Os dias pós-Cisma não foram fáceis para a messias mutante Esperança Summers em relação às suas Luzes: a jovem Oya partiu de Utopia para o outro lado do país; seu namorado Velocidad a traiu com a Nova X-Man Fada (que acabou recrutada para a vaga deixada por Idie); e Transônica e Velocidad andavam cada vez mais insatisfeitos com a postura intransigente de sua líder. Como Esperança descobriu a duras penas nesta última aventura de sua equipe, respeito não é algo que se impõe, mas que se conquista...
Este arco final de Geração Esperança, publicado no Brasil nas edições 135 e 136 de X-Men Extra, marca a estreia de James Asmus no roteiro. Sabendo que a revista seria encerrada sem chance de ganhar mais edições devido ao uso de Esperança na saga Vingadores vs X-Men, Asmus optou por não perder tempo e desenvolver todas as tramas e subtramas que pretendia sem se estender demais nelas. Felizmente, aqui a pressa não foi sinônimo de desleixo, e todas as ideias para o final da série tiveram espaço na medida certa para uma boa despedida - com a ajuda, claro, das artes do talentoso Ibraim Roberson e de Tim Green e Takeshi Miyazawa.
Mas vamos à história: a queda de Esperança começou quando ela e suas Luzes tiveram um treinamento amistoso com os X-Men adultos. A batalha teve direito a Velocidad trollando a Dinamite, e Zero e Magneto levando a disputa um pouco mais a sério do que deveriam... Mas antes que os dois grupos pudessem se entender, a messias teve que ir à sala de Cérebra impedir que Primal continuasse assediando as Cucos e, ao chegar lá, notou uma nova luz mutante no painel. Esperança tratou de reunir sua equipe para o teletransporte de Fada, não antes de Kenji convidar uma nova integrante: Martha Johansson, a Não-Garota. Escolha interessante de Asmus: por Martha ser uma personagem nada convencional (um cérebro telepata preso em um aquário flutuante), poucos roteiristas a usam em suas histórias.
Assim que as Luzes chegam ao Paquistão, descobrem que o "novo mutante" é um homem já adulto, capaz de sobreviver a grandes impactos... e que vinha sendo usado como homem-bomba, para se vingar dos criminosos que supostamente haviam feito experimentos terríveis com ele e tantas outras pessoas. Só que a chegada das Luzes deixou claro que os verdadeiros criminosos eram justamente as pessoas que o haviam recrutado; os homens tinham armas sofisticadas para combater e exterminar mutantes, mas felizmente o grupo de Esperança foi capaz de derrotá-los - no processo, Martha ainda teve seu aquário destruído e ganhou um corpo artificial criado por Zero.
Após a luta, a messias mutante convidou o confuso mutante desconhecido a voltar com eles para Utopia. Tudo muito bom, tudo muito bem, exceto que os demais X-Men (e também os leitores) já conheciam a identidade do mutante: tratava-se de ninguém menos do outrora inescrupuloso Sebastian Shaw, agora sem qualquer memória do passado após ter sua mente apagada por Emma Frost.
Enquanto Psylocke e Perigo continham Shaw com uma truculência incompreendida pelas Luzes e Emma se explicava para Ciclope (aqui, Asmus conseguiu desfazer toda a confusão que Matt Fraction fez em Fabulosos X-Men com relação a quem sabia ou não sabia do que havia acontecido com Shaw), Esperança ficava frustrada ao ver seus colegas sem interesse em ajudar o novo amigo: Velocidad, cujo poder o faz envelhecer (e assim perder anos de vida) a cada uso, não tinha interesse em ficar mais perto da morte por um desconhecido; já Zero dividia seu tempo entre o namoro com Martha e a tentativa de jogar Transônica contra sua líder, e Laurie ficava cada vez mais confusa se seu maior sentimento por Esperança era lealdade, admiração ou ódio.
As coisas pioraram quando outros moradores de Utopia (e ex-criminosos) acusaram as Luzes de serem favorecidas por Ciclope e a discussão virou briga. Para restabelecer a ordem, Esperança tomou controle do corpo de Kenji e deteve todo mundo - mas isso aumentou ainda mais o ódio de Kenji pela messias, por ela ter interferido em seu livre-arbítrio. O jovem artista colocou um sinistro plano em prática e, quando Esperança se deu conta, ela estava praticamente crucificada no meio da ilha. E o dia ainda iria piorar...
Isso porque Kenji usou seus construtos biomecânicos com a telepatia da Não-Garota (ao criar um corpo para ela feito por sua própria carne, ele ganhou acesso aos poderes dela) para amplificar os sentimentos ruins que todos os habitantes de Utopia tinham em relação a Esperança. Ciclope e as outras Luzes, os únicos que não tinham esses sentimentos por ela, foram "tirados de combate" por distrações especiais. Para surpresa de Esperança, Kenji revelou que alguns dos mutantes em Utopia mal precisaram de sua interferência mental para se juntarem ao grupo de linchamento. A jovem percebia, talvez pela primeira vez, que sua atitude na ilha não ajudava as pessoas a gostarem dela.
Para sorte de Esperança, seus amigos estavam lá para ajudá-la: Laurie, que no começo fazia parte do grupo de linchamento, ficou horrorizada ao ver que Zero pretendia realmente ferir e matar Esperança e se voltou contra ele; já Teon conseguiu se livrar da ilusão psíquica das Cucos e recrutou Gabriel, Fada e até Sebastian Shaw para ajudarem sua líder. No final, Esperança acusou Kenji de ser um hipócrita ao julgá-la por manipular as Luzes quando ele fazia o mesmo agora - e por pura maldade. Mas quem salvou o dia (ou melhor, a noite) foi Martha: ao perceber que Kenji estava apenas usando-a, ela destruiu o corpo do rapaz - no processo, destruindo também seu próprio corpo e voltando para seu aquário flutuante.
Sim, apesar do título deste texto, Esperança sobreviveu; a "morte da messias" se refere ao fim da forma como ela enxergava a si mesma e às Luzes. Depois que todos voltaram ao normal, ela reuniu seu esquadrão, admitiu que vinha tratando-os como objetos em vez de pessoas e se desculpou com eles. Também criou coragem para entregar a Shaw um dossiê sobre seu passado, percebendo que ele tinha direito de saber quem foi - mesmo não sendo mais essa pessoa. Assim, finalmente o grupo pôde restabelecer seus laços, não mais como soldados, mas como o que deveriam ter sido desde o começo: amigos.
Assim termina Geração Esperança, permitindo ao leitor saber o que cada um dos personagens centrais (até Kenji e o recém-chegado Shaw) pensavam e como se sentiam, e encerrando um momento caótico com um final feliz... e uma provocação aos leitores, quando outro dossiê mostra uma foto da Fênix Negra enquanto Esperança falava. Prenúncio de que a adolescente estaria fadada ao mesmo destino que Jean Grey (que depois a Marvel revelou não ter sido realmente a Jean Grey, mas que agora a editora parece ter voltado atrás e decidido que era mesmo a Jean Grey)? Descobriremos nos próximos meses, em Vingadores vs X-Men.
Este arco final de Geração Esperança, publicado no Brasil nas edições 135 e 136 de X-Men Extra, marca a estreia de James Asmus no roteiro. Sabendo que a revista seria encerrada sem chance de ganhar mais edições devido ao uso de Esperança na saga Vingadores vs X-Men, Asmus optou por não perder tempo e desenvolver todas as tramas e subtramas que pretendia sem se estender demais nelas. Felizmente, aqui a pressa não foi sinônimo de desleixo, e todas as ideias para o final da série tiveram espaço na medida certa para uma boa despedida - com a ajuda, claro, das artes do talentoso Ibraim Roberson e de Tim Green e Takeshi Miyazawa.
Mas vamos à história: a queda de Esperança começou quando ela e suas Luzes tiveram um treinamento amistoso com os X-Men adultos. A batalha teve direito a Velocidad trollando a Dinamite, e Zero e Magneto levando a disputa um pouco mais a sério do que deveriam... Mas antes que os dois grupos pudessem se entender, a messias teve que ir à sala de Cérebra impedir que Primal continuasse assediando as Cucos e, ao chegar lá, notou uma nova luz mutante no painel. Esperança tratou de reunir sua equipe para o teletransporte de Fada, não antes de Kenji convidar uma nova integrante: Martha Johansson, a Não-Garota. Escolha interessante de Asmus: por Martha ser uma personagem nada convencional (um cérebro telepata preso em um aquário flutuante), poucos roteiristas a usam em suas histórias.
Assim que as Luzes chegam ao Paquistão, descobrem que o "novo mutante" é um homem já adulto, capaz de sobreviver a grandes impactos... e que vinha sendo usado como homem-bomba, para se vingar dos criminosos que supostamente haviam feito experimentos terríveis com ele e tantas outras pessoas. Só que a chegada das Luzes deixou claro que os verdadeiros criminosos eram justamente as pessoas que o haviam recrutado; os homens tinham armas sofisticadas para combater e exterminar mutantes, mas felizmente o grupo de Esperança foi capaz de derrotá-los - no processo, Martha ainda teve seu aquário destruído e ganhou um corpo artificial criado por Zero.
Após a luta, a messias mutante convidou o confuso mutante desconhecido a voltar com eles para Utopia. Tudo muito bom, tudo muito bem, exceto que os demais X-Men (e também os leitores) já conheciam a identidade do mutante: tratava-se de ninguém menos do outrora inescrupuloso Sebastian Shaw, agora sem qualquer memória do passado após ter sua mente apagada por Emma Frost.
Enquanto Psylocke e Perigo continham Shaw com uma truculência incompreendida pelas Luzes e Emma se explicava para Ciclope (aqui, Asmus conseguiu desfazer toda a confusão que Matt Fraction fez em Fabulosos X-Men com relação a quem sabia ou não sabia do que havia acontecido com Shaw), Esperança ficava frustrada ao ver seus colegas sem interesse em ajudar o novo amigo: Velocidad, cujo poder o faz envelhecer (e assim perder anos de vida) a cada uso, não tinha interesse em ficar mais perto da morte por um desconhecido; já Zero dividia seu tempo entre o namoro com Martha e a tentativa de jogar Transônica contra sua líder, e Laurie ficava cada vez mais confusa se seu maior sentimento por Esperança era lealdade, admiração ou ódio.
As coisas pioraram quando outros moradores de Utopia (e ex-criminosos) acusaram as Luzes de serem favorecidas por Ciclope e a discussão virou briga. Para restabelecer a ordem, Esperança tomou controle do corpo de Kenji e deteve todo mundo - mas isso aumentou ainda mais o ódio de Kenji pela messias, por ela ter interferido em seu livre-arbítrio. O jovem artista colocou um sinistro plano em prática e, quando Esperança se deu conta, ela estava praticamente crucificada no meio da ilha. E o dia ainda iria piorar...
Isso porque Kenji usou seus construtos biomecânicos com a telepatia da Não-Garota (ao criar um corpo para ela feito por sua própria carne, ele ganhou acesso aos poderes dela) para amplificar os sentimentos ruins que todos os habitantes de Utopia tinham em relação a Esperança. Ciclope e as outras Luzes, os únicos que não tinham esses sentimentos por ela, foram "tirados de combate" por distrações especiais. Para surpresa de Esperança, Kenji revelou que alguns dos mutantes em Utopia mal precisaram de sua interferência mental para se juntarem ao grupo de linchamento. A jovem percebia, talvez pela primeira vez, que sua atitude na ilha não ajudava as pessoas a gostarem dela.
Para sorte de Esperança, seus amigos estavam lá para ajudá-la: Laurie, que no começo fazia parte do grupo de linchamento, ficou horrorizada ao ver que Zero pretendia realmente ferir e matar Esperança e se voltou contra ele; já Teon conseguiu se livrar da ilusão psíquica das Cucos e recrutou Gabriel, Fada e até Sebastian Shaw para ajudarem sua líder. No final, Esperança acusou Kenji de ser um hipócrita ao julgá-la por manipular as Luzes quando ele fazia o mesmo agora - e por pura maldade. Mas quem salvou o dia (ou melhor, a noite) foi Martha: ao perceber que Kenji estava apenas usando-a, ela destruiu o corpo do rapaz - no processo, destruindo também seu próprio corpo e voltando para seu aquário flutuante.
Sim, apesar do título deste texto, Esperança sobreviveu; a "morte da messias" se refere ao fim da forma como ela enxergava a si mesma e às Luzes. Depois que todos voltaram ao normal, ela reuniu seu esquadrão, admitiu que vinha tratando-os como objetos em vez de pessoas e se desculpou com eles. Também criou coragem para entregar a Shaw um dossiê sobre seu passado, percebendo que ele tinha direito de saber quem foi - mesmo não sendo mais essa pessoa. Assim, finalmente o grupo pôde restabelecer seus laços, não mais como soldados, mas como o que deveriam ter sido desde o começo: amigos.
Assim termina Geração Esperança, permitindo ao leitor saber o que cada um dos personagens centrais (até Kenji e o recém-chegado Shaw) pensavam e como se sentiam, e encerrando um momento caótico com um final feliz... e uma provocação aos leitores, quando outro dossiê mostra uma foto da Fênix Negra enquanto Esperança falava. Prenúncio de que a adolescente estaria fadada ao mesmo destino que Jean Grey (que depois a Marvel revelou não ter sido realmente a Jean Grey, mas que agora a editora parece ter voltado atrás e decidido que era mesmo a Jean Grey)? Descobriremos nos próximos meses, em Vingadores vs X-Men.
