sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Deadpool: "Psycho killer, qu'est-ce que c'est!"*

Vocês lembram que na última edição da revista solo do Deadpool (cancelada no número 16), ele tenta a todo custo se matar e não consegue devido ao seu fator de cura? E que, tentando se matar, causa tantos problemas ao mundo ao seu redor (como enfurecer o Hulk) que ele é sentenciado por Steve Rogers a ser preso na ala psiquiátrica de Crossmore? Se não lembram, leiam aqui, não vou culpá-los, esse review saiu há 9 meses atrás. Depois de todo este tempo, em agosto deste ano, uma nova revista solo (agora um especial), de 148 páginas, traz de volta o mercenário tagarela nas histórias que ocorrem logo após sua internação. E vocês lembram que a gente disse que ia sair do marvel616??? Não, nós saímos da edição, continuamos como colaboradores e leitores. Marvel616 rules! E temos que colaborar justo em um especial do Deadpool??? Claro! Nada melhor que 3 Cammys pra fazer isso! Afinal, muita gente pediu pra continuarmos com esses artigos, olha só que legal! Legal porque não são eles que escrevem. Não seja ranzinza! Os leitores que pediram. Ok, farei por eles e não pelo Deadpool. Esse é o espírito! 

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Bom, Deadpool foi finalmente institucionalizado como louco. E não devia ser este o final feliz? Não, lembre-se de que ele queria morrer e não consegue. Tipo o que fala do Logan no filme do Wolverine? Tipo isso, afinal é conta do fator de cura. Acontece que na prisão de Crossmore (Inglaterra), uma psicóloga desafia todos seus superiores – e todo bom senso – para tentar ajudar Wade. Ah, se bem conheço as histórias machistas do Deadpool ela é uma psicóloga gostosona que acaba saindo com ele e aparece em roupas minúsculas na história. Não, na verdade, muito pelo contrário, desta vez ela é uma mulher comum, vista por Wade como “baranga” e desenhada para não ser sexy. Mas nós entraremos na questão machismo sobre isso ja já. Tem caroço nesse angu! Tem sim, mas calma. Sabia. Então a psicóloga, chamada Ella Whitby, usa todos seus recursos para manter Wade em uma ala de sua supervisão e cuidar dele, contrariando seus superiores que acham que o mercenário é perigoso demais e deveria estar na Balsa. Aliás, porque ele não foi pra Balsa? A advogada dele, ninguém menos que Jennifer Walters, conseguiu perante o Juiz que ele fosse visto como alguém necessitado de tratamento psicológico. Bom, isso é difícil negar.

Então a terapeuta acaba dando o máximo de sua atenção a Deadpool, de forma suspeita até, acabando por colocá-lo como seu protegido diante dos outros presos. Porque o Wade é muito mais f%@#. Claro, e todas as mulheres se sentem atraídas por assassinos misóginos com um monte de feridas na cara. As cicatrizes de fato são um problema, quando Wade percebe que está sem máscara se torna bastante violento por achar que as pessoas o estão julgando, mas ele se acalma ao ter sua máscara de volta. Toda a questão psicológica trabalhada do protagonista daria uma boa análise, mas seria um artigo a parte. E tema para nossa amiga psicóloga que já escreveu aqui, né? É, sai da nossa alçada, mas que tem bastante a explorar neste aspecto tem. O leitor pode fazer sua análise quando ler. Tirando a questão psicológica de jogo, a Dra. Ella começa a agir cada vez de forma mais estranha em seu tratamento com Wade, até quando ele é extremamente violento com outros detentos. Aliás, a censura desta HQ deveria ser bem alta pela quantidade de violência. Sangue!!!!!!

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Wade consegue escapar, graças a uma ideia vinda da própria Dra. Ella, mas que ele só sabe que foi coisa dela ao longo da trama. Uma psicóloga apaixonada pelo Deadpool é quase freudiano, não? Pois é... é uma certa obsessão com a personalidade esquizoide dele. Esquiquem? Esquizóide, esquizofrênica... maluca. Ahhhhhh tá. E não é a toa que a Dra. Whitby tem esta obsessão: ela é psicótica também. Agora sim está explicado. Uma paixão em forma de obsessão que a faz querer ser como ele para conquistá-lo. Ela nunca ouvi a expressão que os opostos se atraem? Pelo visto não, pois até um uniforme inspirado no de Deadpool ela arranjou, e ele não gosta nem um pouco. Porque ela não é uma gostosona. Então, aí que entra o tal machismo que eu disse que viria: ok, legal que ela não é clichê de ser a mulher gostosa que aparece com pouca roupa nas histórias do Deadpool, mas a única mulher “comum”, desenhada com suas dobrinhas, considerada pelo Wade como “baranga” é uma louca psicopata. Não disse? Não tem como escapar da misoginia nas histórias de Wade Wilson. Ah, mas é isso que faz as histórias serem legais! Não são politicamente corretas! Não é liçãozinha de moral nenhuma. Bom, nisso você tem razão, se tem uma coisa que os roteiros de Deadpool nunca se preocuparam sem ser é politicamente corretos.

Acontece que a psicótica sendo ou não gostosa é tão psicótica que tem pedaços do mercenário (que ele regenerou quando perdeu) em sua geladeira! UUUrrrrrgh!!!!! Isso que é história boa: sangue, psicopatas e corpos na geladeira! O plano dela, aparentemente, era se “vestir de Deadpool” para algum assassinato que ocasionaria. Duplo uuurrrrgh! Mas Wade prevê o assassinato (do diretor da prisão) e vai na casa dele antes que ocorra, porém Ella sabia que ele iria e planejou uma morte dupla para si e seu "amor" com uma explosão, algo que o próprio Wade disse que pensaria. Ela estudou tanto ele, quis tanto imitá-lo que até sabe como ele pensa. Mas que burra, Wade não morre assim fácil. Exatamente, mas nem ela. O que ela tem super-poderes ou algo? Não, ela escapa por pouco, bem acabada. Com as queimaduras, agora ela parece mais anda com Deadpool. Um ideal de beleza que só... Já em farrapos, em uma última loucura, ela se mata na frente de Wade com um tiro. A cada parágrafo a censura desta história aumenta. Claro que isso acaba deixando ele com uma certa culpa, e querer ainda mais conseguir o que parece tão fácil para os outros: terminar com a própria vida. Primeiro ele cuida dos seus restos na geladeira da psicóloga, jogando-os no lixo e, então, parte da Inglaterra escondido em um navio. Porque em um navio???? Ele é procurado, avião seria um tanto complicado.

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Mas tem alguém que sequestrou um avião para, também, sair da Inglaterra. Ué, a mulher não morreu? Ela morreu, quem não morreu foram os pedaços de Wade que, juntos, no lixo, se “reconstituíram” unidos e se tornaram um outro Deadpool, um “do mal”. AAAAAHHHHHH, era tudo que faltava pra me deixar com asco desta história! Isso que é história boa: sangue, psicopatas, corpos na geladeira e zumbi do mau! “Mal”. Foi o que eu disse. Mas escreve com... ok, esquece. O Deadpool do mal se encontra com o do bem... quer dizer, nem tanto do bem... mas vocês entenderam não é? O “Deadpool de moral questionável”. Acho melhor chamar de original: o original e o do mal – rimou! – se encontram e começa a luta. Porque? Porque o que? Porque eles lutam? Porque lutas são divertidas! Hummmm... não tem exatamente um motivo, acho que o original não quer seus pedaços andando por aí e o outro... bem, o outro é maligno. O problema é que a briga segue empatada pois eles pensam da mesma forma. Porque tem o mesmo cérebro. Exatamente. E, depois de muito quebra pau, eis que um novo elemento surge. Não vai me dizer que tem mais alguma coisa bizarra nessa história depois de mulher psicopata apaixonada e zumbis de pedaços de Deadpool... Não, quem surge é o Capitão América. Com uma escudada na cabeça do Wade original. Aí sim!! Já que foi ele mesmo quem prendeu Wade antes de ele fugir nesta edição, Steve pede que ele se entregue. E ele se entrega? Saberemos em uma próxima edição... ou quem sabe um próximo especial. Prefiro ficar sem saber. Isso depende da Panini! Mas se um próximo especial for tão divertido – e sangrento! – como esse com as histórias do roteirista Daniel Way, valerá a pena!

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Até uma próxima colaboração, leitores!

*O título é referência a música "Psycho killer" de Talking Heads... que aliás combina pra caramba com o Deadpool!


Cammy, Cammy e Cammy

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