sexta-feira, 24 de maio de 2013

X-Men Legado: Invasão na Academia Jean Grey

Legado

Os X-Men se dividiram após o Cisma, causado por diferenças ideológicas inconciliáveis. Em Utopia, liderados por Ciclope, ficaram os que acreditam que os mutantes devem ser um exército que luta à beira da extinção. Para a antiga escola de Westchester, rebatizada como “Academia Jean Grey” e com Wolverine como seu diretor, mudaram-se aqueles que querem educar a nova geração de mutantes num viés menos militarista e que possa sobreviver num mundo que ainda os teme e odeia.

É um novo começo para os mutantes e para a nova dupla criativa de X-Men Legacy, o roteirista Christos Gage e o desenhista David Baldeon, que fazem a sua estréia nas edições 260.1 (“Invasão na Academia Jean Grey”) e 261 (“Tribos Perdidas”) de X-Men Legacy, publicadas em X-Men Extra 136 e 136.1 (Panini).

Vampira, Frenesi, Gambit e Rachel Summers disputam um animado jogo com os alunos em que todos podem usar os seus poderes à vontade. Vampira pega a telecinese de Rachel emprestada e “desmonta” o jovem mutante Pedreira e o estimula a se reagrupar novamente com qualquer tipo de pedra e não apenas com rochas. Ele consegue mas, inadvertidamente, acaba atraindo também as que selam o portal dos demônios N´garai, um antigo inimigo dos X-Men e eles não tardam a atacar novamente a escola.

Vampira manda Rachel alertar aos demais professores que a escola está sendo invadida pelos demônios e Frenesi e Gambit se juntam a elas para combatê-los sem interromper as aulas. Numa delas, Fera explica aos alunos que os N´garai são demônios associados ao deus arcano Chton e que um portal de pedra para a dimensão deles se encontra abaixo da Mansão X. São mortíferos, extremamente resistentes e venenosos.  Ele acrescenta que o Dr. Estranho fez um encantamento para que ninguém chegue perto do portal mas, segundo suas próprias palavras, “a magia não é uma ciência exata”.

O Homem de Gelo se junta à batalha e os alunos começam a desconfiar do alvoroço que ocorre no exterior da escola. Vampira ordena que ele e Gambit abram caminho até o portal para fechá-lo novamente. Infelizmente, acaba emergindo através dele um “Mabdhara”, espécie de general N´garai que é muito mais inteligente do que os seus soldados. O objetivo dele é obter o sangue inocente dos alunos para alargar o portal e trazer mais tropas. Assim, os demônios começam a se aproximar da mansão.

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Vampira se afasta temporariamente da batalha e pede que Paige Guthrie, a Escalpo, impeça os demônios de entrarem. Enquanto isso, ela percorre as demais salas a pretexto de avisar aos alunos sobre uma “demolição” que acontece lá fora e, de maneira sutil, pega emprestado os poderes de alguns deles e os utiliza numa ofensiva final devastadora contra o Madbhara. Privados de seu comandante, os outros N´garais logo são derrotados pelos X-Men e expulsos pelo portal, que é selado novamente.

O tempo passa e o instituto tem alguns momentos de calmaria. Vampira revela para Rachel que não tem falado com Magneto desde que se mudou para lá e que está incerta quanto ao futuro do relacionamento. Ela acrescenta que não o abandonou e nem foi atrás de Gambit, seu ex-namorado, que também se mudou para lá. Na verdade, ela prefere cuidar dos alunos do instituto a treinar um esquadrão em Utopia.

A conversa é interrompida por “Olhos Vendados”, mutante deficiente visual capaz de prever o futuro, ainda que nem sempre se faça compreender devidamente.  Ela avisa que um agente de “salvação” ou “destruição”, não se sabe ao certo, está a caminho da escola.  De qualquer forma, “um anjo maluco capaz de tudo o que quiser” (palavras dela) está para chegar e trata-se do mutante Exodus, ex-acólito de Magneto. Ele deixa o seu propósito bem claro: salvar a raça mutante reintegrando todos novamente em Utopia nem que seja à força pois ele crê que, dividida, ela não sobreviverá e não medirá esforços para impedir que isso aconteça.

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Ninguém aceita a sua proposta e um inevitável confronto se inicia. Infelizmente, os X-Men não conseguem sobrepujar o poderoso mutante. Vampira rouba o poder de teleporte de Exodus para se afastar temporariamente da batalha e pega emprestado os poderes do Kid Gladiador sob protestos de Rapina, sua guardiã. Ele mesmo não se incomodou nem um pouco com isso e está mais interessado em como torná-la parte de seu harém. Com tanto poder reunido, Vampira retorna à cena de batalha e deixa Exodus atordoado.

Ele não entende porque esses X-Men insistem em ficar separados dos de Utopia a ponto de arriscarem suas vidas e Vampira e Wolverine oferecem a própria mente para que ele possa fazer uma leitura telepática e compreender melhor a situação. O resultado disso é que Exodus muda radicalmente de opinião ao saber que Esperança, a messias mutante, é continuamente posta em risco de vida por Ciclope. Não só ela mas como todos os jovens que ainda residem lá. Furioso, ele parte para Utopia ainda disposto a reintegrar os mutantes em um só povo. “É impressão minha ou a gente mandou ele matar o Ciclope?”, pergunta Vampira.

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Confesso que não fiquei impressionado com essa estréia de Christos Gage em Legacy. Deu pro gasto mas fiquei incomodado com o fato de que a solução criada por ele para encerrar as batalhas que acontecem nessas duas primeiras edições foi praticamente a mesma: Vampira se retirando temporariamente da briga para fazer um apanhado de poderes retornando de maneira triunfal para derrotar o adversário. Aliás, o enunciado do título na X-Men Extra 136.1 já deixa claro que a protagonista é ela mas acho que o escritor poderia ter sido mais criativo.

Gostei dos desenhos do David Baldeon, apesar de achar que ele tentou emular o estilo do artista que o precedeu no título, Koi Pham.  Na primeira história, em alguns momentos, achei a narrativa um pouco confusa como no momento em que Pedreira atrai as pedras que selavam o portal dos N´garai. Parecia mais que o portal estava abrindo sozinho porque quis. Também acho que ele poderia ter sido mais explícito ao demonstrar que a intenção da Vampira, ao se aproximar dos alunos, era copiar os poderes de alguns deles para derrotar o chefe dos demônios. Já na segunda história, achei a narrativa bem melhor.

Para finalizar, algo que deve ser mencionado são os vários erros crassos de revisão ocorridos na primeira história como “mas vamos dar providenciar uma pra eles” (Vampira), “eu não sou oa soldado profissional que preferiu se mudar pra escola” (Gambit), “Rachel, avisea os outros professores que estamos sendo invadidos” (Vampira), “Os X-Men não tem dor de cabeça, é igual aos que nem nos filmes” (Pedreira), “parece que têem vermes comendo meu cérebro” (Gambit) e “que lixo droga de escola” (Roxy). Inadmissível uma coisa dessas para uma editora como a Panini.

Carlos Andre
Colaborador do site Marvel 616

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