos os super-humanos da Terra em outros Deathloks.

Essa programação se dispersou em todas as dimensões e linhas temporais, porém na Terra-616 (sempre ela...), algo interferiu no programa: Apocalipse. Mas como, se ele morreu? Pelo menos por ora, ficamos na dúvida...



A solução para o problema era entrar no "Mundo" e eliminar o "Pai", mas falar é mais fácil que fazer: não bastassem as desavenças internas na X-Force, o grupo ainda teve que enfrentar suas contrapartes Deathlok. Quer dizer, quase todos: Deadpool, irritado por ser menosprezado por Fantomex, acabou sendo convencido pelo "Pai" a se juntar a ele como seu filho querido.

E aqui entra outra surpresa: mesmo sombria, a série da X-Force também tem espaço para o humor – afinal, quem diria que o dia seria salvo graças à mente insana de Wade, interpretando um comentário carinhoso do vilão como insinuação de abuso sexual entre pai e filho e decapitando seu "pai tarado"? Sim, é sério, foi assim que a ameaça dos Deathloks foi resolvida!



A missão da X-Force foi bem sucedida, mas Fantomex continua guardando segredos de seus colegas. Seja o fato de Ultimaton (outrora vilão nas histórias de Morrison) estar vivendo no "Mundo" reprogramado para lhe servir, seja a presença de En Sabah Nur vivo em um tanque. Se a morte do pequeno Apocalipse foi forjada ou se este é um clone, ainda não sabemos, mas que esses segredos prometem causar muita dor de cabeça para a X-Force, ah, como prometem... até lá, só nos resta reler mais este excelente arco da nova X-Force, que vem cada vez mais se consolidando como uma das melhores séries (se não a melhor) da Marvel atualmente.

Fernando Saker

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