terça-feira, 27 de outubro de 2015

X-Men: Encarando o Futuro

A atual formação feminina dos X-Men começou a ganhar forma quando Jubileu voltou para Westchester levando um bebê a tiracolo. Desde então, o pequeno Shogo se tornou parte da família X. Ao adotá-lo, a jovem vampira presumiu que Shogo era órfão, sem imaginar que logo sua família estaria atrás dele – e não é qualquer família.



O último arco de Brian Wood no roteiro de X-Men levou nada menos que cinco edições de X-Men Extra para ser publicado no Brasil: 014, 015, 016, 017 e 018. A arte da história principal ficou a cargo de vários desenhistas, como Clay Mann, Matteo Buffagni, Gerardo Sandoval, Paco Diaz e Phil Briones – este último também ilustrou a história secundária. Isso será explicado a seguir.

O inimigo da vez foi um homem misterioso conhecido apenas como Futuro, um dos assassinos mais perigosos do mundo, que foge de uma prisão de segurança máxima. Normalmente, isso não deveria ser problema para os X-Men... só que eles estão com o filho dele. Isso mesmo, o pai de Shogo é um assassino que admite já ter até cometido genocídios. E agora ele quer o filho de volta...

Para isso, Futuro reuniu um grupo de matadores e começou a praticar terror psicológico com os X-Men, deixando Primal e Ninfa à beira da morte. Quase todos os heróis mutantes foram pegos de surpresa, menos Kymera, a filha da Tempestade vinda de um futuro alternativo (lembram do crossover A Batalha do Átomo? Pois é). Em seu futuro, isso já aconteceu e o resultado não foi bom: Jubileu foi permanentemente mutilada por Futuro, que fugiu com o bebê; apesar de conseguirem resgatá-lo, sete X-Men morrem na missão.



Isso é o que iria acontecer. Mas a simples presença de Kymera no presente alterou a cronologia, especialmente depois que ela assassinou um dos capangas do Futuro. Isso o levou a tomar atitudes diferentes: em vez de tentar matar a nova mãe do seu filho, o assassino sequestrou Jubileu e avisou aos X-Men que só a devolveria se eles lhe entregassem Shogo.

Nesse meio tempo, acontece a história secundária: Satânico, Pedreira, Anole e Nim resolveram testar seu potencial na Sala de Perigo para provar seu valor e conseguirem ser aprovados como um esquadrão para combater o vilão. Mas a sessão de treinamento foi um pouco mais pesada do que esperavam... sorte deles que o programa rodado era a sessão de treinamento de Psylocke, que entrou na sala para dar uma “forcinha” e aconselhá-los sobre como usar seus dons e trabalhar em equipe. A intenção de dar mais destaque para o núcleo jovem foi ótima; infelizmente, essa trama não só não foi muito desenvolvida, mas acabou tirando espaço da trama principal, comprometendo o ritmo da história.



De volta à história principal, as X-Women partiram para o resgate de Jubileu, sendo surpreendidas pela Linhagem: trata-se de uma arma biológica ativada pelo sangue de seu proprietário, capaz de transformar vegetação em armamento. Quando usada numa floresta... bem, vocês devem imaginar o estrago.



Mesmo com os reforços recebidos, incluindo o grupo do Satânico, as heroínas pareciam prestes a ser derrotadas... até que Kymera entrou em ação acompanhada por Fera. Com uma gotinha do sangue de Shogo, foi possível para a equipe mutante deter a Linhagem, que acabou matando seu próprio criador. O bebê foi contaminado, mas Fera o salvou ao usar amostras de Arkea nele (o que já havia feito com os jovens X-Men à beira da morte na escola). Ao final, Kymera abandonou a escola pelas diferenças em relação a sua mãe e para caçar a Irmandade de sua época (o que pode ser uma perda de tempo, considerando o que foi mostrado recentemente em Novíssimos X-Men).

Assim acaba o último arco de Brian Wood à frente de X-Men. Infelizmente, o final foi bem fraco: faltaram carisma e personalidade ao Futuro, enquanto a personalidade de Kymera é basicamente a mesma de Tempestade. Apesar da ação e das ameaças, a trama em nenhum momento chega a empolgar. É uma pena que uma série que começou tão promissora, com um excelente primeiro arco e uma ótima história de uma edição vinda em seguida pareça ter se perdido após o crossover A Batalha do Átomo - seja pela perda de duas das personagens originais da equipe, seja pelos problemas pessoais que o roteirista estava enfrentando no momento. No final, fica a esperança de que os próximos roteiristas da série consigam reverter esse cenário.

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