terça-feira, 27 de setembro de 2016

Guerras Secretas: X-Men - Dinastia M


O Multiverso foi destruído e o Universo Marvel 616 e 1610 (Ultimate) não existem mais! Tudo o que resta agora é o Mundo Bélico, formado por uma "colcha de retalhos" de realidades remanescentes! Este mundo foi criado pelo Dr. Destino, que o rege com mão de ferro, mas delegou um representante em cada região. Um deles é Magneto, que governa um reino em que os mutantes finalmente ascenderam sobre a humanidade e os "homo superior"  encontraram a paz.

Mas ele tem muitos inimigos, um deles é a Resistência Humana, que se opõe a seu governo e outro pode estar dentro de sua própria família, como veremos logo a seguir em Guerras Secretas X-Men: Dinastia M (Secret Wars: House of M). Escrita por Dennis Hopeless e Cullen Bunn e desenhada por Marco Failla e Ario Anindito, está minissérie foi baseada na originalmente escrita por Brian Bendis e desenhada por Oliver Coipel. Lá fora ela saiu em quatro capítulos, reunidos aqui em um encadernado pela Panini.

Magneto desperta em seus aposentos reais, entediado e saudoso dos grandes embates do passado. Enquanto isso, um esquadrão mutante da SHIELD liderado por Wolverine confronta a Resistência Humana, liderada por Luke Cage. Ele e diversos heróis são aprisionados, mas Gavião Arqueiro, Misty Knight e Gata Negra escapam ao serem salvos por Deathlocket, uma garota com armamento ciborgue implantado no corpo. Contudo, um problema mais grave para Magneto ocorre dentro de sua família, pois Pietro Maximoff, um de seus filhos, conspira com Namor, o Príncipe Submarino, para derrubar o pai do trono e assumir seu lugar. 



Vanda Maximoff, sua irmã, precisa lidar com seus filhos Célere e Wiccano, que simpatizam com os humanos e se opõe abertamente a seu avô, mas pobre daqueles que ousarem encostar um dedo neles, pois irão enfrentar uma mãe super-poderosa e superprotetora.

No esconderijo de Deathlocket, os últimos remanescentes da Resistência Humana planejam um arriscado estratagema para invadir o palácio real e atingir Magneto com uma flecha acoplada a um dispositivo capaz de neutralizar seus podres mutantes, criado pelo pai da jovem antes de ser preso. Para isso, eles utilizam um contingente de ciborgues abrigados no esconderijo para criar uma distração e assim entram no local. 

Logo os heróis encontram quem procuram e, apesar da óbvia resistência de Magneto, Clint Barton consegue flechá-lo. Magneto estremece e cai, mas o breve triunfo é interrompido pela presença inesperada do dragão Fin Fang Foom, que Magneto mantinha aprisionado como uma espécie de lembrança dos "bons tempos". O dragão aproveita a chance para atirar seu captor na parede e se aproxima dos heróis para devorá-los.


Este é o momento em que a outra filha de Magneto, Lorna Dane, que também possui poderes magnéticos, entra para avisá-lo do que acabara de ocorrer lá fora e logo percebe que isso não passara de uma distração. Em seguida, todo o Castelo Magnus é atingido por uma "tsunami" criada por Namor, que lidera o exército atlante ao lado de Pietro para consumarem seu golpe. 

Lorna consegue salvar todos de se afogarem, inclusive seus oponentes "sapiens". O dragão aparentemente se afogou. Magneto percebe que perdeu seus poderes mutantes e está disposto a matar seus adversários com suas próprias mãos, mas Lorna o convence a mantê-los vivos até que entendam melhor o que houve e fazer uma "retirada estratégica". Eles se refugiam pelas ruas e assistem, perplexos, o pronunciamento do Rei Pietro I, que anuncia  a "morte" de seu pai pelas mãos de "refugiados atlantes" e sua "gratidão" a Namor por ter "impedido o pior". Assim que Vanda toma ciência dos últimos acontecimentos, ela exige falar imediatamente com seu irmão. 



Pietro consegue acalmá-la e Vanda decide ficar do seu lado, por enquanto. Magneto e Lorna se convencem de que não conseguirão retomar o poder sem ajuda e se aliam à Resistência Humana, que logo percebe que Pietro é um rei ainda mais intolerante do que Magneto. Deathlocket diz a Magnus que não sabe como fazer com que ele recupere seus poderes, mas que tem uma ideia de "onde conseguir mais ajuda". Assim, eles invadem o Centro de Reeducação Humana, onde muitos heróis se encontram aprisionados. De maneira paradoxal, Magneto não deixa de se sentir estranhamente "vivo" em toda essa situação. 

A invasão é bem sucedida, principalmente graças à intervenção de Célere, Wiccano e seus amigos, que salvam todos de serem exterminados por Sentinelas. Wiccano tenta usar seus poderes místicos para restaurar os poderes de seu avó, mas não consegue. Todos se dirigem ao Castelo Magnus, mas a SHIELD está lá para enfrentá-los e um combate brutal tem início. 




Magneto e Lorna entram no palácio e confrontam Pietro. Namor decide interromper a "reunião familiar" e ataca com seu tridente metálico. Magneto e sua filha são derrubados e Namor decide eliminar Pietro para tomar o poder para si. Mesmo em vista dos últimos acontecimentos, Magneto ordena que Namor solte o "cretino" do seu filho e o atlante não resiste a enfrentar seu velho adversário uma última vez. Em outro ponto do castelo, Wiccano e Célere libertam sua mãe, que se encontrava adormecida por causa do canto hipnótico de um grupo de "sereias atlantes". Mesmo assim, ela não desperta.

Os jovens se dirigem de encontro a seu avô e tentam defendê-lo de Namor. Célere é derrubado mas Wiccano, talvez com a ajuda de sua mãe inconsciente, consegue restaurar os poderes de Magneto. Em seguida, este se vale deles para estilhaçar o tridente de seu adversário e transpassar o corpo dele com isso.


No lado de fora, Sebastian Shaw, comandante da SHIELD, percebe que seu antigo rei está vivo e anuncia que prendeu os rebeldes que tentaram invadir o castelo. Magneto explica que eles lutaram ao seu lado contra uma conspiração engendrada pelo seu filho e os atlantes. Shaw pergunta o que deve ser feito, então, com os prisioneiros. Magneto decide libertá-los para "pagar uma dívida", mas deixa claro que nada mudou em relação ao fato de considerar humanos e mutantes como "inimigos naturais", para decepção de seus netos. Magnus se afasta com eles para tentar descobrir como acordar sua filha. 

Pietro percebe, atônito, que não sofrerá nenhuma represália de seu pai, mas Lorna diz que o fará pagar caro por tudo o que fez. Mais tarde, Magnus retorna a seus aposentos e  conclui que, apesar de todas as fortes emoções dos últimos dias, uma coisa é certa: "como é bom ser rei". 


Este "tie in"' de Guerras Secretas é interessante, mas não diria que se trata de uma leitura indispensável. O enredo é bastante previsível e repleto de clichês. Foi difícil aceitar que uma criatura mitológica como Fin Fang Foom pode submergir em uma "tsunami" e ficar por isso mesmo. Na verdade, ele me pareceu meio "jogado" na história. Também achei que faltou uma maior conexão com os eventos da saga principal. Acho que a única coisa que me surpreendeu foi o fato de Magneto não ter punido seu filho por sua traição por ser "mutante e parente", como bem explicou Lorna Dane. 

Enfim, acho que o grande destaque positivo desta minissérie foi a exploração de uma dinâmica familiar interessante, que no "falecido" Universo 616 não seria mais possível porque Vanda e Pietro não são mais considerado filhos de Magneto por causa de um "retcon" bastante controverso de Rick Remender, possivelmente por razões de direitos dos personagens no cinema. Lorna voltou a ser reconhecida como filha dele, coisa que não era antes, mas neste caso faz sentido. Utilizar Célere e Wiccano também foi pertinente nesta minissérie, por serem filhos de Vanda, mas não são mais netos de Magneto na continuidade "normal". Ou seja, uma bagunça que espero que um dia a Marvel ponha em ordem. 


Os desenhistas Marco Failla e Ario Anindito fizeram um trabalho competente, bem intencionado, com respeito ao visual que os personagens tinham na época da minissérie original ou em seus "tie ins". Achei interessante também que eles mantiveram a forma de Vanda utilizar seus poderes desmontando as coisas em "tijolinhos", como acontecia lá. Mas quando você compara a arte deles com a de Coipel, que na época fez um trabalho espetacular,  é uma covardia. 

Complementando este encadernado, a Panini inseriu uma história chamada Mill-E: A Cidadã Modelo, escrita por Aaron Alexovich e desenhada por Diogo Saito, publicada lá fora em Secret Wars Journal 5 II. Ela conta as desventuras de uma atrapalhada inteligência artificial a serviço de Destino. É engraçadinho. 

C@rlos

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