sexta-feira, 1 de abril de 2016

Inumano: O Bom, o Mau e o Feio*

MARVEL NOW NOVA MARVEL UNIVERSO MARVEL 28 29 30 CHARLES SOULE RYAN STEGMAN INUMANIDADE INHUMAN INUMANO 7 8 9 10

* Adaptação tosca de título inspirada no filme The Good, the Bad and the Ugly, originalmente chamado, Il buono, il brutto, il cattivo.

Usando a deixa da revelação feita por Linhagem, os Inumanos finalmente chegam ao até então desaparecido Raio Negro para, em seguida, precisarem lidar com as os efeitos da inversão do EIXO sobre sua rainha Medusa, enquanto a história de Xiaoyi e do Leitor se torna cada vez mais complexa. Inumano continua nas páginas de Universo Marvel!

Falo aqui, portanto, de duas histórias subsequentes. Na primeira, publicada nas edições 28 e 29 de UM, o roteirista CHARLES SOULE revisita uma trágica dinâmica de manipulação entre Raio Negro e seu irmão Maximus. Porém, como é a proposta da revista, ele usa essa resolução necessária para introduzir dois personagens do novo mundo dos inumanos. O destaque, claro, vai para Frank McGee, um veterano detetive que continua sua vocação como parte da comunidade – para a qual entrou sem ter escolha, como fica claro em sua abordagem sobre a nova condição. Ele é o verdadeiro protagonista dessa história.

Em parceria com a inumana Auran, McGee, cuja transformação não chega a ser irrelevante, mas não muda seu modus operandi, chega até Raio Negro e Maximus, mas acaba precisando de uma ajuda extra após a perda violenta de sua parceira. Assim Soule joga com os novos e velhos personagens do universo inumano, até que McGee, confrontando o lunático Maximus, ajuda Raio Negro a se libertar do controle do irmão. De posse do códice que contém os segredos do genoma inumano, Blackagar Boltagon não perde a realeza e parte sem dar muitas explicações.

Já em Universo Marvel 30, a “invertida” Medusa divide as atenções com o destino de Xiaoyi e do Leitor, que acaba levando a nova inumana ao grupo Ennilux, sem saber que o líder desse obscuro e quase mafioso grupo inumano planeja usar o corpo da jovem para nele depositar sua consciência imortal. Não demora para que o misterioso inumano volte ao seu resgate, uma perseguição se inicie, prometendo se estender nas próximas edições.

Em Nova Attilan, o sorrateiro Linhagem se aproveita da alterada Medusa para fortalecer um plano real de invasão da ilha de Manhattan. Sob o incômodo da maioria esmagadora de seus comandados, a rainha inumana confronta os poderes mundiais após invadir uma reunião na sede da ONU, expondo todo o ressentimento em relação à forma como seu povo vem sendo tratado pelos humanos. Isso leva a um confronto com o Homem-Aranha, que chega até ela após denúncia de pessoas próximas à soberana.

Enfurecida, ela abandona os inumanos à sua própria sorte, indo na direção do desfecho da saga Eixo. Sinceramente, mesmo que aproveite para sedimentar o novo status dos inumanos, a mim pareceu que Charles Soule usou essas edições para adiantar sua história de fundo (com Leitor e Xiaoyi) enquanto escrevia a “Medusa invertida” por obrigação.

A arte é “dividida” nessas duas histórias. A primeira, em torno de Raio Negro e Frank McGee, é ilustrada por PEPE LARRAZ, que aumenta o rol de ótimos artistas destacados para essa revista. O tie-in com o Eixo tem a volta de RYAN STEGMAN, cuja competência e adequação ajudam a naturalizar uma “cara” para o título.

Soule continua de forma bastante competente na sua empreitada de estabelecer novos e velhos personagens nas relações criadas desde que a nuvem terrígena foi liberada no ar. As incertezas de um povo espalhado ao redor do mundo (metáfora das diásporas vivenciadas por diferentes povos na história?) e as incertezas do poder reinante em um momento delicado como esse continuam dando tom a essa construção.

João

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