terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Hulk Vermelho enfrentando monstros

Hulk #41
Nos últimos meses os leitores de Universo Marvel vêm acompanhando o estabelecimento do ex-general Thaddeus E. "Thunderbolt" Ross como um segundo Hulk, não só membro dos Vingadores, mas também como alguém que precisa lidar com as repercussões de suas ações passadas e, principalmente, com o que fez no princípio de sua vida como Hulk Vermelho. Na história que se passou nas edições 30, 31 e 32 da revista, além de lidar com Zero/Um e com Névoa Negra, o inusitado herói tem que enfrentar uma ameaça de proporções cósmicas: Omegex!

O roteirista Jeff Parker faz o que pode para dar conta da bizarra surra no vigia Uatu e outras bizarrices perpetradas pelo Hulk Vermelho quando estava nas mãos de seu criador, o roteirista Jeph Loeb. Omegex se encaixa aí, e não passa muito disso. A criatura, que parece um ser indestrutível (e é absurdamente semelhante ao Destruidor, a poderosa armadura asgardiana criada por Odin), quer colocar à prova a força da criatura que espancou um vigia e só “desiste” da missão auto imposta quando crê que o Hulk está morto, e com a ajuda de outro ser da raça dos vigias.

No meio do caminho, e a pancadaria permeia as três partes da história, Rulk precisa encarar ainda Zero/Um e seu lacaio Névoa Negra, além do obcecado General Fortean, que é para Ross o que ele próprio foi para Bruce Banner por tantos anos. O esforço de Parker no roteiro é perceptível, pois ele tenta não apenas desmembrar as raízes do protagonista da revista, mas também criar novas camadas de sua personalidade, adquiridas com a nova etapa vivida desde que se tornou aquilo que mais temia e odiava.

Diversos aspectos e fases do passado de Ross vêm constantemente à tona nas três partes, assim como a extensão de seus poderes e o desenvolvimento de sua relação com a MVA da SHIELD Annie. Mais uma vez se reforça a ironia de sua melhor amiga não ser ao menos uma humana, ainda que não seja um autômato qualquer, como é frisado mais de uma vez na história.

Zero/Um não me parece vingar como vilã, mesmo que ela seja um outro tipo de monstro cujo surgimento é responsabilidade das ações do Hulk Vermelho, e que Parker tente adicionar algo a mais com os esforços de Jacob, relutante ajudante da criatura binária, que tenta frustrar os planos de sua mestra.

As ilustrações de Gabriel Hardman e cores de Bettie Breitweiser são, para mim, um grande atrativo da revista. Gosto do tipo de arte relativamente realista produzido pela dupla, sem que os exageros necessários a esse tipo de história, como monstros, robôs gigantes, alienígenas e tecnologia de ficção científica fiquem fora de sincronia. Pelo contrário, já consigo identificar esse tipo de arte como uma identidade das histórias do Hulk Vermelho.
Rulk
Como disse, é enorme o esforço de Jeff Parker em melhor sustentar o Rulk como um personagem com qualidades mais interessantes, mas muitas vezes não é bem sucedido. Apesar disso, o final com a participação de outro vigia, seres cada vez menos isentos, com o sumiço definitivo de Omegex, e com uma reflexão sobre o que é a humanidade a partir das ações e do crescimento de Ross, nutrem alguma esperança de que o Hulk Vermelho ainda será uma referência. Outro arco já começou; vamos então aguardar e ver se as coisas melhoram.

João

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