domingo, 7 de agosto de 2016

X-Men: Uma por todas, e todas por uma

Guerras Secretas já está chegando, mas antes que o multiverso entre em caos, a equipe de X-Men liderada por Tempestade ainda tem uma última missão a cumprir. E, dessa vez, grandes superpoderes não farão diferença alguma se elas não souberem trabalhar em equipe.



O último arco de X-Men (carinhosamente conhecida por muitos leitores como X-Women) teve roteiro de G. Willow Wilson e arte de Roland Boschi (com uma ajuda de Javi Fernandez na segunda parte), e foi publicado no Brasil nas edições 024, 026, 027 e 028 de X-Men Extra.

A última aventura da equipe teve início quando uma tempestade de supercélula aconteceu em Utah, fazendo várias vítimas. Gambit, que estava em um festival no local, entrou em contato com os X-Men para pedir ajuda. A solução parecia simples: Tempestade usaria seus poderes climáticos para dissipar o fenômeno e todos voltariam para casa. Só que não foi isso que aconteceu: Tempestade acabou tragada pela tempestade (desculpem pelo trocadilho) para a cratera aberta durante o incidente.

Mais uma vez, vemos Ororo tendo que confrontar sua claustrofobia presa sob destroços no fundo da terra. Felizmente, uma visão do falecido Wolverine a motivou a superar o medo e lutar pela vida.



Nesse meio tempo, Psylocke, Monet e Rachel Grey desceram pelos escombros para salvar sua amiga, mas se viram em uma caverna subterrânea cheia de criaturas desconhecidas... e hostis. Betsy foi gravemente ferida pelas criaturas, M foi atingida por um desmoronamento e Rachel sofreu um refluxo mental. Apenas quando as três uniram suas telecineses (nota: Monet tem telecinese? Não sabia disso) e Tempestade compreendeu o que suas colegas estavam fazendo, foi possível para as quatro se salvarem.

Enquanto tudo isso acontecia, na Escola Jean Grey, Krakoa vomitou e ficou muito doente. Em seu vômito, Fera percebeu uma quantidade considerável de hidrogênio interestelar, o que levou Jubileu a deduzir que os dois fenômenos estavam relacionados – e, quando Psylocke achou um cadáver com armadura kree na caverna, Jubileu foi para Nova Attilan tentar descobrir com Medusa se os krees ainda estavam fazendo experimentos na Terra. A resposta foi negativa.

Mas os poderes psíquicos de Rachel permitiram a ela descobrir a verdade: os culpados por tudo que aconteceu não foram os krees, mas os próprios habitantes da Terra (no caso, de um complexo militar de Utah), que encontraram a tecnologia alienígena e tentaram usá-la para criar uma superbomba. Desnecessário dizer que a experiência deu muito errado.



O resultado foi a criação de uma “nova Krakoa”, que causou a tempestade de supercélula e agora quer destruir tudo pela frente. Rachel até tentou acalmar a criatura, mas o medo e o ódio a tornaram irracional, e não houve saída além de destruí-la. Pelo menos a telepata impediu que o monstro sentisse dor antes de morrer.

Ao final, as heroínas puderam se abraçar e expressar a felicidade por estar junto de suas colegas, Tempestade e Jubileu compartilharam suas dores pela perda de Wolverine, e Krakoa ganhou uma rocha de sua falecida “irmã”. A criatura de Utah teve uma triste história, mas ao menos alguém cuidará com carinho do que restou de sua existência.

Um recurso bastante interessante usado por Wilson nesse arco é que cada parte dele é narrada por uma personagem. Assim, podemos ver as particularidades de cada uma, como o conhecimento climático e a força de vontade de Tempestade, a coragem de Psylocke mesmo frente à dor, o sarcasmo de Monet como mecanismo de defesa e a força que tira de sua religião, e a humanidade de Rachel. Jubileu foi a única a não ter narrativa própria, mas seus diálogos e ações são suficientes para caracterizar sua personalidade jovial e companheira. A arte de Boschi, por sua vez, não compromete a história mas também não a enriquece; poderia ser melhor, mas cumpre o papel necessário.

A despedida da série das X-Women foi uma boa história, mas infelizmente não foi algo que marcará a trajetória dos X-Men. Apesar disso, depois de tantos arcos cheios de briguinhas entre Ororo e Rachel, foi gratificante ver as heroínas mostrando que são verdadeiras amigas, dispostas a dar a vida umas pelas outras, capazes de compartilhar seus momentos de fraqueza e tornar-se mais fortes por essa união. Para mim, no fim das contas, o saldo foi positivo.

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