segunda-feira, 22 de abril de 2013

Marvel Terror : Final da Estrada Infernal

Female

Na última edição de Marvel Terror, você conheceu uma nova versão de Motoqueiro Fantasma, agora  uma mulher chamada Alejandra, uma órfã criada por Adão, o primeiro homem, e escolhida por Zarathos para ser a nova portadora do Espírito de Vingança. Diferente dos antecessores, Alejandra tem uma atitude muito mais radical e parece ter um controle ainda mais forte de seus poderes. Todavia, descontrolada, acaba causando uma tragédia no final do seu primeiro arco, deixando toda uma população na Nicaraguá catatônica ao tirar-lhes o pecado. Para compensar isso, nessa edição 5 da Marvel Terror, Rob Williams traz as últimas cinco histórias da personagem buscando sua redenção.

As cinco histórias que se seguem acabam sendo bastante independente, apesar de subsequentes, o que acaba conseguindo realizar um melhor trabalho ao caracterizar Alejandra aos poucos, do que as primeiras edições do arco inicial. Logo de cara, vemos Alejandra lidando com traficantes de crianças nas fronteiras do México e inesperadamente acaba topando com seu pai, um dos homens responsáveis pelo sequestro de crianças e que confessa que não teve escrúpulos de vender sua própria filha para o Adão. Indignada, não vemos surpresa nenhuma aqui ao ver a Motoqueira levar ao seu pai a justiça arrancando-lhe sua alma pecaminosa.

Female

Na segunda história, vemos Alejandra nos pântanos da Louisiana, caindo numa armadilha. Adentra nos limites de uma cidade abandonada onde acaba tanto perdendo os poderes quanto confrontando seus cidadãos assassinos enfeitiçados por uma bruxa local. Após um combate visceral, temos uma resolução ao estilo da moça, levando os cidadãos finalmente a sua “liberdade”.

Female

Já a terceira e quarta histórias são surpreendentes. Rob Williams traz de novo Johny Blaze na trama, disposto a achar Alejandra e ajudar a moça (mesmo que pra isso seja necessário reaver seus poderes). Junto a ele, está Clint Barton, o Gavião Arqueiro, numa parceria inusitada que rende algumas piadas que atende especificamente o público que curte rock. Os dois acabam se metendo numa briga entre a nova Motoqueria e as irmãs vilãs Vento Cortante e Vingança Cortante, reunidas mais uma vez por Adão para atacar o Espírito de Vingança. No final, mesmo após abatida por uma flecha mágica (presente do Dr. Estranho) do Gavião, Alejandra consegue se libertar e derrotar as gêmeas usando literalmente o trem-bala como arma.

A última história da personagem, no entanto, acaba acontecendo após um evento ainda inédito no Brasil (e que acabou entregando alguns spoilers da edição) que só será mostrado na edição de junho de Teia do Homem-Aranha. O que sabemos disto é que Alejandra acabou se metendo com Coração Negro quando tentava de algum jeito chegar até o demônio Mefisto e ter acesso de novo aos pecados das pessoas catatônicas na Nicaraguá. Sem muito sucesso, ela resolve bater diretamente às portas do Inferno e tomar a força isso do Diabo. No caminho, a moça acaba detonando muitas criaturas infernais e Blaze tenta seguir logo atrás para impedir a moça de fazer alguma besteira.

Female

E no fim, após um combate cataclísmico, Alejandra consegue reaver os pecados de volta ao derrotar Mefisto e estava a um passo de matá-lo se não fosse a intromissão de Blaze. Ele usa uma bala dada pelo Dr. Estranho, que ao atingir a moça, a livra da Maldição. E assim, sem hospedeiro, o Espírito de Vingança volta a Johnny, de onde nunca devia ter saído. Alejandra, no entanto, ao ser queimada no fogo do inferno, mas salva por Blaze no último instante, acaba se tornando uma versão diferente de “Motoqueiro”, um misto de Zumbi incandescente, mas apenas com parte dos poderes que detivera anteriormente.

E assim encerra-se o run de Robin Williams nas histórias da Motoqueira Fantasma, uma fase fraca, assim como foi com Daken, e que não chegou a durar mais que nove edições. Williams padece de experiência com esse tipo de narrativa, tentando empurrar diálogos “Cult” com nomes de bandas de metal, e esquece de trabalhar melhor as personalidades dos novos personagens que criou, deixando-o muito mais caricatos do que deveriam (afinal, alguns ali tinham potencial, como a própria Alejandra e o zumbi que lhe serve de capacho e que nem teve sua história pessoal desenvolvida por inteiro). Os desenhos, no entanto, foram uma coisa a parte. Apesar de nem sempre combinar com o estilo obscuro que a personagem remeteria, aqueles relacionadas a participação do Clint Barton foram de matar. Foi a melhor história de todas as nove do roteirista.

Além disso, a edição vem acompanhada de três historias em preto e branco que estavam contidas na edição original Tomb of Terror 1. Nelas, temos pequenos contos com o Homem-Coisa, Lobisomen e o Damian Hellstorm, o filho de Satã. O meu preferido foi o do Homem-Coisa, principalmente por trazer mais uma vez a soberba arte de Mark Texeira aos quadrinhos. Faz falta nos dias de hoje.

Coveiro

comments powered by Disqus