segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Deadpool: Pulp... porque não tem clima pra ser Noir



Quem foi a banca no mês passado viu que além da conclusão da revista mensal deste volume do Deapool antes que o mundo se acaba nas Guerras Secretas, viu que tinha mais uma edição especial em formato de encadernado do Mercenário Tagarela. E ela tem como carro-chefe algo que a Panini estava devendo fazia um tempo, a versão "Pulp" do personagem... já que não dá pra ser Noir. O roteiro da história ficou por conta de Adam Glass e Mike Benson, com arte pra lá de no clima de Laurence Campbell.

Seguindo a linha do universo Noir (só que com outro nome só pra ficar diferente), a história de Wade Wilson é refeita pro ar dos anos 50. Aqui, de cara, dois personagem bastante próximos do universo do personagem são os seus superiores no comando - o General Conflyto e o Agente Cable. São eles que indicam ao criador do FBI J. Edgar Hoover o nome de Wilson para  a missão suicida de interceptar uma maleta-bomba que anda circulando pelo país.


Wade faz o mesmo perfil de sempre. Sem nenhuma noção da realidade, dançando com o perigo (ao ponto de brincar com roleta russa com a bandidagem e ainda com duas vozinhas malucas na cabeça. Sua doidera aparentemente é fruto da grande tortura que sofreu em território japonês durante a Segunda Guerra e flashes desse passado assombram o mercenário a todo momento durante a história. Wade também tem seu codinome Deadpool e uma variação bem maneira do seu tradicional uniforme. Depois de terminar sua última missão, é escalado pelo FBI e deve passar por uma breve avaliação psicológica. É claro que não dá muito certo.

No teste, uma cena pra lá assustadora sobre a tortura que sofreu quando preso pelo inimigo é revivida e uma referência pra lá de esquisita a seus dons de regeneração é colocada quando ele mostra como escapou das correntes que prendiam seus polegares durante a prisão na base japonesa. No fim, Deadpool é aceito para a missão que pode ser sem volta e seu alvo é revelado - Inez Temple, a Pistoleira.


Diferente do que conhecemos da personagem nos quadrinhos, ela é bem mais violenta e pouco heróina. Acaba ainda abusando da sedução como melhor arma, mas sem precisar mostrar muito seu corpo. E claro que ela não nega de jeito nenhum usar armas de fogo quando precisa. A busca de Wade segue pelos piores botecos do submundo. Ele deve localizar e eliminar Inez, ao mesmo tempo saber do cientista Jackson Hammer (o Fuinha) que ela está atrás e que pode ser o unico capaz de ativar a bomba além do presidente dos EUA.

Como é de praxe nas histórias do Mercenário Tagarela, sangue e membros amputados ´o que não faltam na história. Mas a coisa se complica quando alguns detalhes vão se revelando surpreendentes para os leitores a medida que a narrativa avança. Wade e Inez já foram outrora amantes e isso pode complicar as coisas. Já entre Conflyto e Cable, descobrimos que há um traidor dentro do governo e que está doido para fazer uma nova e produtiva guerra estourar e por toda a culpa nos comunistas.

Apesar de não ter fator de cura aqui, é inegável ver como o fato de Wilson ser resistente a dor e suportar qualquer tipo de ferimento faz ainda muita referência ao personagem. Sua confusão mental é outro detalhe que se mantém e é explorado ainda mais quando descobrimos mais pro final que há falsas memórias implantadas nele. Por fim, os flashbacks ampliam ainda mais a relação de amizade entre ele e Cable, além de denotar algo suspeito do lado de Conflyto.


No jogo de traições e trapaças, quando Deadpool descobre que é um agente condicionado e com a cabeça completamente mexida pelo governo, é justamente sua esquizofrenia e dupla de vozes que o salva da programação mental. Com isso, temos um final pra lá de eletrizante mais seguindo para o ramo de filmes de James Bond, fugindo portanto do Noir e seguindo mais pro lado Pulp mesmo. Wade não sai ileso disso, consegue salvar vidas inocentes da explosão da bomba, mas tem seu corpo completamente ferrado com cancer oriundo da radiação. Mas o governo tem uma proposta pra ele - Estaria Deadpool disposto a entrar no programa Arma X?

Pra quem gostou da linha Noir, taí a última peça que faltava daquele universo pra coleção. História tem aquele mesmo bom clima, adaptações bem posicionadas e relevantes pra história e uma arte impecável. O unico lamento é ela acabar vindo num estilo bem diferente daquele material em capa dura originalmente lançado.


E junto com essa história temos também outras curtas histórinhas pra acompanhar. Deadpool: Jogos da Morte coloca o Mercenário Tagarela num verdadeiro reality show pra lá de perigoso e cheio de outros casca-grossas competindo pelo prêmio.  Outras pequenos contos publicados em Marvel Comics Presents 10 e Breaking into Comics the Marvel Way colocam Deadpool detonando ninjas enquanto está numa ligação telefônica nada importante ou mesmo revisitando sua vida num divã (ou algo assim).

Coveiro

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