terça-feira, 14 de maio de 2013

Teia do Homem-Aranha: Entre os mais Poderosos!


Já faz oito anos que o escritor Brian Michael Bendis, ao assumir o título dos Vingadores, decidiu reformular sua formação cerne e criou os ‘novos’ mais poderosos (e populares) heróis da Terra. E entre eles, lá estava o Sr. Parker, o Homem-Aranha. Hoje, anos depois, sob a batuta de Zeb Wells, o Cabeça de Teia ganha um título mensal chamado Avenging Spider-man, trazendo histórias mais focadas do herói dentro da equipe. E enquanto o primeiro arco do título você ainda vai conferir a conclusão na revista mensal, histórias subsequentes já saíram na bimensal Teia do Homem-Aranha. Confira:

Mesmo sem ler a conclusão do arco em três partes do Aranha aliado ao Hulk Vermelho contra os Touperóides, vale a pena já virar as páginas da edição 18 de Teia do Homem-Aranha, onde encontramos três histórias independentes que retratam bem a relação do Teioso e outros Vingadores com personalidades tão distintas – Gavião Arqueiro, Capitão América e  a Mulher-Hulk.


Na primeira delas, muitas risadas gratuitas são arrancadas quando acompanhamos a parceria forçada entre o Parker e Barton. Os dois estão fazendo uma vigília a pedido do Capitão América pelas ruas de Nova York quando topam com um esquisito roubo envolvendo a Sociedade da Serpente. As personalidades conflitantes é que geram o foco da trama. Clint é irrequieto e obsessivo com o “treino” com seu arco para nunca poder errar. Já o Homem-Aranha é sempre reflexivo, buscando o método menos perigoso para dominar a situação. Piadas a parte, o roteirista Zeb Wells acaba aproveitando dado momento para explicar a razão de Barton ser tão impulsivo e determinado. Sendo apenas um humano, ele sabe que tem que ser o melhor, infalível, para honrar seu lugar numa equipe com os mais ‘Poderosos’. E, ao final da história, num momento emblemático para deter um dos vilões, ele dá um dos seus “tiros impossíveis”. Bom, sem estragar o resultado dessa história, posso dizer que aqui se prova que o Homem-Aranha faz jus a fama de “Amigão da Vizinhança”. A arte aqui, impressionamente boa, ficou a cargo do Greg Land.

Dia seguinte, numa nova história, agora desenhada por Leinil Yu, temos o Homem-Aranha descobrindo que tem muito mais haver com o Capitão América do que imaginava. Ao topar com antigos “desenhos” da época adolescente de Steve Rogers, começa a enxergar o “interior” de Steve Rogers como um autêntico nerd de primeira. Daí, por diante, faz de tudo para se aproximar do Sentinela da Liberdade. O tino do roterista com algumas cenas e diálogos são hilários. Principalmente, quando Parker parece uma criança pequena implorando para fazer  “dupla” com Rogers quando a equipe se divide para caçar os outros membros da Sociedade da Serpente.


Essa história, apesar de toda as risadas soltas que escapam fáceis, tem uma boa lição também. Ao tentar agradar Rogers emoldurando uma de suas antigas páginas em quadrinhos, o Capitão lhe dá uma bronca e diz que aquele tempo passou. Que ele não é mais o garotinho enfiado em livros e que  apanhava de grandalhões e questiona se Parker gostaria de voltar aquela velha época. Curiosamente, a lição de moral se reverte e Peter diz que nunca deixou de ser aquele moleque de sempre. Dia seguinte, lá estava o Líder dos Vingadores conversando com Parker para lhe dar ideias melhores num roteiro de quadrinhos em que pudesse passar o tempo de lazer dele de novo desenhando.


A última dessas histórias tem um novo roteirista, ou melhor, uma nova roteirista – Kathryn Immonen. Os desenhos são assinados por seu marido, Stuart, que já tem longa experiência com o Teioso e os Vingadores. Aqui, a moça coloca o Aranha ao lado de ninguém menos que a Mulher-Hulk. Juntos eles se mentem numa baita confusão durante um assalto num museu de arte egípcia. Uma deusa-gato, provavelmente Bastet, é libertada e a nossa heroína verde acaba ganhando um “rabo”, o que gera muitas piadas do Homem-Aranha. Antes que acabe esfolado (seja pelo temperamento descontrolado da Mulher-Hulk ou pela entidade egípcia recém liberta), Parker tem uma grande ideia para solucionar a confusão sem nenhum esforço físico. Se dizendo “servo de Neith” e usando uma cabeça de touro, ele clama para ele e para a Deusa a que serve a proteção daquela realidade e assim faz com que a Deusa-Gato parta. Ainda assim, após tudo resolvido, há tempo para uma última piada provocando a Verdona.


Agora, falando francamente sobre esse título. Talvez seja até cedo para assegurar isso, mas Zeb Wells já chegou mandando muito bem aí. A idéia dessas edições é praticamente uma repaginada na antiga Marvel Team Up, e deu muito certo.  O clima descontraído, sem nenhuma amarra na cronologia, deixa tudo mais leve e até mesmo eu que parei de ler as histórias do Teioso por um tempo me diverti muito. Praticamente, não senti falta alguma de saber o que se passa atualmente na revista mensal. E até cheguei a me esquecer de tudo o que fizeram com o Parker desde "Um dia a Mais". Certamente, uma das melhores edição da bimensal desde seu lançamento.

Coveiro

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