terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Doutor Estranho: Há algo muito esquisito lá fora



Pela primeira vez com uma revista mensal levando seu nome como todo nós viemos a conhecê-lo, o Doutor Estranho passa por uma ótima fase  no momento. Todo o hype do filme só vai aumentar com as história que começam a sair aqui no Brasil por Jason Aaron e Chris Bachallo. E tudo começa, é claro, com uma consulta fora do comum a um pobre menino atormentado por criaturas de outro plano.

Em meio a imagens de ursos e flores, um cenário psicodélico é dominado pro criaturas monstruosas que mais tarde Stephen Strange os identificaria como sendo Devoradores de Almas. A princípio parece algo fácil de se lidar e expelir dali, mas logo outros - um pouco diferentes - da mesma espécie surgiram para dar mais dor de cabeça ao Mago Supremo. Mas no fim - e graças a um feitiço de Divinação Romântica - o Doutor Estranho deteve as criaturas e ainda rolou um casinho breve com a versão feminina Devoradora de Alma. O garoto estava finalmente a salvo e a família dele poderia pagar os serviços fazendo o bem ao mais próximo - no caso, um vizinho.



Mas aquela não foi a única esquisitice do dia para Strange. É comum ver no dia a dia vários seres invisíveis aos nossos olhos comuns ao redor por aí. Alguns até são úteis para a gente mesmo que não o vejamos. Porém, uma incomum sanguessuga psíquica malebranquiana parasitava um velhinho em plena luz do dia e lá foi Estranho salvá-lo sem mesmo avisar. Depois que isto foi resolvido, Strange finalmente foi ao seu encontro no Bar sem Portas - mesmo um pouco atrasado - com os demais famosos místicos da Marvel.



Lá estavam o Doutor Vodu, Shaman e Feiticeira Escarlate, os únicos que aceitaram esperar Estranho para a reunião eventual que eles se programaram de começar a fazer. Estranho reportou os incomuns eventos que presenciou em um só dia, mas alguns não deram muita atenção já que bizarrices fazem parte do dia a dia de todos ali. Então, o Príncipe da Magia, Monako, interrompe a conversa provocando Strange e seu empenho como Mago Supremo. Notadamente, ele e Strange tem um problema já que o bom Doutor responde irritado a cobrança de Monako.

Após o encontro, Strange finalmente chega ao Sanctum Santorum na rua Bleecker e depara-se com uma jovem bibliotecária do Bronx, Zelma Stanton, indecisa se batia ou não na sua porta. Era mais uma das suas notórias consultas do dia e ele só precisou ostentar um pouquinho do que era capaz para convencê-la a entrar. O caso da moça, no entanto, era incomum. A princípio, parecia ser apenas mais uma ferida mística que gerou olhos e bocas no couro cabeludo da moça, mas ao Strange tentar tratar aquilo, acabou liberando uma verdadeira horda de monstregos que começou a atacar seu lar.

E então, temos um interlúdio dessas histórias em que Aaron vem acompanhado de Kevin Nowlan para contar a última história de um Mago Supremo de uma outra dimensão e que estava sendo caçado por forças incomuns chamadas Empirikul. Sem chances de viver, ele tentou enviar uma mensagem para outros Magos de outras  realidades - em vão. O líder daqueles seres chegou a tempo de impedir o envio da mensagem e condenar a última resistência mística daquele mundo.

Voltando para o Sanctum Santorum, a coisa não parece nada boa por lá. Strange não consegue deter as criaturas e percebe que um dos seus mais usuais poderes - as faixas escarlates de Cyttorak - não foram invocadas. Livres mansão a fora, os monstrinhos poderiam causar um estrago muito pior se mexessem em algo errado na mansão. Com a ajuda de Zelma (e entregando uma espada pra ela), Strange percorreu vários cômodos pra lá de curiosos da mansão que mal foram antes apresentados aos leitores.

Na biblioteca (que não era uma das mais organizadas), as criaturas causaram o maior dos estragos e se pegassem um livro perigoso podia ser mortal. Para salvar a moça do primeiro ataque, Strange a empurrou para longe e fez com que ela caísse em outra parte esquisita do Sanctun. Após passar por alguns corredores e fechar portas que abriam para lugares piores, Zelma Stanton finalmente conheceu o fiel Wong quando ele a salvou de um ataque na cozinha.

Depois, Wong e Zelton se juntaram a um meditativo Strange na Biblioteca que descobriu um jeito de encontrar os demais monstrinhos através de elos ectoplasmáticos que eles ainda tinham com a bibliotecária. Estranho os indentificou como larvas mentais e para atraí-los até ali, Zelton precisava falar seus segredos mais cavernosos. Assim, enquanto ela colocava pra fora tudo que guardava, as larvas vieram e foi Stephen quem as englobou desta vez. Suas defesas mentais eram maiores e com certeza as criaturas não sobreviveriam muito tempo dentro dele.

Todavia, alguns mistérios ainda persistiam - Porque tantas criaturas de outros planos que eram incomuns aos nosso estavam invadindo aqui? Porque a magia do Doutor Estranho estava falhando? Bom, o importante é que depois desta confusão, Estranho conseguiu ao menos mais uma amiga e uma pessoa disposta a ser sua bibliotecária nos finais de semana. Já em outro canto da mansão, um outro Mago Supremo que estava sendo caçado tentava chegar a nossa realidade e avisar Strange. Mas foi em vão.


Assim, temos as duas primeiras histórias do novo volume do Doutor Estranho sendo publicadas aqui na primeira edição da Panini. A história vem com uma pegada ainda mais bizarra ao que já era comum ao Doutor com os roteiros de Jason Aaron, mas deixa o ritmo bem alto para esse começo. Gosto muito dos desenhos do Bachallo, que já tinha seu surrealismo próprio de sempre, e achei que combinou demais aqui. A cena que mistura a visão do Doutor Estranho enxergando as criaturas fora do nosso plano ao redor das pessoas que mistura preto e branco com detalhes em colorido é demais. A Zelton também parece ser uma coadjuvante promissora, e Aaron é craque em dar nova vida a personagens vindos do nada. Enfim, está é uma revista que realmente vale a pena ficar de olho!

Coveiro

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