terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Quem influencia quem na Marvel? Dan Buckley responde!



Muito se fala por aí que a franquia dos cinemas está bagunçando e influenciando demais os quadrinhos e que o risco era grande que um acabasse com a existência do outro. Ou o tornasse seu refém para o bel prazer. Mas seria isso algo razoável e necessário ou estaria passando dos limites? Bem, alguns depoimentos de um dos grandões da Marvel essa semana são merecedores de atenção quanto a essa questão.

O editor da Marvel (Entertainment, não só comics), Dan Buckley, esteve justamente nesse final de semana respondendo a essa questão polêmica. "Pessoas gostam de pular direto pra conclusões" falou ele. "Vamos dizer que ambos os meios tem influenciado um ao outro, sim, Eles criativamente se esmeram um no outro. As pessoas vão roubar boas ideias um do outro. Isso sempre vai acabar acontecendo". Pra exemplificar essa ideia,  Buckley falou sobre a máquina cérebro dos X-Men. "Todos devem se lembrar dos gibis dos X-Men nos anos 70, 80 e 90. O Professor iria colocar o Cérebro e usar aquele capacete em uma sala, qualquer sala que seja e ela seria desenhada de qualquer jeito que o artista quisesse" lembrou. E completou "Mas agora, depois dos filmes dos X-Men, quando colocaram aquela grande área aberta metálica que parece um globo e que você precisa ir para o meio dela através de uma rampa usar o capacete, todo revistinha Marvel agora faz a sala parecer daquele jeito. O filme definiu uma percepção em massa o jeito que a sala do cérebro deveria parecer".

Ou seja, segundo Buckley "Foram os caras que trabalham nos quadrinhos que viram aquela representação do cérebro cheia de apelos visuais e não foi feita uma exigência de que elas seguissem a sinergia dos filmes". Vale lembrar também que isso ocorreu muito antes da compra da Disney, quando o filme dos X-Men também influenciou a fase Morrison de largar os uniformes coloridos e usar o couro preto.

 Segundo Buckley, qualquer decisão que seja feita nos quadrinhos para redefinir um personagem é feita somente pela divisão de publicação dos quadrinhos, mais precisamente o editorial e os chefes criativos de lá. Na lógica do editor, no entanto, é de se esperar que uma mudança que pareceu ser legal nos cinemas, naturalmente seja levada aos quadrinhos. Num exemplo contrário, lembrou que a personagem Skye foi recentemente revelada como sendo a personagem Daisy Johnson na série e que agora terão a base dos quadrinhos para trabalhar com ela.

Por fim, quando foi falado sobre as suspeitas de a Marvel querer alinhar perfeitamente o universo cinemático com os dos quadrinhos, o editor foi ríspido - "seria um caminho para a loucura". Dan foi ainda mais categórico - "Nossos universos não vão ser reescritos em cima do outro". "As revistas ainda vão agir, respirar e operar no universo e na continuidade própria dos quadrinhos. Já o universo da televisão ainda estão alinhados com o universo Cinemático, como já vem fazendo".

E aí, os argumentos do editor são coerentes? Indo mais para trás, poderíamos alegar que personagens como Flama, X-23 e tantos outros que deram certo nas animações não são boas aquisições para as HQs? Nosso primeiro Tira-Teima aqui do site já mostrou que mudanças por forças externas não só coisas de hoje. E como costumo dizer, só o tempo irá julgar o que foi ou não válido!

Coveiro

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