terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

X-Men: Monstros de Frankenstein espaciais

Apesar de atuarem principalmente na Terra, os X-Men já se aventuraram várias vezes a outros cantos do espaço sideral. Alguns até têm laços profundos com impérios espaciais: é o caso de Rachel Grey, embora ela prefira esquecê-los. Infelizmente para ela, cedo ou tarde essas conexões sempre se manifestam...



Após a última história de Brian Wood em X-Men (a série que chamamos carinhosamente de X-Women), Marc Guggenheim (Jovens X-Men) deu continuidade à série com um novo arco, publicado nas edições 019 a 023 de X-Men Extra, com arte de Harvey Tolibao e Dexter Soy. E, se a abertura dessa resenha não deixou claro, dessa vez a equipe de Tempestade foi ao espaço, a pedido da Agente Brand, após a vilã shiar Rapina aparecer flutuando em coma próxima ao Zênite (base da E.S.P.A.D.A.), próxima à Terra. Ororo levou suas colegas Rachel, Psylocke, Monet e Jubileu ao Zênite, que também recebeu a doutora Cecília Reyes, para juntas avaliarem as condições vitais da vilã shiar e descobrir em sua mente o que ela queria.

Mas a vida dos X-Men (e das X-Women) nunca é fácil, e não demorou para o Zênite ser atacada por caçadores sidrianos. Após deter as criaturas, parte da equipe foi seguir seu rastro e chegou a uma nave shiar comandada por Dketh, disposta a recapturar Rapina. O shiar aceitou uma aliança temporária para seguir os sidrianos, chegando a uma estrutura semelhante à das acantis, onde descobriram que alguém estava combinando espécies – e um exército dessas criaturas híbridas as atacou.

(Ah sim, nesse meio tempo, Rachel descobriu que Dketh foi quem sugeriu ao Império Shiar o massacre da família Grey. Ela não ficou muito feliz com isso.)



Enquanto isso, Tempestade, Jubileu e Cecília permaneceram no Zênite. Lá, Ororo reativou os reatores da nave, desmaiando em seguida pela exaustão, enquanto a médica mutante avisou que Rapina estava grávida. Quando Cecília foi atender sua amiga, descobriu que Tempestade havia sido estrangulada por um agente da E.S.P.A.D.A., Manifold Tygre (qualquer semelhança entre o nome e o aspecto físico dele não é mera coincidência), que na verdade estava trabalhando para Sharada Darthri, uma cientista da Ordem Providiana, cujo objetivo é a mistura de diferentes espécies para gerar novos seres.

(Ah sim, ela também capturou Rapina enquanto ela estava em coma e conduziu experimentos genéticos no feto no ventre dela. Quando a shiar acordou, ela não ficou muito feliz com isso e matou Tygre.)



Mesmo gravemente ferida, Cecília conseguiu se defender a tempo para Jubileu ajudar a salvá-la e reanimar Ororo. Ao mesmo tempo, o Zênite era atacado por um exército da ninhada skrull (sim, vocês leram direito). X-Men, Rapina, shiars e os agentes de Brand tiveram que deixar suas diferenças de lado para se defender – embora tenham sido capturados por Sharada, a reaparição das colegas dadas como mortas ajudou a virar o jogo, derrotar as aberrações genéticas e prender Sharada.

Ao final, Rapina foi mantida no Zênite para se recuperar de seus ferimentos e esperar o nascimento de seu bebê. Além de não poder levar sua prisioneira, Dketh ainda foi obrigado a manter uma dívida de honra com Rachel após ela salvar sua vida – e, de quebra, a X-Man colocou na mente do conselheiro shiar todas suas lembranças do massacre de sua família, para que ele nunca pudesse esquecer o resultado de sua orientação. Apesar disso, ela decidiu não se vingar do shiar, motivada pela compaixão aprendida com sua família. Ao final, ela só espera ter tomado a decisão certa.

Não há muito a dizer sobre esse arco. Tanto no roteiro como na arte, ele não incomoda mas também não impressiona. O destaque foi a carga emocional de Rachel Grey tendo que lidar com o homem que sugeriu o massacre de sua família – de resto, a única personagem com alguma relevância foi Monet com seus rompantes de sarcasmo e antipatia. Personagens como Sharada ou Dketh dificilmente devem reaparecer tão cedo ou deixar alguma marca na mente dos leitores.

Se o arco tivesse sido mais curto, talvez fosse uma leitura mais interessante. Infelizmente, Guggenheim não empolgou: resta agora torcer para que o próximo – e último – arco da série traga alguma redenção, sob o comando da talentosa roteirista G. Willow Wilson.

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