quarta-feira, 17 de abril de 2013

Os Supremos: Um Novo Mundo

Ultimates

O norte da Europa foi destruído. Asgard caiu. A Excalibur foi dizimada. O Sudeste Asiático está sob domínio dos Eternos e Celestiais. Montevidéu não mais existe. E a SHIELD e os Supremos estão totalmente impotentes contra um dos principais responsáveis por esses acontecimentos: Reed Richards. Mas como o mundo reagiu a todos esses acontecimentos? E como Nick Fury espera sair desse aparente beco sem saída?

Com Jonathan Hickman novamente no enredo e contando com Brandon Peterson e Esad Ribic se revezando na arte, enquanto Dean White, Jose Villarrubia, Jim Charalampidis (primeira parte), John Rauch e Edgar Delgado (segunda parte) cuidavam das cores, o enredo começa com uma reunião de Nick Fury com o Presidente norte-americano. Com os Estados Unidos tendo, de uma hora para outra, caído para o posto de terceira maior potência do planeta e longe de estar páreo contra seus dois concorrentes diretos (o Povo e a Cidade), o Presidente exige que Fury tome alguma atitude contra ambos, no que Fury é totalmente contra pelo simples argumento de que eles simplesmente não têm a menor chance contra a Cidade de Reed.

Enquanto isso, os demais Supremos vão dando continuidade aos seus dramas particulares: a Mulher-Aranha descobre a existência de um novo fantasiado se passando por Homem-Aranha; o Capitão Britânia vai visitar o seu moribundo irmão, Brian Braddock, enquanto é humilhado pelo próprio pai; Thor janta com Jane Foster enquanto escuta as vozes e os conselhos de seus amigos asgardianos; Tony Stark confronta os seus colegas do Clube Kratos, mas acaba ficando sem argumentos depois que eles revelam saber a verdade sobre a destruição da Europa e que, com essas tragédias, eles (incluindo Stark) se tornaram donos de quase um décimo de toda a riqueza mundial; enquanto o Gavião Arqueiro repassa as informações dos últimos acontecimentos para os seus superiores do Pentágono.

Ultimates

Vendo-se sem alternativas em convencer o Presidente a não tentar uma ação direta, Nick Fury decide uma das cartas na manga que lhe restam e vai atrás do auto-exilado e ermitão Steve Rogers pedindo para que ele denuncie publicamente a intenção “suicida” do Presidente e se posicione contra ela, de maneira a trazer a opinião estadunidense para o lado de Fury. Contudo, Rogers se recusa terminantemente a agir como um traidor e parte deixando Fury sozinho.

Mas enquanto tenta apaziguar de um lado, Fury tinha seus planos alternativos: Sam Wilson, o Falcão, desenvolveu um método para se conseguir entrar na Cidade de modo a se manter imperceptível aos sensores dela. Ou, pelo menos, era o que ele pensava até Reed Richards revelar que monitorou toda incursão de Wilson desde o momento em que ele entrou na Cidade.

Em respeito ao fato do Falcão também ser um cientista, Richards o deixa ter passe livre dentro da Cidade, para que ele estude, observe e reporte aos seus superiores sobre o que ele quisesse a respeito desta. Além disso, Richards também responde algumas questões que ficaram em aberto, tais como a sua longevidade de milhares de anos ser possibilitada pelos seus poderes e sobre como ele conseguia ainda estar mais inteligente dos que os Filhos do Amanhã, em uma extrapolação de uma ideia do Mark Millar no run do Quarteto Fantástico Ultimate sobre o Reed se tornar mais inteligente ao “esticar” seu cérebro. Além disso, Richards também manda um recado para os líderes mundiais: a humanidade, tal como é, nunca conseguirá chegar ao nível dos Filhos do Amanhã, a menos que eles também aceitem as mudanças.

Ultimates

No Triskelion, Nick Fury e Clint Barton se reúnem para verificar o que eles podem fazer, mas a situação é simples: Eles não podem vencer o Povo e a Cidade. Mas podem tentar jogar o Povo contra a Cidade. E é isso que Fury pretende realizar o quanto antes.

E dessa maneira que encerra-se esse mini-arco de Os Supremos. Após quatro edições de ação no-stop e o senso de urgência no máximo, Jonathan Hickman pisa no freio nestas duas edições para tratar das consequências dos últimos acontecimentos. Pode-se passar a sensação de que a história está “parada”, mas dado o número de plots simultâneos que existem (a Cidade, o Povo, o Clube Kratos, os fantasmas asgardianos e ainda o início de plots com os Capitães Britânia e América e a volta do Falcão), essas duas edições foram mais para reordenar as peças no tabuleiro depois de ter jogado todas para o alto. Com tantos plots ocorrendo, seria realmente uma lástima se algum deles fosse subitamente esquecido pelo escritor.

O destaque desse arco foi realmente Reed Richards, que se firmou não só como um vilão, mas como o maior vilão do Universo Ultimate até o momento, desbancando o posto do Magneto. Como um genocida responsável pela morte de dezenas de milhões de pessoas e de centenas de deuses, ele já realizou mais feitos vilanescos que Victor Van Damme e trilhou um caminho sem-volta. Só um mandate editorial MUITO forte para fazê-lo se tornar o líder do Quarteto Fantástico novamente (o que só demonstra a vantagem do Universo Ultimate em relação ao 616 o fato de que, no Ultimate, isso pode não acontecer). A única coisa que ainda está mal explicada desde a Trilogia Suprema do Bendis é a questão das motivações que levaram o Richards a passar a agir assim.

O destaque negativo fica para a Mulher-Aranha, que em seis edições, não fez absolutamente nada, parecendo mais estar jogada no grupo que outra coisa. 
 
A arte teve uma sensível queda de qualidade pelo fato de que Esad Ribic cuidou apenas das páginas referentes ao plot do Falcão na Cidade do Amanhã. Por mais que Brandon Peterson também seja um bom artista e já habituado com o universo Ultimate, sua arte fica aquém da qualidade mostrada pelo Ribic. Os demais coloristas que auxiliaram Dean White nestas edições utilizaram uma palheta de cores similar à dele, de modo que não houve uma mudança perceptível.

Essa história foi publicada originalmente nas edições 05 e 06 da revista Ultimate Comics The Ultimates e, aqui no Brasil, saiu em Ultimate Marvel 32 e 33.

Paulo Artur

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