terça-feira, 16 de agosto de 2016

Deadpool: Uma última grande aventura antes do mundo acabar...


Como está acontecendo com toda a Marvel aqui no Brasil, as revistas mensais estão chegando a um fim. E com Deadpool não será diferente. Das edições 11 a 13 que saíram no Brasil, o mercenário tagarela passara por uma série de perigos para resolver problemas pendentes. E no final, o que se promete é a morte de Deadpool. Mas como será que vai ser isso? Bom, segue lendo.

A primeira história após as confusões do Eixo que os roteiristas Brian Posehn e Gerry Duggan nos proporcionam na revista mensal é patrocinada pela Roxxon. É isso, mesmo. Dario Agger, um dos novos vilões do Deus do Trovão, comprou espaço no título e exigiu uma arte pra lá de "bonitinha" de Scott Koblish para mostrar a população comum que sua nova forma de energia que anda dando vários problemas de saúde colaterais nos residente locais. Com isso, não demora muito para o Deadpool se voltar contra seu contratante que acaba virando o bicho (no caso, um Minotauro, vocês sabem...) e ainda conta com a participação de Jason Aaron, Jason Latour e da atriz Sarah Silverman. De brinde, a história vem com guia de atividades pra crianças e foi toda colorizada com lápis de cera.


Agora, vamos deixar um pouco da insanidade (digo, isso pode deixar de existir nas histórias do Deapdool) e voltar pra os problemas do dia a dia do Mercenário Tagarela. As coisas não andam boas para Wade desde que passou um tempo como Zenpool. Sua esposa, Shiklah, não parece estar gostando da passividade que Wilson anda passando e ele decide que precisa tirar umas férias em especial para tentar se reencontrar. E a proposta perfeita vem do Pete Pote de Pasta... digo, Ardiloso... que chama Deadpool para um trabalhinho tranquilo num país do oriente médio chamado Al Wazirabad.

O empregador é a Roxxon, que se instalando no local e se aproveitando para retirar o máximo de recursos de combustível de lá. O problema é que a empresa encontrou resistência de alguns locais e Deadpool e Ardiloso foram contratados por Potter para atacar os rebeldes. Isso seria moleza para o antigo Deadpool, mas será que agora que passou um tempo como Zenpool, o Mercenário Tagarela tiraria vidas inocentes? Bom, a resposta o leitor tem na sequência de páginas quando Deadpool resolve injetar uma seringa com o mesmo soro de esquecimento que era usado nele no oficial Potter e junto com o Ardiloso se volta pro lado dos locais.


Isso obviamente atraiu toda a ira da Roxxon, que tão rapidamente contratou um outro super-humano para lutar ao seu lado. E esse tem um histórico pra lá de particular com Deadpool. É o super-soldado russo, Ômega Vermelho, que acredita piamente que Wade Wilson é responsável pelo assassinato de sua família. A guerra entre Deadpool e Ômega Vermelho estoura lateralmente ao combate entre o exército da Roxxon e os Rebeldes. E Wilson só consegue se safar graças a uma ajudinha de Potter e do Ardiloso que vieram ao seu auxílio. Em nova estratégia, Deadpool pede para todos fugirem da fortaleza enquanto que ele vai sozinho tentar atrasar os inimigos.


Durante a briga, Deadpool insiste que já fez coisas muito ruins, mas não matou a família do Russo. Ao mesmo tempo, ele parece cheio de remorso com as lembranças de ter incendiado a própria casa com seus pais dentro. Na distração, quase que acabou sufocado pelos tentáculos do Ômega Vermelho, mas nada que um truque que viu na televisão não o ajude a se safar. Ainda assim, o vilão russo não desiste de torturá-lo e começa a arrastá-lo ainda agarrado com seu tentáculo enquanto seguiam com um jipe atrás dos rebeldes.


Agora preso em algum canto de Al Wazirabad, Deadpool é acorrentado num galpão enquanto que os demais rebeldes são levados pelo agora recuperado oficial Potter para serem fuzilados. Para se safar dessa, Deadpool faz uma das cenas mais brutais já vistas em um gibi. Ele começa a morder e arrancar pedaços do próprio braço pra se livrar das correntes que o prendem. Acaba saindo a tempo e com uma só mão viável começa a atirar e matar os inimigos. Nessa, Topper acaba dançando e os rebeldes são liberados. Ardiloso que estava sendo espancado em outra sala, é salvo por um Deadpool com um só braço enquanto que o outro foi meramente colado com fita adesiva.


E nesse novo lugar onde Deadpool libertou os rebeldes, o que ele encontra entre alguns caixotes que iam ser levados pela Roxxon são relíquias antigas bastante familiares, caixões de vidro igual aquele que encontrou sua amada Shiklah. Isso, obviamente, atraiu a "demônia" para lá, que acabou tendo um confronto inusitado e assustador com o Ômega Vermelho. O russo foi quase morto desta vez ali e fugiu de fininho. Já quando Shiklah voltou sua atenção pra cripta e abriu os caixões, encontrou todos vazios. Mas assim que Deadpool saiu, Shiklah começou a desenterrar o solo abaixo dos caixões e decobriu lá outros de sua espécie. Aparentemente, a noiva do Senhor Wilson parece ter seus próprios segredos.


A história agora tem outro foco, voltando para os EUA e colocando Wilson mais uma vez contra a organização criminosa Ultimato. Um novo líder Apatrida foi nomeado e ele quer ter sua sede de vingança contra Wilson depois de ele ter humilhado e matado muitos de seus amigos no último confronto. Os vilões tentaram atacar os parentes e pessoas próximas de Deadpool, mas obviamente que Wilson e a Agente Preston já tinham criado várias salvaguardas para se protegerem. Ninguém saiu ferido (um pouco o agente Adsit, talvez), mas Deadpool não deixaria aquele ataque em vão.


O novo Apátrida acreditava que Wade faria um ataque emotivo e insano contra eles sem pensar. Errou certamente em parte. Deadpool resolveu extrapolar o conceito de preparo pra além do que o Batman pensou um dia. Roubou armamento pesado, comprou uma fazendo chifrim e condenanda para servir de campo de batalha, sequestrou mísseis drones do governo e com isso armou uma das mais sangrentas guerras já vistas em páginas de um gibi. Desta vez, o Mercenário Falante não deixaria sobrar ninguém para contar história ou ter sede de vingança depois. E com isso, até mesmo o próprio Deadpool sumiria. Era a vez de ele ser apenas Wade.

O final dessa história seria digno de final de novela, mas é no caso de um gibi. Todos num iate roubado por Wade e vestindo branco, com champagne na mão e em clima de festa. Mas Wilson não parecia feliz por dentro, não parecia se aceitar ainda mesmo depois de tudo que passou. Preston pediu para ele fechar os olhos e aceitar que outros o amavam. E quando ele tentou isso... bem, como sabemos... dois mundos se chocam e tudo acabou.


Mas as maluquices dessa última edição não param por aí. Como se trata também da edição de número 250 se contarmos todos os gibis do Deadpool, temos algumas historinhas extras com os personagens coadjuvantes que tanto aprendemos a gostar nos últimos tempos. Shiklah, Agente Preston e Adsit, Evan Sabahnur, o Fantasma de Benjamin Franklin e até mesmo o necromante Michael ganham suas cinco páginas para brilhar. E pra fechar com chave de ouro, o artista Scott Koblish volta mais uma vez com uma daquelas suas histórias fora de época para colocar Deadpool contra ninguém menos que Thanos e rouba sua manopla do infinito bem antes da famosa saga dos começo dos anos 90. É mole?

Sei que todo mundo tem seu escritor favorito da fase do Deadpool e eu mesmo balanço a bandeirinha em favor do Fabian Nicieza, Mas há de convir que  a parceria montada aqui por Gerry Duggan e Brian Posehn deu muito certo. O mercenário voltou a ter histórias mais vibrantes e inesperadas, deixando seu humor ainda mais negro e escancarado, mas também apelando para um pouco de reflexão e cuidadosamente pincelando um pouco de vida social mais robusta para alguém que há tempos vem conquistando mais e mais fãs. E ciente de que o serviço dos roteiristas ainda não acabou, é mais que bem vindo a volta deles depois das Guerras Secretas.

Coveiro

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