segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Ciclope: Tal pai, tal filho...



Todo bom fã de X-Men conhece essa história. Perseguidos por uma nave alienígena de outro planeta no espaço aéreo do Alasca, um pai teve que tomar uma decisão drástica. Com um só paraquedas em seu avião, ele prendeu seus dois filhos e lançou-os a própria sorte. Somente muito tempo depois, esses dois garotos viriam a saber que Christopher Summers continuou vivo como o pirata espacial Corsário. Por outro lado, não foi uma infância fácil para Scott e Alex desde que foram deixados para trás. Mas o que mudaria se um desses jovens Summers pudesse ter uma segunda chance de crescer ao lado do seu velho? É com essa premissa que temos a  mensal de Ciclope.

Depois dos eventos do Julgamento da Phoenix, o Jovem Ciclope decidiu seguir com Corsário e os demais Piratas Siderais. Era uma oportunidade única e quem sabe isso o tornasse um homem diferente do adulto que ele é hoje. De início, ele tem uma ótima e divertida convivência com Hepzibah, Chod e os demais membros da tripulação. Há é claro a saudade dos amigos X-men que deixou para trás, mas a vida no espaço está sendo um ótimo aprendizado. Mas estaria ele conhecendo e se abrindo assim com seu pai?


Corsário também tem essa mesma dúvida se consegue ser o pai que nunca foi, mas sua amante, Hepzibah comenta o óbvio - Eles só precisam passar um tempo de verdade juntos. Só eles. Uma primeira oportunidade surge com um ataque de uma nave Badoon e Christopher tem a chance de ver seu filho em ação. A primeira lição é nunca faça o que esperam de você, "pense como pirata". Depois de cuidar da tripulação, Chris vê ali a oportunidade de realizar uma viagem a sós com seu filho. A nave Badoon está em ótimo condições para uma viagem só com os dois.

A aventura começa agora e assim inicia-se uma jornada de grande admiração de Scott por Christopher.  Entre novos mundos e aprendizados, no entanto, permeia um mistério - Como o Corsário está realmente vivo? E que droga é aquela que ele precisa tomar pra se manter assim? Numa dessas viagens, Christopher vai para um pardieiro traficar novas drogas e nesse meio tempo o filho dele conhece uma garota alien e consegue arrumar uma confusão com um Skrull.  Depois de ter dado conta do alien verde, Scott descobre que tudo era uma experiência de realidade virtual. Mais tarde, quem se mete em confusão é o próprio Pai, quando caçadores de recompensa aparecem para ter sua cabeça. Desta vez, a coisa é pra valer e o jovem Ciclope se mostra mais uma vez tão capacitado quanto sua versão adulta para salvar o pai. O único prejuízo é que a droga que o pai tinha acabado de negociar foi danificada.


Foi preciso ir para mundos mais distantes para o Corsário conseguir novas doses da droga e como ficava cada vez mais debilitado foi impossível esconder isso do filho. Mas o pior ainda estava por vir. Dado instante, a nave Badoon mostrou-se esgotada e apresentou avarias irreparáveis. Foi preciso um pouso de emergência em um planeta não civilizado perto para eles sobreviverem. Se queriam um momento a sós, Scott e Christopher teriam muitos agora até consertarem de novo a nave. E isso teria que ser feito antes da droga acabar.

Na beira de uma fogueira, após o filho questionar sobre a droga que o Corsário estava tomando, o pirata sideral teve que contar sua história - Como foi que conheceu Gabriel, o caçula dos seus filhos, e como ele o matou em meio a sua loucura. Corsário revelou como Hepzibah e os demais decidiram recorrer a últimas instancias para salvar o Corsário. Assim, ele foi revivido, mas agora completamente dependente desses remédios para continuar assim. Por fim, Scott perguntou porque o pai não voltou para Terra quando ficou se livre dos Shiars a primeira vez. Christopher revelou como o ódio de ver sua esposa morta por D'Ken alimentou seu desejo de Vingança e ele acha que os filhos poderiam estar melhor sem ele. Scott lamenta a decisão do pai e até culpa ele pelo Ciclope adulto acabar sendo do jeito que é.

Os dias vão se passando naquele planeta perdido e assim também vão acabando as doses do remédio do Corsário. Em meio a treinos de espadas, conversas ao pé da fogueira e ataques de criaturas aladas procurando comida, os dois lembram que podem ser localizados ali pelo sinalizador quântico usados pelos caçadores de recompensa que os atacaram em outro planeta daquela vez. Bastaria saber consertá-lo e aprender isso o mais rápido possível. E assim é feito.


Como era  de se esperar, os primeiros a captar e atender os chamados de socorro dos Summers são outros Caçadores de Recompensa. Mas isso era algo que pai e filho já estavam esperando. Assim, eles armaram uma emboscada para deter um a um aqueles aliens. Logo, o Capitão do navio percebeu que tudo foi um plano deles para serem encontrados e tentou mudar sua estratégia. Nesse meio tempo, Ciclope se infiltrou na nave deles e conheceu a fiel serva do Capitão, Savva. Em uma boa luta de armas, Scott a derrota e a prende. A fiel escrava só implora para que eles não deixem os demais para morrer ali e Scott ouve.

Com uma pequena armação, depois de ter derrotado todos os caçadores, Scott se mostra capturado por Savva. Corsário se ve obrigado a se render e ambos são levados prisioneiros. Todavia, aquilo era só mais um plano do jovem Summers. Uma vez no espaço, eles foram libertados por Savva e tomaram a nave. Como prometido a fiel serva, a tripulação não seria morta, apenas presa. E assim, mais uma vez os Summers escaparam do seus apuros. Tudo pensando como piratas.

Confesso que de início, fiquei extremamente ressabiado com a premissa deste  título. Afinal, o que esperar de uma mensal de um personagem tão novo como o Jovem Ciclope e colocá-lo numa epopéia cósmica? O fato da ressurreição repentina do Corsário também não me agradava. Mas sendo Greg Rucka o roteirista, valeu dar um voto de confiança. E foi bom ver que o autor sempre sabe o que faz. Esquecendo qualquer grande vínculo com a premissa mutante ou a emaranhada cronologia dos X-Men, Rucka fez disso aqui uma divertida história sobre piratas e aventureiros cósmicos. É a mistura de Jack Sparrow com Capitão Kirk, como ele bem colocou aqui, e tem a vantagem de que qualquer novo leitor sem precisar conhecer nada do que houve antes pode se divertir lendo.

Junto a ele,temos uma arte bonita e bem colorizada de Russel Dauterman, Carmen Canero. As histórias aqui resumidas começaram na edição 19 e vão até a 23 aqui do Brasil. Pra quem acompanha All New X-men, acredito que seja uma boa pedida para complementar o bolo.

Coveiro

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