quinta-feira, 8 de março de 2018

Carnificina: Culto Macabro

A partir da edição #15 de Homem-Aranha: Aranhaverso começou as publicações da revista mensal do Carnificina aqui no Brasil, que é marcada principalmente por trazer o clássico escritor da Marvel, Gerry Conway, de volta a ativa. E acompanhado de Mike Perkins, o que temos é uma das mais tenebrosas histórias de terror já produzidas pela editora. Nela, o personagem principal é o vilão, Cletus Kasady, que está sendo cercado e caçado por... outros tipos de monstros.



Kasady está mais uma vez solto por aí e percorrendo o país causando pequenas matanças interior a fora. Ninguém sabe onde será seu próximo alvo, que cidade, vila ou lanchonete de beira de estrada sairá nos jornais do dia seguinte no caderno policial. Então, o FBI decide que é hora de uma estratégia diferente e atrair o psicopata para onde eles querem. Com isso, eles entram em contato com Manuela Calderón, sobrevivente do primeiro massacre de Kasady no orfanato onde foi criado e colocam os holofotes sobre ela. Manuela é hoje em dia militar, com experiência no afeganistão e está tão interessada em pegar Cletus quanto qualquer um. O louco matou sua mãe que trabalhava no orfanato e acabou cedo com suas família.

Manu trabalha hoje em dia para Barry Gleason, Diretor da Investimentos Grey Ridge, que é dono de uma mina abandonada e que interessado em detonar o lugar entrou em contato com o FBI com uma proposta. Eles demolem a mina, mas antes a usam como local para atrair Cletus para lá. Todo o lugar estaria  rodeado de bombas sônicas ideais que são capazes de ferir o simbionte e em último caso poderia detonar e soterrar Cletus vivo. A operação toda foi organizada por Claire Dixon, que além de juntar muitos agentes, convocou dois outros ases pra seu jogo - John Jamenson e Eddie Brock.

John Jamenson voltou a servir como militar, sendo piloto de helicopteros do exército, mas mal sabe ele que está ali porque Claire Dixon descobriu que aquele seu outro lance - tornar-se o Homem-Lobo - voltou a acontecer e ele sequer lembrava. Já Eddie Brock tinha bastante experiência com simbiontes. Já foi o Venom, agora era o Toxina, e apesar de estar se comportando melhor, Dixon o encheu com os mesmos nanitas que foram usados no passado no Flash Thompson. Assim, tinham o Toxina na coleira para ser usado em último caso.




Naquela mesma noite em que os noticiários expuseram Manu Calderón falando mal de Cletus, o Carnificina apareceu. A cena dele atacando um a um os agentes do FBI na mina é digna de um thriller de terror e Perkins merece todas as palmas aqui. As mortes eram algo esperado até contanto que Manu levasse o Carnificina pra "rede" sônica preparada no local. O plano saiu todo como esperado se não fosse por um detalhe. O chão abaixo da Mina acabou cedendo ao ataque sônico e afundou, levando consigo Cletus. Agora, o vilão estava num labirinto subterrâneo e é aí que o verdadeiro terror no melhor estilo "aliens" começa.

Claire convoca um  primeiro time pra descer, liderado por sua arma secreta, o coronel Jamenson. Nas sombras, os homens desta equipe iam sendo atacados um a um, com artes sufocantes de Perkins. O restante ficou na base central orientando o grupo de fora com mapas e localizadores, mas com o tempo a falta de energia e falhas na comunicação forçaram Claire Dixon a descer com outro apoio, incluindo Manu e Brock. E os que ficaram na base, se viram em meio a uma traição, o Senhor Gleason parecia ter outros planos. Sufocou os que ficarm no apoio externo com um gás e puxou da gaveta um livro mistico escrito por um tal Aelfric, o Monge Louco.


Lá em baixo, a matança e o terror despertaram algo em Jamenson que há muito tempo ele não via ressurgir, o Homem-Lobo. E ela foi a primeira grande ameaça de igual pra igual contra o Carnificina. A criatura lupina, desta vez parecia descinir os agentes bons do FBI e partiu direto para a principal ameaça, Cletus. A briga dos dois se estendeu por muitos túneis, deixando homens feridos e meio enlouquecidos para trás. A equipe de Dixon seguia o rastro de violência dos dois se aprofundando cada vez mais na mina até que toparam com os dois monstros. Contudo, nessa hora, o Carnificina sobrepujou o Homem-lobo, detendo-o ao arrancar uma "pedra lunar" presa no seu corpo.



Os agentes não tinham outra chance pra sobreviver a não ser chover balas no simbionte. Ele fugiu e finalmente encontrou Barry Gleason, o dono da Mina e aquele que armou tudo ali e tinha um grande destino reservado a Cletus. Gleason o levou a uma camara profunda naquela mina onde uma seita de adoradores de Chtlon aguardavam o simbionte. Segundo profecias contidas no livro, o sangue derramado pelo 'matador vermelho' irá liberar o demônio de volta a nossa terra. Cletus achava todos malucos, mas ele também era e aceitou. Só não sabia que era seu sangue o que eles queriam e aí uma nova matança cruenta começou.

Longe dali, Manu Calderón e os demais estavam bem feridos, e ela se viu encurralada e obrigada a usar a segunda arma secreta que trouxe ali. Apertou o botão e liberou o simbionte de Brock que virou o Toxina. Controlado, Eddie carregou todos os feridos consigo até a câmara onde estava Kasady. Nesse momento, foi que o sacerdote que adorava Chtoln percebeu que sua interpretação de tudo estava errada e que o "sangue" derramado do simbionte infectou outros monges ali e todos eles acabaram se tornando simbiontes controlados mentalmente por Cletus.

Sozinho, o Toxina tentou encarar todos os simbiontes lacaios do Carnificina, enquanto que Claire e Manu correram atrás do Sr Gleason que fugia com o livro mágico em suas mãos. No meio da confusão, Jamenon acabou virando novamente o Homem-Lobo e ajudou a atacar o Carnificna. Parte da equipe fugiu, assim como Gleason, e assim que saíram da mina tentaram usar os explosivos para prender o Carnificina, mesmo que isso significasse afundar ali também o Eddie Brock. Só que nem todos ali estavam disposto a sacrificar um dos seus. Manu e Jamenson obedeceram parcialmente às ordens de Claire, detonando só parte do lugar e dando chance do Toxina se salvar. Infelizmente, isso também fez com que o Carnificina também escapasse.



Perto da saída, Cletus teve a oportunidade de matar Manu, mas Brock acabou surgindo do nada e a salvando. Eles estavam praticamente quites agora. Já o Carnificina tinha outros planos agora. Foi atrás do Gleabson em busca do livro e queria saber o que mais ele poderia tirar de proveito daquele misterioso livro.

Confesso que fiquei impressionado com o Gerry Conway, tanto tempo fora da Marvel, voltar e conseguir se encaixar perfeitamente não só no ritmo atual das histórias de hoje em dia como também saber exatamente entregar personagens como Brock e Jamenson como estão nos dias de hoje. A personalidade que ele deu a cada um deles é impressionante. Brock é meio piradão, mas divertido, tem um quê de humor de cultura pop na sua superfície. Jamenson mais maduro, não tão apavorado após redescobrir que ainda é o Homem-Lobo, e ainda se aproveitar disto apesar de mostrar ter uma outra personalidade após a transformação. Manu e Claire também são duas adesões boas e bem construídas para a história. E tudo isso com um desenho bem realista e macabro do Perkins gerou uma das melhores história que hoje sai em Homem-Aranha:Aranhaverso. Esse primeiro arco, por sinal, está contido nas edições #15 a #18 da revista. Vale muito a pena e a Panini merecia até ter publicado em formato de minissérie só pelo diferencial que esse material é.

Coveiro

comments powered by Disqus