sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Guerras Secretas: Onde Vivem os Monstros...



O nome é Karl Kaufmann e você pode ter ouvido poucas vezes o seu nome, mas sempre de forma marcante. Na primeira vez que apareceu na Marvel, era com o códinome Águia Fantasma, um piloto alemão servindo em um tropa americana contra os chucrutes na Primeira Guerra Mundial e até mesmo se opondo ao Barão Sangue no passado. Então, veio Garth Ennis e o imortalizou de uma maneira sem igual nas páginas da Marvel Max com a minissérie "A Guerra é um Inferno". Mas quem diria que o intrépido e ousado piloto não pudesse ter uma nova chance durante as Guerras Secretas?

Na edição especial de Zonas de Guerras, temos também a história de "Onde Vivem os Monstros..." e a estrela aqui é mais uma vez Karl Kaufmann, que deixou de ser um piloto da força aérea para ser um golpistas fanfarrão e com poucos escrúpulos. Ultimamente, estava numa maré de azar. Tinha engravidado uma princesa nativa em que o pai determinava o casamento ou mandaria a pobre mulher para a Ilha do Esterco. Acabou fugindo dela, mas precisou parar em algum lugar para reparar sua aeronave, e se viu mais uma vez com problemas quando avisaram que o tal Tong Sem-Bolas estava atrás dele.



Só que a vida de Kaufmann parecia guinada a uma mudança quando a jovem Clementine Franklin-Cox surgiu na sua frente o reconhecendo como um grande piloto. Com o ego lá em cima, Karl não só se ofereceu a levá-la mais rápido para Cingapura onde ela dizia estar o marido dela mas como deu um jeito da moça pagar pela viagem e assim também o conserto de sua nave. Numa decolagem às pressas, Kark e Clementine seguiram para novo destino e ainda deixaram o tal Tong Sem-Bolas agora também Sem-Cabeça.

Com o começo da Aventura, acaba o sossego do piloto alemão. Mal passa alguns quilômetros a frente, e o avião passa por uma intensa tempestade nos céus para em seguida sofrer um ataque de... Pterodontes? Inevitavelmente, eles fazem um pouso forçado e deixam o veículo sem condições de voar novamente. Pra piorar, aquela terra parecia qualquer coisa fora da realidade que conheciam. De dinossauros carnívoros gigantescos a tribos de pigmeus, tudo remetia a um verdadeiro episódio de "Além da Imaginação".



Um sinal de fumaça numa ilha apontava o caminho lógico para Kaufmann e Clementine seguirem. Atravessaram um rio perigoso com tubarões e crocodilos gigantes e por muito pouco sobreviveram. Então, lá no outro lado, os dois aventureiros encontraram uma vila de belas amazonas de Toga. Karl achou que finalmente tinha encontrado seu paraíso. E, de maneira divertida, descobre que Clementine também pensou o mesmo. Ele até mesmo a provocou dizendo que só assim justificaria de ela ter resistido a seu charme.



Mas Kauffman não podia estar mais enganado com sua estadia na Ilha das Amazonas. Era tratado como um escravo de Clementine. Clementine, por outro lado, se mantinha bem a vontade com a novas amigas e até aderiu a moda local. Karl decidiu que precisava escapar dali e a solução talvez estivesse num outro avião antigo preso entre as árvores próximas a vila. Num dia, descobriu de forma pavorosa que elas mantinham outros velhos homens como prisioneiros para usar apenas as "sementes" deles para reprodução. Quando tentou libertar os velhos, Kauffmann foi pego pelas mulheres e assim teve seu castigo.

Primeiro, lutaria pela sua liberdade, mas não teve a mínima chance de vencer a guerreira Grande Marta num combate justo. Depois, teria sua sentença dada e seria decapitado... bom, teria sua cabeça de baixo decapitada. Acabou que no último instante, Clementine o livrou daquele castigo e foi deixado livre. Seguiu sem parar após sua expulsão da tribo. Passou por muitos perigos, foi raptado pelos pigmeus, topou com velociraptores e sobreviveu. No fim, daria a volta por cima. Sairia da ilha de uma vez por todas.



Para escapar dali, de um jeito muito ousado, precisava das peças do antigo avião perdido na Ilha e com isso promoveu uma verdadeira Guerra (ou "Gando") entre Amazonas e Pigmeus. E enquanto os pequeninos eram massacrados pelas experientes guerreiras, Karl conseguiu a distração e tempo que precisava para pegar as peças que queria e fugir dali.  Era um plano ousado de usar a força da gravidade descendente da cachoeira para impulsionar seu avião de volta ao ar.

Antes de por seu plano em prática, no entanto, topou mais uma vez com Clementine. De novo vestida e agora de posse de arma de fogo, Clemmie parecia ter algo pessoal contra Karl e finalmente pode explicar a razão de tudo. Ela revelou-se sendo na verdade irmã do Capitão Franklin - que na minissérie A Guerra é o Inferno era do Esquadrão de Kaufmann e foi uma verdadeira pedra no sapato dele. Para Karl, a moça tinha a mesma malvadeza do seu irmão, que fez inúmeros bullyings com ele no passado e até mesmo foi o responsável por tatuar a bandeira da Inglaterra no peito do alemão. Kaufmann acabou se tornando uma pessoa pior depois daquilo tudo, mas Clementine achou que ele já sofrerá o suficiente para pagar o desgraçado que era agora.

Clementine ficaria na ilha, estava bem ali agora. Deixaria Karl tentar a sorte naquela decolagem suicida dele e se sobrevivesse mereceria uma segunda chance. E assim ele seguiu. Pegando velocidade com o avião na sua jangada e conseguiu alçar vôo no último instante da sua queda. Esbravejava ao vento que era o Águia Fantasma e que ninguém poderia pará-lo.



Foi quando surgiu a tempestade de novo.

Karl foi obrigado a fazer novo pouso forçado e caiu numa ilha fedorenta. Estava fora daquele pedaço de mundo maluco, reencontrou a princesa que engravidou dele no começo da história e assim Kaufmann-tuan foi obrigado a viver sabe-se até quando na ilha do esterco.

Esse era certamente um dos tie ins que eu mais aguardava sair por aqui. Garth Ennis e Russ Braun continuam uma das histórias mais marcantes da fase Max no Brasil e aproveitam para criar um conto totalmente novo e diferente aqui. Com todo gostinho de "elo perdido" e sem mesmo se preocupar em resvalar na minissérie principal da saga Guerras Secretas, entregam uma história fechada muito divertida de se ler. As capas aqui como era de se esperar foram assinadas por ninguém menos que Frank Cho.

Coveiro

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