quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Deadpool Extra: Jogo dos Trapaceiros

É na revista Deadpool Team Up que geralmente você vê o Mercenário Tagarela encontrando os mais improváveis personagens da Marvel para viver uma aventura ainda mais esquisita que o próprio Wade. Contudo, quando foi a vez de topar com Remy LeBeau, o famoso X-Man Gambit, mostrou-se necessário ter uma minissérie em cinco partes pra contar essa história. Escrita por Ben Acker e Ben Blacker e desenhada pelo brasileiro Danilo Beyruth, Deadpool V. Gambit saiu na sexta edição de Deadpool Extra em Junho.



A primeira parte da história remete a Deadpool e Gambit tendo um encontro pra lá de inusitado em Nova York - numa fila de uma badalada cafeteria. Lá, eles relembram a última vez que tiveram um crossover e não deu muito certo. E esse encontro do passado envolvia também o Homem-Aranha e o Demolidor. Na verdade, Wade e Remy se passaram por eles para arrumar a maior confusão e no meio dessa distração roubar alguns diamantes. Contudo, como um não confiava no outro, acabaram envolvidos numa baita briga que se estendeu pelas ruas. E no fim, aquele que os contratou para o furto, um velho bigodudo chamado Raul Chalmers, acabou se aproveitando da situação e sumiu com os diamantes. 

De volta ao presente, o Mercenário e o Ladrão pareciam ter postos a diferença de lado, mas se ouriçaram no momento em que toparam com ninguém menos que Raul Chalmers na frente da cafeteria. O trapaceiro bigodudo veio sorridente oferecer um novo roubo para eles e compensaria o prejuízo que Remy e Wade tiveram no passado se topassem. E eis que convencidos com uma maleta de dólares em adiantamento, Deadpool e Gambit ouviram  a história de Chalmers. A vítima era um tal de Peng Lai e o objeto a ser furtado era um artefato chamado Língua do Dragão. Para pegar a peça guardada com a mais avançada tecnologia, era necessário pegar cinco digitais de Lai em Crescent City.



Disfarçados da maneira mais esdruxula (e usando como identidades o nome Neo e Steve Zahn), Remy e Wade se infiltraram na boate em que Peng Lai estava e até mesmo foram forçados a participar do "clube da luta" do lugar. Tudo para conseguir as cinco digitais necessárias para abrir a caixa onde estava a Língua do Dragão. Notadamente, Peng Lai parecia ser alguém com poder fora do comum e uma resistência inumana. Nem mesmo feitiços do Irmão Vodu conseguiram colocar o cara pra dormir. Mas no fim, conseguiram as digitais, só que precisavam correr pra não serem passados para trás por Chalmers de novo.

Quando Raul Chalmers abriu a caixa, foi imediatamente atacado por ninjas verdes (que mais tarde descobrimos serem guerreiros de Kun Lun). Deadpool chegou a tempo de impedi-los de matar Raul e, graças a um indutor de imagens que guardou pra o momento certo, enganou os ninja entregando um chocolate ao invés da Língua do Dragão. Era a vez de Raul se explicar. O cara disse que a Língua do Dragão era algo que dava um saúde e poder mágico a seu possuidor, algo que ele precisava mais do que nunca agora que foi diagnosticado com um câncer terminal. Se era verdade ou mentira, o fato é que Raul fugiu assim que teve a oportunidade e quem foi parar na sua porta foi ninguém menos que Peng Lai.

Só que Pang Lai não era Peng Lai, ele só tinha nascido na cidade com esse nome. O cara era na verdade a arma imortal chamada O Vultuoso Cobra (já leu sobre ele nas histórias do Punho de Ferro, né?) e aquela Língua do Dragão era seu troféu ao derrotar o dragão serpente Xiang Yao. A sequência de ação daí pra frente do Deadpool apanhando feio do Cobra só não é mais hilária que os nomes esquisitos de golpes que acompanha cada quadro. Pra piorar, aparentemente o fator de cura de Wilson estava bem zoado. Quando o espancamento finalmente terminou, Remy encontrou muito tempo depois o mercenário sozinho, completamente desolado e sentado numa cadeira.



De certa forma, Gambit também se deu bem mal nessa história. Seus poderes foram remexidos e ao passar a noite com duas mulheres, acabou usando seu dom de energização na mão de uma delas e a estourou. Gambit conseguiu levá-la a tempo para um hospital, mas ao ser perseguido por outros homens, percebeu que não conseguia energizar objetos inorgânicos quando queria. A única pista para explicar o descontrole de seus poderes mutantes seria através do Embaralhador, ex-mutante que fez parte dos carrascos e que recentemente encontrou Deadpool e Gambit quando estes acompanhavam Chalmers na venda de um terreno na Flórida.

 A história fica ainda mais bagunçada a partir daí, quando pistas levam Wade e Remy a confrontar não só o Embaralhador, mas uma série de outros vilões que o acompanhavam. Pra aumentar o rolo, O Vultuoso Cobra e alguns guerreiros de Kun Lun aparecem para se intrometer na pancadaria. No fim, o Embaralhador voltou a fugir e o Vultuoso Cobra tinha intensões diferentes para com Gambit e Deadpool. Afim de ajudá-los a recuperar a Língua do Dragão, o Cobra concedeu a Deadpool um poder místico de Kun Lun e assim ele virou o... Deadpunho!




Mas vamos dar uma pausa para um interlúdio afim de explicar a história de Il Sung, o Embaralhador, nessa confusão toda. O cara era um sujeito normal até se intrometer com os Carrascos e desde então se arrependeu profundamente disto - Afinal, acabou com as mãos decepadas. Quando preso, conseguiu escapar da cadeia se depusesse contra o Caçador de Escalpos. Daí em diante tentou seguir vida normal, casando-se com uma mãe solteira e usando seus dons de embaralhar em consertos de veículos. Mesmo nas vezes em que o Caçador de Escalpo saiu da prisão e procurou vingança, o Embaralhador conseguiu afugentar ele sozinho. Mais a frente, o Embaralhador comprou um terreno na Flórida de um tal Sr. Khan (que era um nome falso usado por Chalmers).

E em meio a isso, as visitas dos ex-Carrascos sempre voltavam a acontecer e por muito pouco Sung os vencia.Tempos depois, Khan (ou Chalmers) ligou para Sung afim de usar os dons do Embaralhador em seu plano mirabolante que envolvia Deadpool e Gambit. E foi assim que os dois acabaram com seus poderes bagunçados. Depois disso, Sung se afastou da esposa e resolveu assumir de novo seu papel de vilão (e é exatamente aqui que Wade e Remy o encontraram agora).

E o novelo dessa história se complica mais um pouco a seguir. Se passando por Jennifer Walters, o Sr. Khan [(que é na verdade o Raul Chalmers) e que no fim se revelou como Loki] tentou enganar Sung para readquirir seu terreno na Flórida. Graças a seus dons de desembaralhar, Sung percebeu o embuste do Loki a tempo. Mas o que ele  poderia fazer contra o Deus da Trapaça?

Então, chegamos a última parte dessa história.  Depois de uma vasta busca, Deadpunho consegue localizar Chalmers usando seu novo poder de controle do Chi. Uma nova luta cheia de novos nomes pomposos ocorre entre os dois, mas Deadpool logo descobre que lendo o chi do sujeito sabe que ele quer destruir uma tal árvore no norte dos EUA (uma manifestação extra de Yggdrasil ou algo assim) e logo concluir que a Língua do Dragão só pode estar lá. Contudo, a verdade é que Chalmers (que é Loki) estava a todo momento manipulando Deadpool (que virou Deadpunho) para destruir a árvore e assim criar uma situação complicada entre Kun Lun e Asgard.



Antes que o pior acontecesse, como uma daquelas situações que só o destino convergindo pode promover, o dia é salvo pelo Embaralhador que impede Deadpool de destruir a árvore e revela que o Sr. Khan (ou Chalmers) é na verdade o Loki. No meio dessa loucura, Gambit e Deadpool retomam o controle de seus poderes e os planos mirabolantes de Loki são impedidos. Ele queria destruir a árvore para criar um desconexão entre os nove mundos, mas precisava de terceiros para não complicar seu nome. Já a compra do terreno na Flórida, um lugar místico onde até vive o Homem-Coisa, serviria de lugar para um novo reino que Deuses quisessem usar como lar (ou foi mais ou menos isso que ele tentou explicar).

No fim, tudo se resolveu. Loki foi levado pelos Três Guerreiros para responder por seus atos em Asgard. Apesar dos méritos, O Vultuoso cobra tirou de Deadpool o poder de Kun Lun. E, por fim, o Embaralhador voltou a sua vida com sua família (agora finalmente podendo usufruir de seu terreno de direito na Flórida).

A história em si tem seus pontos divertidos, mas convenhamos que essa minissérie de DEADPOOL V GAMBIT é uma bagunça só e bem difícil de acompanhar. Além da trama rocambolesca criada pra história pelos roteiristas, Danilo Beyruth não está no seu melhor desempenho aqui. Os quadros nem sempre se conectam bem, dificultando a compreensão da narrativa visual e a sequência de eventos da história. Certamente, não é a melhor das histórias que o Mercenário Tagarela já teve.

E além da minissérie, outras curtas histórias complementam essa edição. Temos um curto conto de Deadpool num Bar Mitzvah pra um certo trabalhinho que é desenhado por Howard Chaykin, uma história de uma página em que Deadpool e Doutor Destino deixam de ser amigos na rede social e, por fim, uma história da Deadpool Team up em que Wade conhece e confronta ninguém menos que Kenneth Hale, o Homem-Gorila.

Coveiro

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