terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

X-Men Legado: Pródigo


Bem vindos à Nova Marvel, onde vários títulos foram lançados e relançados com novas equipes criativas e com a proposta de criar um ponto de partida para novos e antigos leitores, sem que a cronologia dos personagens seja desconsiderada.

No início da nova X-Men: Legado, o protagonista é o controverso Legião, ou David Haller, filho de Charles Xavier com a embaixadora da grã-bretanha Gabrielle Haller, que tiveram um breve romance em Israel. Sua primeira aparição foi durante a fase áurea dos Novos Mutantes escrita por Chris Claremont e desenhada por Bill Sienkiewicz na década de 80. Ele é portador de múltiplas personalidades e cada uma tem um poder mutante diferente e fora de controle. Nesta nova etapa de sua vida, que se inicia em X-Men Legacy #1 e #2, publicadas aqui em X-Men Extra #1 pela Panini, ele busca se tornar digno do legado do pai ao descobrir que este fora assassinado por Ciclope, imbuído da Força Fênix, durante a guerra dos Vingadores contra os X-Men. Isso não será nada fácil, como nos mostrará Simon Spurrier nos roteiros e Tan Eng Huat nos desenhos, pois além de controlar a si mesmo ele terá que convencer aqueles que tentarão detê-lo por não acreditarem em suas intenções.

Neste primeiro arco, chamado "Pródigo", encontramos David abrigado em uma espécie de retiro para "neuronautas", que procuram uma aposentadoria digna depois de tanto exorbitarem de suas capacidades mentais. Ele foi deixado lá por Xavier antes de sua morte e está sob os cuidados de um guru que administra o local, chamado Merzah, e que o ajuda a controlar o seu poder e empregá-lo em auxílio de outros.


Com a ajuda dele, David conseguiu criar uma "prisão mental" que mantinha as suas personalidades encarceradas e sob vigilância rigorosa mas, durante a tentativa de "fuga" de uma delas, ele toma ciência da morte de seu pai e seus poderem entram em surto e destroem totalmente o lugar que o abrigava. Quando ele recupera o controle, consegue ver o seu guru à beira da morte, que o encoraja a procurar os X-Men, mas ele rejeita a sugestão. A visão da morte do pai alterou o seu cérebro de alguma maneira e agora ele se vê forçado a lidar sozinho com isso ao mesmo tempo em que ocorre um motim entre suas múltiplas personalidades em sua prisão virtual, que se reflete em um novo descontrole no plano físico. Esses últimos eventos não passam despercebidos a Olhos Vendados, estudante da Academia Jean Grey para Estudos Avançados, que alerta os X-Men e logo eles saem ao encalço de David.

Enquanto isso, David é forçado a lidar ao mesmo tempo com uma de suas personalidades fugidias, de habilidades telepáticas, que tenta subjugá-lo ao mesmo tempo que uma estranha entidade se manifesta no plano físico e tenta manipulá-lo para os seus próprios fins. David consegue se sobrepor a ambos, ao mesmo tempo que tem uma visão sobre duas crianças, gêmeas, aprisionadas mentalmente no Japão. Ele decide partir ao encontro delas e, com um de seus poderes sob controle, resolve fazer o mesmo com os demais: "Um poder sob controle, só faltam algumas centenas mais um...", decerto se referindo também à entidade que derrotou no plano físico.


Achei esse recomeço de X-Men: Legado bastante promissor, com um tom bem mais sombrio e violento do que o do volume original. A premissa do escritor Simon Spurrier, com David tentando honrar o legado de seu pai, ao mesmo tempo em que tenta controlar a si mesmo, parece bem coerente com o título que a abriga e parece que virão histórias interessantes por aí. Achei os desenhos de Tan Eng Huat apenas corretos, não chegam a comprometer mas pessoalmente gostaria de ver um artista mais versátil desenhando os planos "físicos" e "mentais" do enredo. Gostei muito mais do desenhista das capas dessas duas primeiras edições, Michael Del Mundo, que demonstram muito bem a instabilidade emocional de Legião.

Nesta edição da Panini, como no original norte-americano, aparecem em várias páginas o ícone "AR", de "realidade aumentada", que produziria um efeito de animação se visualizadas pelo aplicativo "Marvel Ar", feito para dispositivos da Apple. Tentei usar com o meu Iphone 5 e não aconteceu nada, mas não posso afirmar com certeza se a culpa é minha ou da Panini. Na "Apple Store" existem vários relatos de leitores brasileiros se queixando do mesmo. Se alguém conseguir fazê-lo funcionar, por favor, comente aqui.

Carlos André
Colaborador do Marvel 616

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