A queda do Quarteto Fantástico roteirizada por JAMES ROBINSON foi recentemente concluída nas edições 31, 32 ,33 e 34 de Universo Marvel. E em clima de ascensão e queda, Robinson usa todas as ferramentas à sua disposição para demonstrar a desgraça e o real tamanho da família-símbolo da Marvel.
Fundação Futuro, Inumanos, Invasores, Homem-Aranha, o mundo de Heróis Renascem e mais. Escrevendo uma história bem ao seu estilo (bebendo muito de laços e tramas que remetem à Era de Prata dos quadrinhos), Robinson encaminhou a revista do Quarteto para a retomada da contagem centenária da revista, voltando ao número 642, em suas últimas quatro partes. Reunidos, superando todos os obstáculos propositalmente colocados em seu caminho separando-os, Reed, Sue, Ben e Johnny voltam ao azul e preto tradicional, abandonando o rubro-negro provisoriamente adotado.
Mas isso não significa paz, já que precisam convencer a SHIELD e uma série de heróis de toda a conspiração que se voltou contra eles. A chave é clara nas palavras de Valéria Richards: precisam consertar o sonho de Franklin para, assim, derrotar as maquinações de John Eden, responsável por toda conspiração. E com um último passo de redenção do jovem clone gênio do mal Bentley Wittman é essencial para que tudo seja colocado em movimento. Mais bacana ainda é a reviravolta envolvendo o Quarteto Terrível, que acaba também dando as caras.
Tudo converge para uma estratégia desesperada, que envolve praticamente o mundo inteiro e centenas de personagens (que fazem apenas pontas ao redor do planeta), que combinam seus esforços sob o comando das mentes brilhantes do Quarteto. O exagero na sua trama retrô – Robinson coloca o Sonâmbulo como peça-chave para que tudo se resolva, o Homem Psíquico como ferramenta essencial na trama do grande vilão da história – acaba fazendo com que a história fique divertida pelo tumulto de personagens e referências que Robinson busca articular na narrativa. Divertida mas às vezes bem bagunçada.
Não é nem de longe a melhor história do Quarteto Fantástico – a arte de LEONARD KIRK, porém, uma excelente opção, já que ele segura a onda mesmo tendo que desenhar tantos personagens diferentes. Não fica clara qualquer relação do desfecho com a família reunida e o mundo prestes à catástrofe que acompanhamos na iminência das Guerras Secretas, mas é uma história na qual não é difícil identificar as intenções do roteirista: ressaltar, em uma grande salada de referências e tradição, aquilo que seria a essência familiar da equipe.
João