quinta-feira, 7 de março de 2013

Geração Esperança: Aprendendo a dizer adeus e seguir em frente

A minissérie O Cisma teve como foco central a divergência de opiniões entre Ciclope e Wolverine, que culminou num confronto físico seguido na divisão dos X-Men. Mas vale lembrar que ela também mostrou os jovens de Utopia – incluindo a messias mutante Esperança Summers e suas Cinco Luzes – mostrando coragem, talento e determinação ao vencerem o sentinela que estava para destruir a ilha. A vitória foi doce... o que veio depois, nem tanto.



Esta história, publicada em X-Men Extra 134, marca a despedida de Kieron Gillen dos roteiros de Geração Esperança (e traz a arte de Steven Sanders). E essa despedida é feita mostrando como o Cisma afetou seus seis protagonistas. Idie Okonkwo, a Oya, está mais perturbada que nunca por ter tirado vidas (ainda que para salvar outras vidas). Laurie Tromette, a Transônica, acha que sua líder não pode continuar mantendo Idie neste tipo de vida. Esperança Summers, a Esperança, não quer discutir isso agora. Teon Macik, o Primal, está alheio a todo o drama adolescente e apenas feliz consigo mesmo. Kenji Uedo, o Zero, não está feliz com Esperança – mas, por ora, contenta-se em fazer Faísca vomitar (e talvez alguns leitores também) ao fingir que os hambúrgueres da comemoração são sua própria carne. E Gabriel Cohuelo, o Velocidad, descobriu que sua namorada não é a única garota em Utopia...



Sim: papo vai, papo vem com a adorável Fada, e logo ela e Gabriel estão se beijando intensamente. Obviamente, uma cena que Esperança não gostou nada de ver (em defesa da Fada, ela não sabia que o rapaz tinha namorada). O humor de Esperança fica ainda pior ao ser informada de que, mesmo brigados, Logan e Scott concordam que o melhor para Idie é sair de Utopia e ir para a escola em Westchester.

Esta cena já foi mostrada na história em que cada X-Man escolhia de que lado ficava, lembram? Esperança grita e se recusa a deixar Idie ir embora, Laurie a ameaça com um revólver, Esperança se acalma e conta sobre o sacrifício de seu pai adotivo (vulgo Cable) para garantir a sobrevivência da messias salvadora dos mutantes, explicando que adota a pose de durona para garantir que será a messias de que os mutantes precisam... porque, se não for, seu pai morreu por nada. A raiva entre as duas se transforma em compreensão, e Esperança finalmente aceita a partida de Idie.



Tudo isso já havia sido mostrado em X-Men 134, mas esta história nos apresenta um pouco mais sobre as Luzes nesta nova etapa. Aprendemos desde detalhes triviais, como Transônica revelando ao Pedreira que não fica exatamente nua em sua forma de combate (é como se uma fina carapaça revestisse o corpo dela quando ela usa seus poderes), até revelações chocantes, como Velocidad confessando que sabe que seu poder está o fazendo envelhecer mais rápido do que o normal, e que isso irá eventualmente levá-lo à morte. Descobrimos que Laurie se sente menos revoltada em relação a Esperança... e que Kenji, não. E, mesmo que Esperança tenha se irritado com a traição de Gabriel, ela sabe ser madura para não só não culpar a Fada como convidá-la para sua equipe.

Pessoalmente, acho bacana a entrada da Fada; como Esperança bem comenta, quanto antes eles puderem chegar às novas Luzes, maiores as chances de evitar que outra Luz se apague. Uma pena que, com poucos jovens restantes em Utopia, ela não tenha aproveitado a chance para recrutar todos de uma vez: seria uma boa oportunidade para dar mais visibilidade a personagens como Faísca, Pó e Prodígio.



Seja como for, Esperança enfrenta uma situação difícil agora. Uma Luz não vive mais com ela, outra Luz a deixou furiosa, e duas Luzes estão furiosas com ela. Ciclope a vê como salvadora dos mutantes sem saber como ou por que ela poderia fazer isto; Kitty Pryde, de partida, está mais preocupada com a ameaça que a jovem pode representar e com a influência que Esperança exerce sobre a vontade das Luzes (e que tanto ela como as Luzes sabem que existe). No fim do dia, a poderosa messias tem apenas Teon (que nos lembra mais uma vez de que sim, ele sabe falar articuladamente quando necessário) como seu amigo... ou não? Saberemos nos próximos meses.


Fernando Saker

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