quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Incrível Hulk: De Russo, Sasquatch e louco, todo mundo tem um pouco.


Na última edição da mensal do Hulk, o verdão descobriu que vinha sendo manipulado pelo seu alter ego, Bruce Banner. Tudo o que ele aparentava fazer por vontade própria, havia sido friamente calculado e pensado pelo cientista "expert" em radiação gamma. Por fim, o ex-Rei Verde recolheu uma série de objetos e despertou no espaço. É ai que as suas novas aventuras começam.

No cosmo, ele acaba indo parar em uma espécie de satélite. Povoado por ursos robóticos e crianças, o local pertence, ou um dia pertenceu, aos russos e fazia parte da corrida pela dominação do espaço (coisas da década de 60). Entretanto, todos sabemos que os governos ainda engatinham nesse quesito. Somente os heróis possuem tecnologia para atravessar galáxias na velocidade da luz, e ninguém as disponibiliza para o governo. Enfim, após salvar as crianças, que deram no pé, espaço a dentro, o Gigante Esmeralda muda de estratégia, controla-se e fica calmo, para voltar a forma humana. Afinal, se ficar nervoso voltará a jogar o jogo de Banner, então ele tentou ser mais espero. O que ele não sabia, é que com ele, na nave, um metal especial dos russos viajava junto.

Quando acordou novamente, estava no meio do mato, frente a frente com Kraven, o caçador. Após uma rápida briga, acabou topando com um grupo de "Pés-Grandes", em um local secreto, onde lendas deste tipo, como Sasquatchs, Wendigos e tudo o mais se encontram. Foi preso, mas mostrou seu valor ao salvá-los de Kraven. Como recompensa, foi levado até as fontes antigas, com todos devotos, lhe agradecendo e louvando, foi difícil manter a ira, e uma vez mais voltou a ser humano.

Hulk acordou, só que agora em uma prisão. Mais precisamente na Antártida, uma prisão secreta repleta de alienígenas que o mundo nunca conheceu. Sem saber qual reação do Hulk teria, a SHIELD encaminhou para lhe capturarem, dois velhos conhecidos, o Coisa e Wolverine. A pancadaria foi enorme. Tão grande que o trio não conseguiu sentar para conversar e sacar que estavam todos do mesmo lado. Mas o verdão, com a vantagem da sua força, conseguiu fugir, e pela neve, ferido e nocauteado por algo que Banner já havia lhe injetado, pouco a pouco voltou a forma humana. A partir dai, tudo transcorreu conforme Bruce Banner planejou.

Na neve, foi atendido por um grande médico cego, que já havia sido contratado e o esperava. Dois dias depois, partiu para a Latvéria, para tirar satisfação com Destino, pelo que o vilão havia feito com o seu corpo. Assim como já havia dito ao Hulk, Victor von Doom negou qualquer coisa. A partir dai voltamos a um laboratório, onde o Hulk desperta, amordaçado e com seringas miradas em sua direção. A sua frente, uma tela, onde seu alter ego explicou tudo o que fez durante as últimas semanas, em uma gravação. Contou como o dedo radioativo de um traficante, uma pedra mágica atlante, um metal espacial russo e segredos místicos dos "Pés-Grandes" culminaram a única mostra de cura para o Hulk. Em um momento de consciência, Banner desabafou e contou que tentou viver sem o Hulk, mas não conseguiu. Assim como o inverso também é verdade. Então, ele não iria usar a cura. Propôs que ambos se unissem contra um mal comum. Alguém que abusou igualmente dos dois. Que juntos enfrentassem o Dr. Destino. O resultado disso foi o corpo de Hulk, permitindo que Banner controlasse a mente. Um Hulk inteligente, em plena forma física e mental. E sedento por vingança. Mas pelo visto, eles não enfrentarão essa luta sozinhos. Amanda von Doom e seu fiel parceiro Corcunda apareceram para a festa.


Bom, confesso que o run de Jason Aaron me animou demais no início. A ideia de dividir o Hulk a Banner, mesmo que já tendo sido usada uma vez, com uma nova interpretação tinha tudo para dar certo. Quando eles voltaram a se unir, ao fim do primeiro arco, desacreditei. Realmente achei que o roteirista iria cair no lugar comum.

Mas então vieram uma série de edições desconexas, misteriosas, levando o personagem aos mais distintos lugares. Criando coadjuvantes e vilões no mínimo peculiares. E tudo culminou na explicação dos acontecimentos e na motivação de Banner. E posso dizer, a espera valeu a pena. Nos últimos 10 anos, não lembro de ter lido uma história tão boa envolvendo o Bruce. Envolvendo o Hulk sim, Planeta Hulk ainda está muito fresco na memória. Mas o Banner? Digo sem sombra de dúvida que é a melhor história do personagem na década. O que não impede que Mark Waid na Marvel Now! escreva algo melhor e roube esse posto. Mas hoje, Jason Aaron fez por merecer os elogios.

Juntou todas as peças em um quebra cabeça muito divertido. Fico agora esperando o que se sucederá deste embate entre Hulk e Doom. E principalmente, qual a relação de Amanda com o monarca da Latvéria? Sinto que Aaron me surpreenderá uma vez mais.

Essas histórias foram publicadas originalmente em Incredible Hulk 10 à 13, aqui no Brasil saíram em Universo Marvel 39. Todas elas possuem roteiro de Jason Aaron e em sequência, foram desenhadas por: Tom Raney, Dalibor Talajic, Carlos Pacheco e Jefte Palo.


Kinhu Heck

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