quinta-feira, 30 de outubro de 2014

X-Men – A Batalha do Átomo: O outro lado da história

Passado, presente e futuro se confrontando pelo destino do mundo. Assim vem se desenvolvendo a saga mutante do ano, na qual os jovens Jean Grey e Scott Summers, do passado, buscaram refúgio junto aos X-Men rebeldes do Ciclope do presente. Agora, um confronto entre duas versões da mesma mulher está prestes a acontecer – e como veremos a seguir, nem tudo nessa saga é o que parece...



A Batalha do Átomo teve mais três partes publicadas na edição 011 de X-Men, desta vez com cada parte escrita e desenhada por uma equipe diferente. A primeira parte teve roteiro de Jason Aaron e arte de Giuseppe Camuncoli. Nela, acompanhamos Xorn – na verdade a versão do futuro da Jean do passado caso fique no presente... vamos chamar só de “Jean do futuro” pra simplificar – em um confronto psíquico contra a jovem Jean do passado, acompanhada por Emma Frost e pelas Irmãs Cucos. Emma e suas alunas possuem grande experiência no uso da telepatia, algo que falta à jovem Jean para o confronto. Infelizmente para ela, a experiência de nada adiantou nesse caso, pois Xorn logo colocou Emma e as Cucos a nocaute.



Enquanto telepatas se confrontavam no plano psíquico, no plano físico o grupo de Wolverine – acompanhado pelos demais X-Men do futuro – conversava com os X-Men de Ciclope. Quer dizer, “conversar” talvez não seja a palavra certa; “trocar acusações” seria mais adequado. Aqui, fica nítido o rancor mútuo entre Logan (além de Tempestade) e Scott, e as coisas logo partiram pro confronto físico. Surpreendentemente, quem parou a confusão foi Deadpool, explicando como o futuro está repleto de funerais e tristeza, a tal ponto que ele foi aceito como X-Man. Desiludido, o Wade do futuro ameaçou se matar...

...mas foi convencido a não atirar por Jean. Sim, apesar da inexperiência como telepata, a ruiva havia conseguido virar o jogo contra Xorn e vencê-la, mas ao invadir a mente de sua versão futura, ela viu algo terrível, que finalmente a convenceu de que precisa voltar à sua época. Ela, Scott e Warren enfim concordaram em voltar para a Escola Jean Grey, onde Fera os enviaria de volta ao passado. Durante a viagem de volta, Wolverine cumprimentou Deadpool por seu discurso, sem ouvir Wade murmurar: “Pena que era tudo mentira.”

Mas, vale lembrar, Fera trouxe cinco X-Men do passado. Enquanto três deles voltavam à Escola Jean Grey, os outros dois, Hank e Bobby, haviam sido levados de lá por Magia, que quis mostrar a época de onde os X-Men do futuro vieram. E aqui, na segunda parte da edição, com roteiro de Brian Michael Bendis e arte de Stuart Immonen, vem uma série de surpresas... A primeira: ao contrário do que os X-Men do futuro diziam, o futuro parece bastante positivo, com a Escola Jean Grey toda modernizada e Sentinelas pacíficos protegendo o local. A segunda: outro grupo de heróis vivia no local, e eles se apresentavam como... os X-Men. Mas se esses são os X-Men do futuro, quem são as pessoas que foram para o presente?

A resposta vem em forma de flashbacks: no futuro, os X-Men convenceram Alison Blaire, a Cristal, a se candidatar à presidência dos Estados Unidos. Com sua popularidade, a loira conseguiu unificar humanos e mutantes em torno da paz e se eleger. Mas, durante seu discurso de vitória, a mutante foi assassinada com uma rajada de energia, seguida pela aparição de uma série de criaturas monstruosas (...não lembram os poderes de uma certa mutante que apareceu logo no começo desta saga? Coincidência... ou não?). A partir daí, parte dos X-Men parece ter desistido de buscar a convivência pacífica com os humanos, culpando-os pela morte de Cristal (supondo que essa seja realmente Cristal, já que no presente, vale lembrar, Mística vem se passando por Alison na SHIELD) e cortado laços com a equipe. São esses os mutantes que foram para o presente.



A outra parte permaneceu fiel à ideologia dos X-Men, agora reduzidos a uma nova Wolverine (na verdade uma Jubileu com um dispositivo gerador de garras de energia), um envelhecido Colossus (que carrega a Espada Espiritual de Illyana e parece ter perdoado sua irmã no futuro), um também envelhecido Homem de Gelo (...então quem é o Homem de Gelo com o grupo que foi ao presente??), Quentin Quire (agora hospedeiro da Fênix, mas ainda um rebelde sem causa), Quimera (uma jovem semelhante à Tempestade, acompanhada por uma grande pantera), um novo Doutor Estranho e um misterioso Sentinela X, semelhante ao Homem de Ferro. O grupo não gostou de ver mais viagens no tempo, mas ao saber o que seus ex-colegas haviam feito, eles concordaram em acompanhar Illyana e os dois X-Men originais ao presente, contar a verdade ao grupo de Ciclope.

A terceira parte da edição, com roteiro de Brian Wood e arte de David López, mostra que, enquanto tudo isso acontecia, Wolverine revelava a Rachel em conversa telepática que desconfiava dos X-Men do futuro (o que é estranho, já que até então ele vinha acreditando em tudo que eles diziam). Mesmo se não desconfiasse, a máscara dos visitantes caiu logo que descobriram que Hank e Bobby haviam ido ao futuro: sem perder tempo, eles realizam um ataque certeiro. Enquanto Xorn nocauteava psiquicamente Fera, Tempestade, Kitty, Jean, Scott e Warren de surpresa, a “Kitty do futuro” revelava-se, na verdade, um jovem com o transmorfismo de Mística e as garras de Logan, perfurando-o e chamando-o de “papai”.



Sobrou para as X-Women tentarem fazer alguma coisa. Em um intenso confronto psíquico, Rachel venceu o suposto neto de Xavier, mas foi nocauteada por Molly Hayes. Vampira tentou a absorção de poderes no “Hulk de Gelo”, apenas para descobrir que ele não era humano e ser colocada fora de combate. Enquanto Jubileu e Bling protegiam o pequeno Shogo (cada dia mais adorável, por sinal), Psylocke destroçou o gigante gelado e lutou, sozinha, contra os demais vilões, dando tempo para suas colegas fugirem. Em meio à confusão, todos os dormitórios e salas de aula do local foram trancados pelos vilões – o que explica por que outros X-Men na escola, como Gambit, não entraram na briga.

O grupo de Ciclope e os verdadeiros X-Men do futuro chegaram tarde demais, mas o Sentinela X conseguiu localizar Jubileu, Shogo e Bling e, pra surpresa da jovem vampira, o homem por trás da armadura é ninguém menos que o Shogo do futuro, crescido e saudável. Um encontro emocionante e feliz, mas a felicidade foi interrompida por Psylocke, ferida, alertando para a situação desesperadora à frente de todos.

Assim, uma série de revelações bombásticas foi despejada sobre os leitores. Afinal, o que os “ex-X-Men” do futuro querem com os X-Men do passado? Serão eles as verdadeiras ameaças? E, se forem, como detê-los? Essas respostas devem ser dadas em breve, na última parte da saga. Assim esperamos.

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