segunda-feira, 30 de maio de 2016

Magneto: Ardil


Já faz algum tempo que a jovem Briar Raleigh acompanha de perto as iniciativas de Magneto em defesa da espécie mutante, chegando ao ponto de influenciá-lo, mas ela tem os seus próprios objetivos, alguns dos quais começarão a ser revelados pelo escritor Cullen Bunn e os desenhistas Javier Fernandez e Gabriel Hernandez Walta em Magneto #13 a #15, publicadas aqui em X-Men Extra #25 a #27 pela Panini.

Briar se dirige, desacompanhada, até uma espécie de feira em que são vendidos itens estranhos como gravações em vídeo de ataques de Magneto contra a humanidade, inclusive o que a vitimou tempos atrás e a deixou com uma órtese na perna, algo que ele aparentemente ignora. Outros presentes no local têm o estranho fetiche de compararem histórias e cicatrizes, verdadeiras ou não, que envolvem outros ataques de Magneto. O assunto termina abruptamente com a chegada de uma equipe da SHIELD (Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão) liderada pela Agente Haines, que se dirige a Briar e lhe pergunta onde está Magneto.


A resposta se encontra na ilha de Genosha, aonde Magneto está desde sua epifania. Um esquadrão da SHIELD liderado pela Agente Haines vem rapidamente a seu encontro. Magneto toma mais uma dose de MGH para recarregar seus poderes e responde à ofensiva de maneira brutal. Ele questiona duramente a Agente Haines sobre aonde a SHIELD se encontrava quando os Sentinelas devastaram a ilha anos atrás ou quando o Caveira Vermelha a transformou num campo de extermínio mutante mais recentemente. A pergunta fica sem resposta, mas outras interrogações povoam sua mente. Em seguida, de maneira surpreendente e com o combate praticamente decidido a seu favor, Magneto se rende.

O mutante é aprisionado com um par de algemas inibidoras de poderes e levado para uma cela em um aeroporta-aviões da SHIELD. Ele se lembra de quando alertou Charles Xavier anos atrás de que seu detector de mutantes, Cérebro, poderia ser usado contra seu próprio povo. Em seguida, ele se livra das algemas e escapa de sua prisão.


Enquanto isso, Briar Raleigh conversa tranquilamente com a Agente Haines na ponte de comando sobre seu papel de informante da SHIELD, que não despertou nenhuma suspeita de Magneto até agora. De repente, um alarme dispara acusando a fuga do mutante, que se esgueira pelo interior da nave em direção ao servidor central e percebe, sem estar exatamente surpreso, que a SHIELD tem a sua própria versão do Cérebro. Magneto não perde tempo e conecta um "pen drive" com um vírus capaz de apagar tudo o que há sobre a espécie mutante nos bancos de dados da organização. Ele até poderia se retirar agora, mas não resiste à tentação de deixar uma mensagem bem clara.

Magneto não ignora que existe uma simpatizante dos mutantes cooptada por Xavier na SHIELD, a Agente Rodriguez, responsável por soltar as algemas que o aprisionavam. Ela se reporta a Haines, fingindo não saber de nada e a conversa é interrompida pela chegada dos Carrascos, que Magneto reprogramou a seu serviço. 


O ataque deles é implacável. Durante a confusão, Magneto "resgata" Briar, que mal disfarça a surpresa, mas se recompõe rapidamente. Ambos se dirigem para fora, bem a tempo de Magneto salvar a vida de Haines, que estava prestes a ser estripada pelo clone de Dentes de Sabre. Magneto se livra dele atirando-o em um exaustor da nave e a Agente Rodriguez ampara sua chefe e exige a rendição do mutante, cumprindo bem seu papel de "agente dupla". Magneto nega o pedido e dá um recado a Haines: "deixe Genosha comigo, se ousar cruzar minhas fronteiras novamente, o prejuízo será infinitamente pior".

Esse título "solo" de Magneto mantêm sua consistência de apresentar boas histórias. Não é uma trama propriamente complexa mas, aos poucos, vários elementos são acrescentados e reapresentados de maneira surpreendente, e isso é muito bom para manter o interesse do leitor. Já devo ter mencionado antes, mas gosto de como Cullen Bunn entende as motivações de Magneto e sabe explorar muito bem a contradição entre o que ele quer realizar, até certo ponto louvável e a crueza de suas ações. 


Não ficou claro para mim onde Magneto conseguiu um vírus capaz de inutilizar o banco de dados da SHIELD: se já estava no mesmo dispositivo utilizado antes com o nome de todos os mutantes assassinados de seu memorial ou se estava no que Briar lhe deu como gesto de "boa vontade" quando se conheceram. Ficou algo meio "jogado" na história, na minha opinião.

Os desenhos e narrativas de Javier Fernandez e Gabriel Hernandez Walta estavam muito bons como sempre, com a ótima colorização de Dan Brown e Jordie Bellaire. Felizmente, o revezamento de todos esses artistas não comprometem a "identidade visual" do título. A capa variante feita por John Cassaday para a edição #15 do título, que pode ser vista logo acima, ficou sensacional.

C@rlos


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