domingo, 12 de abril de 2015

Maratona 616: Top 10 Roteiristas do Demolidor



Seguindo em frente na sua maratona do Demolidor? Pois enquanto você dá aquela pausa, nós vamos recheando o seu fim de semana com mais novidades da nossa Maratona 616. Desta vez, voltamos aqui pra falar dos 10 mais marcantes roteiristas que passaram pelo Homem sem Medo. Confere aí:

10 - Daniel. G. Chichester

Apesar de eu sempre torcer a cara pra esta fase, eu tenho que reconhecer que Chichester foi responsável por um dos momentos que ficará lembrado para sempre nas memórias dos leitores. Basicamente, ele assumiu o Demolidor em boa parte do começo dos anos 90 e foi responsável pela famigerada fase da “armadura cinza e vermelha”. Seus arcos mais conhecidos certamente são o “Queda do Rei do Crime” e o “Caindo em Desgraça”. Além da mudança de visual do próprio Matt, Elektra tinha acabado de ressurgir e era algo diferente. Nas suas últimas edições, o próprio estilo de narrativa ia muito além do que estávamos acostumados com a arte de Scott McDaniel.



9-David Mack

David Mack surgiu como uma das novas apostas dos quadrinhos num momento em que a Marvel estava em recuperação e Joe Quesada era um nome de ouro que fez o recente selo Marvel Knight dar certo. Em parceria após a saída de Kevin Smith do roteiro, Quesada e Mack conseguiram dar seguimento a uma boa e surpreendente fase do Demolidor. Ora revezando arte e roteiro, foi responsável por criar a personagem Echo, num arco bastante sensível e maduro. Mais tarde, no meio da passagem do Bendis sobre o Demolidor, viria a destinar mais 5 edições somente focada na personagem Echo, colocando uma deslumbrante arte em paralelo.


8- Gerry Conway

Com a recente saída de Stan Lee do título e Roy Thomas estando sobrecarregado demais para ficar por ali por muito tempo, coube ao novato e promissor roteirista do Homem-Aranha, Gerry Cornway cuidar das edições do Demolidor a partir do número 72. Depois de seguir por um tempo a linha padrão de Lee, Cornway sentiu que podia dar uma nova guinada na vida do vigilante com uma parceria com a Viúva Negra lá pela edição 81. A coisa deu tão certo que a moça acabou ganhando nome também no titulo e na edição 92 a revista passou a se chamar Daredevil & Black Widow, ficando assim por 25 edições. Essa parceria entre o Demonio e a Espiã deu tão certo que perdurou muito, muito tempo, indo além da passagem do Cornway no titulo e só se encerrando no número 124. No meio dessas histórias, você vai encontrar o surgimento do segundo Senhor Medo, a volta do Homem-Touro e o confronto com o Messias Negro.


7-Ed Brubaker

Qualquer um que pegasse a fase antecedida por Brian Michael Bendis em Demolidor provavelmente ficaria em maus lençóis, mas Ed Brubaker conseguiu tirar de letra. O colega tinha deixado Matthew Murdock numa situação complicada ao ser preso e Brubaker pegou a deixa para criar um clássico moderno com a história Demônio no Pavilhão. Vários elementos da passagem do Demolidor acabam unidos nesse drama na prisão e ao mesmo tempo ele costura uma trama paralela que irá dar um jeito de reverter a situação complicada do personagem. Depois de soltar o herói, Brubaker segue um caminho ainda mais drástico para o Demolidor e que acaba culminando na fatídica “Terra das Sombras” assinada por Andy Diggle. Brubaker também foi o responsável por criar a personagem Lady Mercenário.


6-Denny O'Neil

Aquele que escreveu até hoje uma das fases mais marcantes do Arqueiro Verde na DC também vai ser muito lembrado pela boa temporada de histórias na Marvel,  grande parte delas dando vida ao Homem sem Medo na cozinha do Inferno. O’Neil teve um trabalho difícil, pois ele basicamente sustentou o título do vermelhinho entre as duas fases de Frank Miller no título e estando sempre ao lado do fenomenal desenhista David Mazzuchelli. Histórias marcantes com parcerias com a Viúva Negra, Two-Gun Kid,  Punho de Ferro e confrontando novos vilões como Micah Synn e Gael.



5-Ann Nocenti

Depois de sua passagem pelos Novos Mutantes e X-Men, é em Demolidor que Annie Nocenti mais se destacou. Foi graças a ela, por sinal, que lhe rendeu o prêmio Eisner de melhor escritora em 1989. Depois da saída de Miller, passou-se um bom tempo até que um escritor voltasse a pegar o jeito com o Homem sem Medo e ela acabou direcionando as histórias para um tom mais social na época, lidando com racismo, sexismo e desigualdade. Outras vezes, percorreue um caminho até mesmo surreal como muitos vão se lembrar pela confronto de Murdock com Mephisto e Coração Negro. Nocenti também foi responsável por criar uma clássica vilã do Demolidor, Mary Tiphoid.




4-Mark Waid

Por muito, muito tempo, Matthew Murdock ficou atado ao tipo de histórias com clima denso, obscuro e até mesmo depressivo.  O retrato de seu alterego era um declínio da sanidade de qualquer ser humano e isso realmente limitava bastante o público que poderia se considerar fã do Demônio. Mark Waid decidiu fazer diferente e quando deu início ao volume 3 do Demolidor na Era Heróica tentou um caminho mais alegre, colorido e super-heróico para o personagem. Era algo que não se via desde os seus primórdios com Stan Lee. Muitos consideram essa fase, que é a atual, uma renovação para Matt e uma boa oportunidade para se viver o inesperado.


3-Brian Michael Bendis

Há aqueles que amam Bendis e há aqueles que o odeiam, mas em todos os casos, quando se trata de seu trabalho com o Homem sem Medo, há o consenso de que é algo que tem que ser avaliado a parte. Já fazia um certo tempo que o defensor da cozinha do inferno não passava por uma fase marcante e mesmo nomes grandes como Kevin Smith e David Mack não conseguiram emplacar por muito tempo uma passagem que reconquistasse os velhos fãs e novos leitores. Bendis surgiu na edição 16 do segundo volume do Demolidor e mesmo de antes mostrou-se bem a vontade de contar histórias urbanas com heróis. Nesta época, o Demolidor passava por maus lençóis para proteger sua identidade e chegou aos limites para defender a cozinha do Inferno, deixando dúvida até mesmo em antigos aliados. Ao lado do fenomenal Alex Maleev, sua passagem durou quase 100 edições e recentemente vai ganhar de novo espaço por aqui numa futura edição Deluxe pela Panini. É um relançamento mais que merecido.


2-Stan Lee

Pode parecer que esse nome está aqui a toa, apenas pelo mérito de ter criado o personagem, mas não. Stan Lee foi responsável pelas primeiras 50 edições do personagem (excetuando-se uma assinada pelo desenhista Wally Wood) e estabeleceu a base de criação do Demolidor. Desde suas limitações e capacidades relacionadas aos seus sentidos super-aguçados até o elenco de suporte tão bem amarrado composto por Karen Page, Foggy Nelson e Deborah Harris. A maioria dos vilões clássicos do Demolidor também foram estabelecidos aqui, a exemplo do Coruja, Polichinelo, Metalóide, Homem-Púrpura, Gladiador e Saqueador Mascarado. Com um ar mais alegre e dinâmico, as histórias do Demolidor desta época em nada lembrava o ambiente depressivo e duro pelo qual ficou conhecido nos final dos anos 70. Certamente, é uma boa pedida pra os fãs correrem atrás de “Bibliotecas” e “Coleções” Históricas. Junto com o Homem-Aranha, mostram o auge do brilhantismo de Stan Lee e rebatem em cheio aqueles que duvidam de sua capacidade como roteirista dependente do artista.


1-Frank Miller

Não é nenhuma surpresa o senhor Frank Miller encabeçar o topo desta lista. Quem realmente conhece as histórias do Demolidor sabe que o quadrinhista está para o Homem sem Medo assim como Chris Claremont está para os X-Men e Walter Simonson está para o Thor. Sua carreira praticamente se formou com o vigilante da cozinha do inferno. Primeiro como desenhista sobre os roteiros do veterano Roger McKenzie, depois assumindo interinamente roteiro e arte, sempre acompanhado do fabuloso Klaus Janson.

O Demônio da Cozinha do Inferno estava passando por uma baita fase ruim, prestes a ser cancelado e podemos dizer que Frank o salvou do limbo certo. Daí por diante, Miller foi responsável por vários elementos que se tornaram alicerce da mitologia do herói como o estabelecimento do Rei do Crime como seu grande arqui-inimigo e a criação de Elektra. Histórias célebres marcam sua passagem como a recriação da origem de Matthew em Homem sem Medo, a Queda de Murdock e a saga da Elektra.
Todo o clima noir foi inserido nas histórias de uma forma conjunta, em roteiro e arte, e influenciou não só as futuras histórias como também muitos outros títulos, mesmo fora da Marvel. Basicamente, o primeiro filme da FOX é uma ode a essa fase e mesmo o novo seriado tem nítida influência nas histórias do Miller. Uma boa pedida para os novos fãs que queiram acompanhar essa nova fase está na leva de edições de luxo que a Panini começou a publicar desde o dezembro do ano passado.



Obviamente, tem alguns nomes que acabaram de fora, provavelmente pela curta passagem que tiveram no herói ou por eu preferir priorizar passagens mais marcantes. Recentemente, Andy Diggle continuou a fase do Brubaker e foi responsável pela “queda final do Demônio” em Terra das Sombras;  Como muitos devem lembrar, por oito edições, Kevin Smith escreveu o clássico “Diabo da Guarda”. O próprio Joe Quesada também deu suas pinceladas em algumas edições e escreveu a minissérie Demolidor: Pai. Joe Kelly, Karl Kesel, Marv Wolfman, Steve Gerber, Roger McKenzie e Greg Rucka são outros que tiveram seu momento com o Homem sem Medo e não devem ser esquecidos. Dá pra dizer que de certo modo, o Demolidor teve muita sorte, não?

Coveiro

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