terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O que pode nos dizer o curta-metragem "All Hail The King"


Foi com certo espanto que tempos atrás o ator Ben Kingsley anunciou que estaria voltando a gravar com a Marvel. Não demorou muito para a mesma anunciar o curta-metragem "All Hail The King" focado no personagem Trevor Slatery, que se passou como o Mandarim durante o filme do Homem de Ferro 3. Vendendo a ideia de explicar mais sobre quem era esse ator, a filme também prometia um certo mistério a mais. Afinal, por que a Marvel mexeria nessa casa de maribondos que trouxe tanta polêmica se não fosse para colocar mais um ponto no seu universo cinematográfico. Então, vamos resumir o que encontramos nesses 15 minutos de gravação que estará no Blu-Ray de Thor: o Mundo Sombrio.

Tudo começa com a narrativa do repórter Jackson Norris (vivido por Scoot McNairy) que terá seu último dia de gravação com o homem que enganou a America, Trevor Slattery. Trevor está na prisão Seagate (que tem certa referencia no universo Marvel) e lá é adorado por muitos por toda trollada que fez com o governo americano. Chega até possuir capachos, como é o caso de Herman (vivido por Lester Speight), que é também uma espécie de Fanboy do ator. O protege de grandalhões na prisão em troca de ver uma bela atuação do "Mandarim".


O momento forte da curta começa com a entrevista final de Norris. Aqui vale toda atuação brilhante de Ben Kingsley, que relembra de um jeito peculiar sua carreira conturbada como ator. Da vida que deixou na Grã-Bretanha até chegar aos EUA. Talvez o maior auge da sua carreira até então tenha sido uma versão genérica de 007 russo, no qual contracenava com um macaco bêbado. Sendo assim, Slattery foi alvo fácil da manipulação de Aldrich Killian em aceitar o papel do Mandarin. Tudo por conta da facilidade das drogas.

Jack Norris então procura saber mais sobre o que Slattery sabia do Mandarim e dos dez anéis. O ator, que demonstra não ser alguém nem um pouco inteligente, se surpreende com a pergunta e até então não sabia da real existência desses terroristas. Aldrich deve ter o enganado e acobertado o risco que Trevor corria ao mexer com o grupo terrorista. É então o momento em que uma reviravolta acontece. Jackson Norris se revela na verdade um agente do Mandarim. Mata os carcereiros, o fiel Herman e facilmente detém Trevor (que tentou ameaça-lo com a arma).



As palavras finais são curiosas. Trevor questiona se Norris vai matá-lo, mas o agente diz que não. Esse é um privilégio para outro homem. Ouve-se tiros na prisão e mais gritos. Jack Norris diz que "O homem que Trevor roubou a identidade quer vê-lo". Slattery não entende bem, mas o público já pode gritar o nome alto do Mandarin como um futuro personagem da Marvel Studios.

O rebuliço agora começou. O que vamos ver daqui por diante é que muita gente vai dizer que a Marvel colocou o rabo entre as pernas e está desfazendo o que tinha proposto. Mas isso é só meia verdade. Indubitavelmente, chega a ser uma reviravolta, claro. Vai acalmar a maioria dos fãs xiitas. Mas não é surpresa também que isso ocorra para quem gostou da revelação do falso Mandarim nos cinemas. A Marvel já tinha plantado a semente lá no próprio filme para caso algo desse errado. Basta assistir com cuidado o dialogo de Trevor com Tony Stark e mais tarde do Killian com Tony para saber perceber alguns pequenos pontos soltos que só vão fazer sentido agora. Se fosse conveniente ou necessário, bastava a Marvel resgatar facilmente isso e colocar a sombra dos Dez Anéis de novo na vida do Homem de Ferro. E foi o que fez aqui.

É claro que a existência ou não de um Homem de Ferro IV ainda é duvidosa. Mas com esse curta-metragem o que temos aqui é praticamente um epílogo para o terceiro filme emendado com um prólogo para um vindouro. É uma franquia ainda forte e poderosa, mesmo com toda polêmica gerada no último. Cabe agora a Kevin Feige guiar os próximos passos que as coisas seguirão.

Coveiro

PS: Antes que alguem desavisado não perceba, o curta metragem foi feito pelo mesmo pessoal que fez o terceiro filme. Drew Pearce escreveu o roteiro e Shane Black dirigiu. Foi a ponta extra que ficou faltando no filme pra quem queria um fiapo de esperança do "verdadeiro" Mandarim voltar.

comments powered by Disqus