sexta-feira, 22 de março de 2013

Claremont solta o verbo sobre quadrinhos e X-Filmes


O escritor Chris Claremont falou sobre o que vem fazendo atualmente, sobre o atual momento das histórias mutantes e, principalmente, sobre os filmes que estão pintando. De bônus, curta novas imagens de Wolverine: Imortal!

Claremont começou falando sobre a falta de trabalhos recentes dele. O escritor disse que gostaria de voltar a escrever alguma revista, mas vê que não há entusiasmo por parte da Marvel, que está apostando mais em novos talentos. 

Sobre produzir revistas independentes, ele disse que não há como competir com as grandes editoras e que as opções e oportunidades não são muito férteis. Ele exemplificou uma experiência própria, em um selo europeu, que não foi muito para frente, porque o desenhista acabou sendo contratado pela Marvel com um rendimento muito maior do que ele poderia ganhar na produção independente.


Claremont está mais focado na produção literária agora. Seu projeto atual é a trilogia The High Frontier, cujo primeiro livro se chama First Flight e já foi publicado. Ele comparou o processo criativo de um livro com os dos quadrinhos. Na ausência de imagens, é preciso se utilizar de milhares de palavras a mais para poder contar a mesma história. Por outro lado, escrever em prosa permite que ele se aprofunde na personalidade de cada personagem.


Passando especificamente para os X-Men, revista em que ele trabalhou mais de 15 anos, Claremont disse que não tem lido o material atual e não sabe muito o que está acontecendo nas histórias da Marvel. Ele contou que sempre teve um senso de responsabilidade muito grande ao escrever as revistas, procurando respeitar o que foi estabelecido antes dele e deixar um bom caminho para as gerações futuras. Ao mesmo tempo, sempre foi interessante poder se aprofundar na temática de uma minoria vivendo em "um mundo que os tema e os odeia". Com todas as mudanças introduzidas por Grant Morrison, os X-Men perderam tudo aquilo que os fazia diferentes - motivo de lamentação, segundo Claremont.


Claremont contou que a alegria do escritor é sempre ter histórias em mente para trabalhar. Por isso, ele ainda guarda muita coisa que queria poder ter feito com os X-Men. Algumas delas foram mostradas em X-Men Forever. O roteirista lembrou, contudo, que as coisas mudaram muito desde 1991, então os X-Men evoluíram em outra direção, e não faria sentido introduzir hoje muito do que ele tinha planejado.

Ele ainda resolveu palpitar na evolução de Ciclope como personagem. Para Claremont, Ciclope trilhou um caminho de herói para vilão, que não é recente, como muitos pensam, mas já vem sendo mostrado há quase trinta anos, desde, pelo menos, quando Jean Grey voltou pela primeira vez.


Sobre os filmes de Wolverine e dos X-Men que sairão entre esse ano e o próximo, Claremont deixou claro que os fãs precisam lembrar que as histórias são adaptações e que apenas Watchmen conseguiu ser bastante fiel à revista.

Claremont referiu-se a uma foto recente de Hugh Jackman, como Wolverine, com garras de osso. Isso, por exemplo, não está na mini original, a qual está inspirando o filme. O roteirista disse que foi procurado pela produtora Lauren Shulen Donner para conversar sobre a história original, que é um projeto que ela deseja levar ao cinema há muito tempo. Ao menos, no início, esse projeto pretendia ser bem fiel aos quadrinhos, como conta Claremont, mas isso se perdeu quando Darren Aronofsky, primeiro diretor escalado para o filme, abandonou a direção.


O mesmo acontece com os boatos de integrar Apocalipse à história de Dias de Um Futuro Esquecido. Há bastante sinergia nos conceitos, mas não faz parte do que aconteceu nos quadrinhos. O escritor, contudo, está ansioso para poder ver como farão a junção das histórias da trilogia original com a de First Class, principalmente com a escalação dos principais atores dos filmes anteriores.

Como Claremont ressaltou, todos os envolvidos são pessoas de Hollywood e conhecem muito mais as fórmulas de sucesso no cinema do que ele. Por isso, ele presume que eles estão fazendo a coisa certa.


Por fim, perguntado se ele gostaria de ter sido contratado para uma função similar à de Mark Millar, ele lembrou que deu uma grande ajuda no final dos anos 1990, sendo consultado por Lauren Donner antes do primeiro filme.

Durante o artigo, vocês puderam ver mais uma foto oficial de Wolverine no filme e algumas fotos postadas nas redes sociais do diretor de Wolverine: Imortal, James Mangold, com parte do elenco da película (Hugh Jackman, Tao Okamoto/Mariko, Rila Fukushima/ Yukio  e Svetlana Khodchenkova/Víbora).


Leonardo Bento

comments powered by Disqus