Eu gostaria de dizer que o último arco de Brian Michael BENDIS à frente dos roteiros dos Novos Vingadores foi tão espetacular quanto o primeiro, uns bons anos atrás. Mas estaria mentindo. Apesar de conter diversos nós finais em histórias que o próprio roteirista inseriu na série, a trama desenvolvida entre as edições 114 e 116 da revista Os Vingadores é no máximo mediana. Porém, ainda tem sua importância, pois representa o fim dos Novos Vingadores como os conhecemos.
Com exceção da fase “ilegal” vivenciada pela equipe, está tudo lá. O humor constante, a mistura de personagens inusitados (alguns de que muita gente nem tinha ouvido falar) com escolhas inicialmente questionáveis, o foco um pouco mais mundano mesmo entre seres superporosos, o antagonismo com Maria Hill e com as autoridades, a presença constante de ameaças sobrenaturais – o que justifica o papel central do Dr. Estranho. Diálogos-chave para o futuro de diversos personagens que aprendemos a admirar também são apresentados. Mas, como vem acontecendo há algum tempo, tudo em um ritmo arrastado.
O papel igualmente importante de Victoria Hand (uma das criações de Bendis no seu período de Vingadores Sombrios) é um ponto alto na história, o que a lamentação pelo seu desfecho seja ainda maior. É como se Bendis quisesse jogar sal no terreno em que plantou tantas coisas.
Mas, como disse, o foco central é o Dr. Estranho, e as consequências da disputa pela vaga de Mago Supremo, desde que Stephen abandonou o posto. Um senso de responsabilidade pela morte do Irmão Vodu o tira da inércia e da negação, fazendo com que uma história de vingança se torne uma história de redenção. O preço pago ainda é alto, mas Strange volta ao papel do qual nunca deveria ter se afastado.
A alternância de artista em cada uma das quatro partes da história (respectivamente Michael Gaydos, Carlos Pacheco, Michael Avon Oeming e Mike Deodato Jr.) é um tanto desastrosa. Especialmente por Oeming. Não por ser ruim, mas por ter um estilo que definitivamente não combina com a história. O único acerto é a mistura de painéis da última parte, o mesmo recurso que usou no marco de sua passagem pelos Vingadores, logo após “A Queda”.
Ao fim da série Bendis “reverte” algumas de suas criações, sem ignorar o caminho traçado até ali. A mais simbólica dessas passagens, é a partida de Luke Cage e Jessica Jones, que com sua filha Danielle seguem para o ostracismo editorial, mas com a certeza de que suas vidas não serão totalmente anônimas no universo Marvel.
Assim Bendis encerra sua passagem por uma revista que, em seu primeiro volume, simplesmente virou de cabeça para baixo o papel dos Vingadores no Universo Marvel. Mantendo a lógica do papel dos maiores heróis da Terra, mas levando-os a um modelo moderno mais expansivo à totalidade do Universo Marvel, o balanço final é extremamente positivo. Ele trouxe Luke Cage, Jessica Jones, o Homem-Aranha, Wolverine, Mulher Aranha, Punho de Ferro, Demolidor e outros para a equipe. E, apesar das críticas iniciais, os fez vingar (HA!). Desde então, não houve evento de peso que não tivesse as histórias dos Vingadores como seu ponto de partida e centro de desenvolvimento da trama.
O título dos Novos Vingadores não desaparecerá. Porém, no mundo que se constrói após o conflito entre os Vingadores e os X-Men, ganhará outro propósito nas mãos de Jonathan Hickman.
João
Com exceção da fase “ilegal” vivenciada pela equipe, está tudo lá. O humor constante, a mistura de personagens inusitados (alguns de que muita gente nem tinha ouvido falar) com escolhas inicialmente questionáveis, o foco um pouco mais mundano mesmo entre seres superporosos, o antagonismo com Maria Hill e com as autoridades, a presença constante de ameaças sobrenaturais – o que justifica o papel central do Dr. Estranho. Diálogos-chave para o futuro de diversos personagens que aprendemos a admirar também são apresentados. Mas, como vem acontecendo há algum tempo, tudo em um ritmo arrastado.
O papel igualmente importante de Victoria Hand (uma das criações de Bendis no seu período de Vingadores Sombrios) é um ponto alto na história, o que a lamentação pelo seu desfecho seja ainda maior. É como se Bendis quisesse jogar sal no terreno em que plantou tantas coisas.
Mas, como disse, o foco central é o Dr. Estranho, e as consequências da disputa pela vaga de Mago Supremo, desde que Stephen abandonou o posto. Um senso de responsabilidade pela morte do Irmão Vodu o tira da inércia e da negação, fazendo com que uma história de vingança se torne uma história de redenção. O preço pago ainda é alto, mas Strange volta ao papel do qual nunca deveria ter se afastado.
A alternância de artista em cada uma das quatro partes da história (respectivamente Michael Gaydos, Carlos Pacheco, Michael Avon Oeming e Mike Deodato Jr.) é um tanto desastrosa. Especialmente por Oeming. Não por ser ruim, mas por ter um estilo que definitivamente não combina com a história. O único acerto é a mistura de painéis da última parte, o mesmo recurso que usou no marco de sua passagem pelos Vingadores, logo após “A Queda”.
Ao fim da série Bendis “reverte” algumas de suas criações, sem ignorar o caminho traçado até ali. A mais simbólica dessas passagens, é a partida de Luke Cage e Jessica Jones, que com sua filha Danielle seguem para o ostracismo editorial, mas com a certeza de que suas vidas não serão totalmente anônimas no universo Marvel.
Assim Bendis encerra sua passagem por uma revista que, em seu primeiro volume, simplesmente virou de cabeça para baixo o papel dos Vingadores no Universo Marvel. Mantendo a lógica do papel dos maiores heróis da Terra, mas levando-os a um modelo moderno mais expansivo à totalidade do Universo Marvel, o balanço final é extremamente positivo. Ele trouxe Luke Cage, Jessica Jones, o Homem-Aranha, Wolverine, Mulher Aranha, Punho de Ferro, Demolidor e outros para a equipe. E, apesar das críticas iniciais, os fez vingar (HA!). Desde então, não houve evento de peso que não tivesse as histórias dos Vingadores como seu ponto de partida e centro de desenvolvimento da trama.
O título dos Novos Vingadores não desaparecerá. Porém, no mundo que se constrói após o conflito entre os Vingadores e os X-Men, ganhará outro propósito nas mãos de Jonathan Hickman.
João