quinta-feira, 25 de maio de 2017

Mulher-Aranha: O bebê de Jessica Drew



Para quem achava que Jessica Drew ia parar de nos surpreender com a mudança radical no seu visual, deve ter caido da cadeira quando após as Guerras Secretas e um salto temporal de oito meses, ela surge grávida. Sem muitas explicações sobre como isso aconteceu, Denis Hopeless e Javier Rodriguez nos presenteiam com mais histórias completamente diferentes das usuais nas páginas da Mulher-Aranha publicadas atualmente em Homem-Aranha: Aranhaverso.

Agora que é uma futura mamãe, Jessica tem que ter outro tipo de responsabilidade que não está acostumada. Assim, ao invés de ela ir para as ruas, seu papel agora é de ser a mentora do novo aspirante a herói, Roger Gocking, o Porco-Espinho, ex-vilão que vinha sendo uma espécie de parceiro atrapalhado desde o último volume. E ele tem se saído até muito bem, sempre contando com uma ajudinha extra do repórter Ben Urich.



E se o lado de vigilantismo da Mulher-Aranha está aparentemente até resolvido, o mesmo não pode se dizer de sua vida nada empolgante de grávida. Fora se desviar da curiosidade irritante do amigo Vingador Tony Stark querendo saber quem é o pai e o enxerimento sem noção do Clint (não, ele não é o pai), Jessica não suporta mais a canseira misturada com tédio do dia a dia pacato de sua licença-maternidade. Mas tudo muda quando ela resolve atender os pedidos da sua BFF Carol Danvers e se consultar numa espécie de clínica intergaláctica.

Após cruzar um portal dimensional, é um choque ver  infinidade de raças ali presentes esperando para serem atendidos. Então, quando finalmente encontra o setor de obstetrícia, Jessica se depara com o maior pesadelo de sua vida - Skrulls invadindo o lugar. Dois deles renderam aquela parte do hospital, mas não contavam com uma já bastante impaciente (para não falar vingativa) Mulher-Aranha no local. Com uma bela atuação, um rápido golpe e uma arma tomada, Drew elimina os dois. Mas há muito mais tomando aquele hospital.

A ação de Jessica motiva as demais futuras mamães do lugar. Cada uma raça tendo uma característica peculiar bem diferente, as grávidas elaboram um plano e derrubam mais três Skrulls que chegavam desavisados por lá. Só que aquilo não ia durar muito e elas precisavam de um plano pra sair dali. O problema é que quando finalmente conseguiu falar no telefone com Carol Danvers, descobriu que o todo o hospital estava localizado dentro de um buraco negro e todas as portas dimensionais que davam acesso ao lugar estavam avariadas. A Mulher-Aranha e o restante das moças estava por conta própria ali e eram as únicas que poderiam salvar seus próprios filhos.

Daí por diante, o que vemos é um show a parte de Javier Rodriguez para ilustrar como a Mulher-Aranha-Futura-Mamãe vai atravessar as muitas alas malucas do hospital para chegar até uma sala de comando que possa ser trancafiada e segura por dentro. E uma vez salvas, um outro caminho ainda mais insano teve que ser percorrido pela heróina para ter acesso a "cabeça" da mente brilhante que criou aquele hospital e possa dar um jeito no problema das portas dimensionais. E por fim, ainda sobrou pra ela salvar o príncipe herdeiro Skrull que estava sendo procurado pelos demais verdinhos a pedido de Danvers.

O príncipe Klundirk, ou apenas Dirk, tinha uma saúde frágil e vivia isolado no lugar para tratar seu câncer. Para os Skrulls, ele era apenas alguém de linhagem real que seria usado para aquela facção chegar ao poder da espécie. Jessica certamente não iria permitir aquilo, principalmente porque no momento que achassem o herdeiro, era certeza que os Skrulls iriam explodir todo o resto do hospital. Sendo assim, ela vai até onde está o menino primeiro e o tira de lá antes. Na fuga, no entanto, o inesperado acontece e bolsa de Jessica rompe.



Enfraquecida, a Mulher-Aranha fica completamente dependente da ajuda do príncipe Klundirk pra sair dali. O garoto passou tanto tempo ali que conhecia mais de como manejar o hospital que muito funcionário. Foi assim que levou Jessica até médicos que pudessem fazer uma cesária. Sem acesso ainda ao lugar, Carol acompanhou tudo por video-chamada. Na hora do parto, Drew mostrou como ainda era guerreira. Sem filho nasceu bem e lindo. Mas ela não tinha muito tempo. Mal foi costurada e sem qualquer anestesia, partiu pra cima dos Skrulls que estavam prestes a invadir o lugar. Derrubou sozinha um a um até que quando não aguentava mais, chegou a Capitã Marvel e a Tropa Alfa dando apoio.

Drew despertou só muito tempo depois, agora com tudo bem e num quarto de hospital. O bebê chegou com uma enfermeira e ela e Carol finalmente tiveram tempo para uma conversa amistosa. O mistério de quem é o pai foi mantido para os próximos capítulos e um bom humor peculiar entre as duas se esboçou quando lembraram que o pobre guri daqui pra frente vai ter de tudo, menos uma vida comum.



Até a presente história, temos aqui as edições 1 a 4 da Mulher-Aranha publicadas de Homem-Aranha: Aranhaverso 8 a 11. Denis Hopeless pode não se destacar entre os gigantes roteiristas, mas quase sempre traz histórias inovadoras e agradáveis de se ler. Desde que assumiu o título de Jessica, tem feito uma das melhores sequências de histórias da personagem (talvez, uma das melhores sequências de histórias de super-heroínas da Marvel).

Coveiro

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