terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Gwen-Aranha: O dia a dia de uma heroína

Goste dela ou não, a Mulher-Aranha da Terra-65 é um hit. Ela não sobreviveu ao uma caçada a avatares-aranhas pelo multiverso, ela conseguiu até hoje perdurar como mensal nos EUA quando muitas outras revistas de personagens da franquia do Homem-Aranha naufragaram nos números. Mas a que se deveria esse sucesso? Seria só o peso do nome por detrás da máscara, a Gwendolyne Stacy ou teria algo mais nas histórias da personagem? Talvez a primeira edição anual da personagem ajude a entender melhor isso.



Publicada na edição #15 de Homem-Aranha: Aranhaverso de Agosto, o primeiro anual da personagem é na verdade uma coletânea de curtas histórias com diversos artistas, todas elas meio que costurando um pouco as diferenças da realidade da Terra-65 e recheando aos leitores mais do background da nossa heróina daquele mundo.

A primeira história ocorre no passado, quando o Peter Parker daquela realidade ainda era vivo e aspirava ser um herói como os muitos que surgiam naquela realidade recentemente. Ele, Tio Ben e Tia May estavam assistindo mais uma luta no ringue da Mulher-Hulk. Mal sabiam ele que a Gwen-Aranha estava nos bastidores pretendendo invadir o ringue e tentar ganhar o prêmio do dia combatendo o desafiante.



Comparado ao original, essa história repete a cena em que a Gwendolyne chega até a observar os movimentos suspeitos do assaltante, mas não dá muita boa até disparar seu sentido de Aranha. Quando se volta, para surpresa dela e do leitor, quem detém o ladrão é o próprio Tio Ben. Arrependida, Gwen o abraça e diz que sua bondade é uma inspiração para ela. A menina deixa o ginásio e provavelmente foi a partir dali seguir sua carreira como heróina da cidade.

Numa outra história curta, temos a participação da Capitã América da Terra-65 com uma história do passado em que ela estava lutando contra a versão do Barão Sangue daquela realidade, que mais parecia um músico extravagante gótico. Hoje, aquela história fazia parte de um gibi, que curiosamente era escrito por uma pessoa chamada Steve Rogers. Aparentemente sem conhecer diretamente a Capitã, esse velho Veterano hoje é um desenhista que praticamente "sonhava" com essas histórias reais e as reproduzia em gibis.

Hoje, Rogers estava praticamente parado, prestes a falecer num leito de hospital. A Capitã foi visitá-lo tentando entender essa situação absurda em que aquele homem praticamente predizia as aventuras da heroína antes de elas acontecerem. Mas o que importava é que sejam na ficção das páginas dos quadrinhos do velho Steve ou seja na real pessoa da Capitã America, o ideal por trás é o valia principalmente para combater os males que ainda aflingiam a nação até hoje. No fim dessa história, vale chamar atenção sobre o rosto bem familiar do vilão M.O.D.R.A.C.



Na história que segue, temos um Vigia tentando de tudo para fazer com que a banda das Mary Janes fosse realmente um sucesso como estava destinado a ser. Tentando sutilmente não interferir, ele jogava panfletos de concursos no chão a vistas das meninas, mas elas sempre pareciam desfocadas sobre o assunto. Irritado, o Vigia daquela realidade então resolveu se manisfestar fisicamente e anunciar que as observava e predizia o sucesso delas como músicas. As garotas encararam aquilo como uma atitude fanática de um fã stalker, jogaram spray de pimenta nele e partiram pra longe.

Por fim, temos uma última história com o dia a dia da personagem, com cada página feita por um artista diferente. De luta contra vilões controladores de Koalas a ninjas que criam nevascas em pleno verão, passando por encontro com as outras Mulheres-Aranhas da outra realidade até parceria com o Porco-Aranha, tudo um conto curtinho de uma página com alguma boa sacada a se adicionar da personagem.



Capitaneado pelo criador e roteirista Jason Latour, temos nesse anual uma série de nomes como Veronica Fish, Javier Rodriguez, Michael Walsh, James Harren, Annapaola Martello, Chris Brunner, Chris Visions, Olivia Margraf, dentre outros. Mais uma vez, são histórias bem descontraídas, com um estilo bem de quadrinho independente e que acaba deixando tudo bem interessante de se ler. E como se trata de quase tudo numa realidade alternativa, a liberdade de roteiro voa longe e isso é ótimo.

Coveiro

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